O vento cortante assobiava pelo campo de batalha, fazendo as folhas dançarem em um ritmo ancestral. Astracar se inspirou profundamente, sentindo a eletricidade no ar. Seus olhos brilharam com compreensão. Seu poder... ainda tinha camadas não exploradas.
“ Irmã, por que vocês quatro não me enfrentam para testarmos esse poder?” disse ele, com um sorriso desafiador nos lábios.
Charlotte cruzou os braços, pensativa por um momento. Então assentiu.
“Sim. Vamos testar.”
Sekiro, o Lich Guerreiro, hesitou, sua voz grave demonstrando respeito.
“Meu soberano... não quero enfrentá-lo. Seria um desrespeito.”
Astracar respondeu com firmeza, mas sem arrogância:
“Isso é um treino para nós dois. Afinal, você também ganhou um novo poder.” Ele deu uma leve risada, e Sekiro, finalmente convencido, empunhou sua lâmina de energia sagrada e da morte, agora completamente fundida em uma única força.
“As regras são simples” declarou Astracar. “Quem for paralisado, perde.”
De um lado, Astracar se posicionou, imponente. Do outro, formaram-se Charlotte, Sekiro, o Lich Guerreiro, Capitã Eleonora, a Brilhante, e Capitã Declina, a Guardiã do Equilíbrio da Lua Minguante. O ar vibrava com tensão e expectativa.
Eleonora sacou sua espada colossal, tão vasta que sua simples presença impunha respeito. Com um golpe que cortou o ar, ela avisou:
“Com todo respeito... segure esse golpe!”
Ela avançou com força brutal. Nesse instante, Declina — A guardiã do equilibrio — aproveitou a distração. Sua espada era leve, quase etérea, e seu corpo se movia com a graça letal de quem estudou cada sombra do campo de batalha. Ela se infiltrou nas linhas de defesa de Astracar, mirando os pontos cegos.
Enquanto Eleonora golpeava de frente, Declina fez um corte preciso em suas costas. Astracar saltou para evitar o ataque duplo, mas nesse exato momento, Sekiro surgiu diante dele — sua lâmina fundida reluzindo com poder sagrado e morte. Astracar teve tempo apenas de se defender parcialmente, recebendo um corte leve no peito.
Quando se preparava para contra-atacar, Charlotte entrou em cena. Sua velocidade era devastadora. Ativando Ciclo Divino: Jaci – Encarnação, seus punhos brilharam com energia celestial.
Eles trocaram golpes tão intensos que o próprio ar tremia ao redor. Astracar mal tinha tempo de respirar. Cercado pelos quatro, era atacado de todos os lados.
E então ele entendeu.
O Karma herdado de Lampião e Maria Bonita despertou em suas mãos. Sua arma brilhou e se distorceu, assumindo formas que desafiavam a lógica. Primeiro, uma espingarda de energia disparou rajadas destrutivas. Depois, transformou-se em uma corrente flamejante de ferro, repelindo Sekiro e Eleonora.
Ele sentia a alma dos antigos guerreiros fluindo por seu corpo. O Karma era a arma suprema da adaptação, e ele agora compreendia seu verdadeiro potencial.
Mas a batalha estava longe de terminar.
Charlotte parou no centro do campo. Seus olhos tornaram-se como luas gêmeas brilhantes, e uma aura dourada e prateada emanava de seu corpo. Ela ergueu a mão e murmurou:
“Ciclo Celestial: Jaci – Manifestação.”
O chão tremeu. O céu se iluminou. Um círculo rúnico prateado surgiu sob seus pés, pulsando com o poder da lua. Sua armadura reluzia como o próprio alvorecer, sua presença agora esmagadora.
“Astracar…” sussurrou ela, sua voz carregada com a força de uma deusa. “Essa é a culminação do meu poder. Vamos ver se você consegue acompanhar.”
Com um estalo, Charlotte desapareceu, surgindo ao lado de Astracar. Ele mal teve tempo de reagir quando foi atingido por um golpe direto no peito, sendo lançado para trás. No entanto, ele girou no ar, e seu Karma tomou a forma de um escudo colossal que absorveu parte do impacto.
Sekiro, Eleonora e Declina atacaram juntos, como uma maré sincronizada de luz, sombras e tática. O campo se tornou um vórtice de poder. A cada golpe, Astracar sentia a pressão crescer, mas também sentia sua energia se moldar, responder, evoluir.
No ápice do combate, Charlotte canalizou toda sua energia. Um soco avassalador, fundido com a lua, desceu como um cometa. Astracar gritou e liberou o Karma em sua forma suprema: uma lâmina infinita de pura energia, refletindo todas as armas que já empunhou.
O impacto final explodiu em uma onda de energia tão intensa que iluminou o horizonte como um novo amanhecer.
Por um momento... silêncio absoluto.
A poeira baixou lentamente.
Astracar estava de joelhos, ofegante, com um sorriso nos lábios. Sua forma se desfazia.
Charlotte se aproximou, sua forma celestial se desfazendo aos poucos. Estendeu a mão para ele.
“Você lutou bem. Talvez esteja no mesmo nível que eu... ou até um pouco acima.”
Astracar segurou sua mão e se levantou.
“Estou longe de você, irmã.” respondeu, com humildade. “Você nem sequer usou suas espadas.”
Sekiro, Eleonora e Declina também estavam exaustos. Mas em seus rostos, sorrisos sinceros floresciam.
Charlotte então olhou para o horizonte.
“Irei convocar todos os nossos aliados.”
O treino acabou.
Mas a guerra estava prestes a começar.