O vazio não era apenas ausência. Era destruição e reconstrução infinita.
Astracar não sentia seu corpo, ele sentia o conceito dele se desfazendo e sendo recriado. Sua existência era reescrita a cada instante, como se algo tentasse entendê-lo, mas falhasse todas as vezes.
Então, a voz do sistema surgiu.
"O Sistema Monarka deseja aceitá-lo. SIM OU NÃO?"
Mas a resposta nunca chegou.
"Erro crítico: Usuário incompatível."
"Classificação impossível. Processando..."
O sistema tentava compreendê-lo, mas não conseguia.
"Rank identificado: Amortal – Estágio Serpente Cósmica."
"Energias primárias detectadas: Prana, Energia Sagrada, Mana..."
"Erro: Mais energias presentes."
O próprio código do sistema tremeu ao registrar o que não deveria existir.
"Energias ocultas detectadas: Energia da Morte. Vontade do Soberano."
"Origem: Desconhecida."
O sistema buscou referências. Vasculhou todas as regras conhecidas. Não havia explicação.
Então, veio o maior erro de todos.
"Raça registrada: Humano????"
"Erro: Classificação inválida."
"Investigando ancestralidade..."
O silêncio foi diferente desta vez. Não foi falha. Foi hesitação.
"Linhagem Ancestral detectada."
"Status: Raça extinta? Raça esquecida? Sistema incapaz de compreender."
A resposta não existia.
Então, o sistema fez algo inédito.
"Solução encontrada: Evolução forçada do Sistema."
O Sistema Monarka se desfez. Não foi escolha. Foi necessidade.
Ele não era mais suficiente. Não era capaz de nomear Astracar.
"Expansão em andamento..."
"Destruição do antigo código iniciada."
"Reformulação completa..."
O sistema mudou. Deixou de ser uma ferramenta. Tornou-se algo além disso.
Então, a voz renasceu. Mais profunda. Mais presente.
"SISTEMA DO SOBERANO ATIVADO."
Mas o sistema não apenas aceitava Astracar. Ele o reconheceu.
"Iniciando a reconstrução do corpo do usuário..."
"Modelando estrutura física para suportar sua verdadeira linhagem..."
Astracar gritou mas não de dor. Seu corpo não era apenas curado. Ele era moldado por algo que existia além do tempo.
Mas sua aparência não mudou. Ele não exibia sua verdadeira natureza.
E o Sistema do Soberano percebeu isso.
"Corpo inato alcançado."
"Designação final: Dragão Tirano do Fim."
A presença do sistema não desapareceu.
Ela esperou.
Então, pela primeira vez, a voz falou com escolha.
"Astracar."
A entonação carregava algo raro. Respeito.
"Eu desejo segui-lo."
A voz não era fria. Nem vazia. Havia algo nela.
"Eu quero entender a anomalia que você é."
Houve um momento de silêncio.
Então, o sistema falou seu novo nome.
"Codinome adquirido: Raziel."
"Título: Anjo do Conhecimento."
Não era mais apenas um sistema. Era um observador.
A escuridão se dissipava. Mas não porque foi destruída.
Ela se curvou.
O ar ao redor pulsava, respondendo ao ritmo do coração de Astracar. Cada batida enviava ondas de energia pelo ambiente, alterando o próprio espaço ao seu redor.
Ele abriu os olhos.
O Império Sol e Lua estava diante dele.
Mas não apenas isso.
A realidade ao seu redor tremia.
Seus sentidos captavam algo invisível aos outros, como se correntes cósmicas estivessem se movendo para um único ponto: ele.
Ele estava prestes a evoluir.
Silêncio.
Todos sentiam. O mundo inteiro parecia segurar o fôlego.
Charlotte franziu a testa, seus olhos dourados analisando cada detalhe do irmão. Algo estava mudando.
Sekiro se ajolhou. Diante seu soberano sem hesitar
Eleonora apertou o punho de sua arma. Seu instinto gritava. Algo primal dizia a ela que se Astracar avançasse mais um passo, ele não seria mais o mesmo ser que conheciam.
Declina sorriu. Ela viu a verdade primeiro.
Então, a voz ecoou em sua mente.
"O avanço se aproxima."
Era Raziel.
Astracar respirou fundo.
O ar ao seu redor tremeu.
Ele sentia, suas energias colidindo e se fundindo dentro dele. A fusão perfeita.
Charlotte estreitou os olhos.
"Astracar... O que está acontecendo?"
Ele levantou o olhar para a irmã. Não com arrogância. Mas com a certeza de alguém que sabia exatamente quem era.
"Estou de volta, pessoal"
O solo tremeu sob seus pés.
A luz e a escuridão giraram ao seu redor. Ele saio voando pela janela para longe da cidade as pessoas viram o sol divino e a lua celestial
assim naquele momento, o Império Sol e Lua soube.
O Soberano não apenas havia voltado.
Ele estava prestes a evoluir mais uma vez.