— Me desculpe, Naomi, mas eu…
Enquanto Naoya falava, uma ligação interrompeu sua resposta. Ele olhou para o telefone e viu que era seu pai. Curioso, ele atendeu a ligação.
— Alô, pai?
— Olá, você é o filho do Akagawa-san?
Aquela pergunta vinda do outro lado da linha causou preocupação para ele, pois a voz não era de seu pai. Hesitante, ele ponderou se deveria continuar a ligação.
— Sim, sou eu. Por que?
— Eu preciso que você venha imediatamente para o hospital. Seu pai desmaiou.
Algumas horas antes…
Naoya estava assistindo a alguns vídeos em seu telefone quando uma notificação chamou sua atenção. Era uma mensagem inusitada de Naomi. Curioso, ele abriu a mensagem.
"Nao-kun, você é muito malvado, ainda não me deu a resposta."
Intrigado para saber o contexto daquela mensagem, ele respondeu.
"Naomi, te dar uma resposta sobre o quê?"
"Sobre o convite para sair neste final de semana. Você ainda não me respondeu."
Aquela mensagem fez com que Naoya relembrasse da conversa que teve com Mayumi e do barulho da notificação que havia chegado. Ele não entendia por que Mayumi havia mentido.
"Tudo bem, eu aceito sair com você."
"Então te espero às 10 da manhã em frente à estação K."
No sábado de manhã, Naoya se preparou para encontrar Naomi na estação K. Ao chegar, viu Naomi esperando com um sorriso no rosto.
— Oi, Nao-kun! Pronto para nosso dia?
Naoya sorriu de volta, embora estivesse um pouco nervoso: — Oi, Naomi. Pronto sim. Vamos aproveitar o dia juntos!
Enquanto seguiam para o cinema, Naoya admirava atentamente Naomi, ela estava realmente bela naquele vestido florido, ele realmente destacava seus belos e brilhantes olhos. quando Naomi olhou para Naoya, ela deu um pequeno sorriso.
— Nao-kun, você está olhando fixamente para mim a um tempo, eu fiquei feia nesta roupa?
— Não. — respondeu Naoya prontamente. — você está muito linda nele.
Aquelas palavras acertaram o coração de Naomi, que sentiu suas bochechas esquentarem. Ela se sentiu inquieta pois havia esquecido que ele era sincero demais nas suas palavras.
— V-você fala muitas coisas constrangedoras.
— Me desculpe, a verdade é que eu realmente achei que você estava linda nessa roupa.
Enquanto caminhavam conversando animadamente, Naoya começou a ter uma leve sensação de estar sendo vigiado por alguém. Ao olhar ao redor, ele não conseguia encontrar a tal pessoa que o estava observando.
— Algum problema, Nao-kun? — perguntou Naomi, percebendo a inquietação de Naoya.
— Não, não. Deve ser só coisa da minha cabeça mesmo. Eu devo estar imaginando coisas — respondeu Naoya, tentando dissipar a preocupação.
— Se quiser falar comigo, sinta-se livre — ofereceu Naomi, solidária.
Naoya estendeu sua mão sobre a cabeça de Naomi e acariciou carinhosamente seus cabelos.
— Não se preocupe, não é nada demais.
No entanto, na fila para comprar os ingressos, Naoya continuava incomodado com algo. Ele olhava constantemente para os lados, tentando localizar a origem de sua sensação de estar sendo observado.
Naomi notou a inquietação crescente de Naoya e tentou distraí-lo, puxando conversa sobre o filme que iam assistir.
— Então, qual a sua expectativa para o filme? Ouvi dizer que os efeitos especiais são incríveis!
Naoya sorriu, mas seu olhar ainda vagava inquieto.
— Estou curioso para ver. Gosto quando os filmes capricham nos efeitos.
Mas, antes que a conversa pudesse continuar, Naoya sentiu um arrepio na nuca. Ele se virou bruscamente, certo de que iria encontrar alguém o observando, mas novamente, não viu ninguém.
— Nao-kun, você realmente está bem? — insistiu Naomi, agora preocupada de verdade.
— Desculpe, Naomi. É só que... eu realmente sinto que alguém está nos observando — confessou Naoya, apertando a mão de Naomi de forma protetora.
Naomi olhou ao redor, tentando encontrar algo suspeito, mas não viu nada fora do comum. Tentando tranquilizá-lo, ela sorriu.
— Talvez seja só a nossa imaginação. Vamos tentar relaxar e aproveitar o filme, certo?
Naoya respirou fundo e assentiu, tentando afastar a sensação de perseguição. Com os ingressos em mãos, eles entraram no cinema, esperando que a escuridão da sala e a trama do filme pudessem dissipar qualquer inquietação.
Mas, mesmo enquanto as luzes se apagavam e o filme começava, Naoya não conseguia deixar de sentir aquele olhar invisível sobre eles. Ele só esperava que fosse realmente apenas coisa de sua cabeça.
Enquanto Naoya tentava manter a calma, Mayumi estava sentada algumas cadeiras atrás deles, olhando fixamente para ele e Naomi com um olhar furioso. Ela não conseguia entender por que Naoya estava em um encontro com outra garota, especialmente uma que ela não conhecia, mas que parecia ser muito íntima dele, chamando-o de "Nao-kun". A proximidade deles a preocupava, e ela havia seguido Naoya durante todo o caminho para tentar descobrir quem era aquela garota.
— Ele está me traindo com outra garota? Será que eu não sou suficiente para ele? Será que ele realmente não sente o que sinto por ele? — pensou Mayumi, com o coração apertado.
Enquanto tentava organizar seus pensamentos, uma enorme tristeza a atingiu, trazendo consigo uma sensação de insuficiência que a fazia duvidar dos próprios sentimentos.
— Será que o que eu sinto é o mesmo que ele sente? Será que eu realmente sou importante para ele? — Mayumi se martirizava, respirando fundo na tentativa de controlar seus pensamentos pessimistas. — O que será que eu realmente sinto por ele?
Incapaz de continuar naquele lugar, Mayumi se levantou de sua cadeira e caminhou até a saída, os olhos marejados e o peito apertado.
Na frente, Naomi tentava se aproximar de Naoya, buscando provocar uma reação dele. Ela abraçou o braço dele de repente, fazendo com que ele se assustasse e sentisse o rosto esquentar. Tentando manter a calma, ele tentou se afastar dela, mas sem sucesso.
— Nao-kun, você não gostou do meu abraço? — perguntou Naomi, inflando as bochechas.
— Me desculpe, Naomi, eu realmente me assustei, mas... eu gostei, sim.
Ao ouvir essas palavras, Naomi sorriu e, com um pensamento provocativo, se virou para Naoya.
— Nao-kun, eu fiz seu coração acelerar?
Aquelas palavras ecoaram na mente de Naoya, deixando-o nervoso. Sem saber como responder, ele preferiu manter o silêncio, enquanto Mayumi, do lado de fora, lutava para conter as lágrimas e a dor que sentia no peito.
Enquanto Naoya tentava processar a pergunta de Naomi em silêncio, Mayumi, do lado de fora, sentia as lágrimas rolarem pelo rosto. Ela encostou-se à parede do corredor escuro, tentando recuperar o controle de suas emoções.
Dentro da sala de cinema, Naomi percebeu o silêncio prolongado de Naoya e tentou aliviar a tensão.
— Desculpe, Nao-kun. Acho que exagerei na brincadeira — disse ela suavemente, dando um leve sorriso.
Naoya sorriu de volta, apreciando a tentativa de Naomi de amenizar a situação.
— Tudo bem, Naomi. Vamos focar no filme, certo?
O filme continuou, mas a mente de Naoya estava distante. Ele ainda sentia uma presença, uma sensação de ser observado, que não conseguia ignorar.
Horas depois, quando o filme terminou, Naoya e Naomi saíram do cinema. A sensação de ser observado tinha diminuído, mas ele ainda estava alerta.
— Foi um bom filme, não acha, Nao-kun? — perguntou Naomi, tentando puxar conversa.
— Sim, foi ótimo. Obrigado por me convidar, Naomi — respondeu Naoya, tentando soar mais relaxado.
— De nada! Que tal irmos a um restaurante agora? Estou com um pouco de fome — sugeriu Naomi.
— Claro, vamos — concordou Naoya.
Eles caminharam até um restaurante próximo, e logo estavam sentados em uma mesa aconchegante. Naomi estava animada, falando sobre suas cenas favoritas do filme, enquanto Naoya tentava acompanhar a conversa, ainda preocupado com a sensação de ser observado.
— Então, Nao-kun, o que vai pedir? — perguntou Naomi, entregando-lhe o cardápio.
— Acho que vou pedir um ramen — respondeu ele, tentando se concentrar na refeição.
— Boa escolha! Vou de sushi — disse Naomi, sorrindo.
Após fazerem seus pedidos, Naomi notou que Naoya ainda parecia inquieto.
— Nao-kun, você se lembra da nossa promessa?Aquela pergunta fez com que Naoya congelasse por alguns minutos. Naomi estava sendo tão direta que o coração dele disparou de ansiedade, sentindo um misto de ansiedade e inquietação percorrer todo seu corpo.
— Claro que lembro — respondeu ele com a voz trêmula. — Mas por que isso tão de repente?
Naomi cruzou as mãos sobre a mesa e olhou diretamente para os olhos de Naoya. Seu olhar sério fazia com que ele não conseguisse sustentar o olhar por muito tempo.
— Se você se lembra, então sabe onde quero chegar — disse ela com um pequeno sorriso.
Decidida a continuar a conversa, Naomi abriu sua bolsa e retirou uma pequena caixa, colocando-a sobre a mesa.
— Aqui está a minha parte da promessa — disse Naomi enquanto abria a pequena caixa. — Tome. Espero que comece a usar.
Ela empurrou a pequena caixa aberta para Naoya, contendo um pequeno anel com a inscrição "Naoya + Naomi" no interior. Ele olhou para a caixa, sentindo-se inquieto. Sabia que o momento de cumprir sua parte da promessa estava chegando, mas não se sentia pronto.
— Você não vai pegar a aliança? — perguntou Naomi, aumentando a pressão sobre ele.
A pergunta fez com que os pensamentos confusos de Naoya se intensificassem ainda mais. Seu coração estava disparado; ele não sabia se aceitava o anel ou inventava uma desculpa para adiar aquele momento.
Tomado pela pressão do olhar fixo de Naomi, Naoya relutantemente estendeu a mão para pegar a aliança. Quando sua mão estava se aproximando do anel, a garçonete se aproximou com seus pedidos.
— Aqui está seu...
Ao olhar para Naoya, Sayuri se assustou. Seu irmão estava ali, parado na sua frente, com outra garota.
— Onii-sama, o que está fazendo aqui? E quem é esta garota?
— Sayuri, eu posso explicar — disse Naoya, surpreso e um pouco nervoso.
Naomi olhou curiosa para a garçonete, percebendo a tensão no ar.
— Você conhece ela, Nao-kun? — perguntou Naomi, tentando entender a situação.
— Sim, Naomi. Esta é minha irmã, Sayuri — respondeu Naoya, tentando manter a calma.
Sayuri olhou de Naomi para Naoya, claramente confusa e preocupada.
— Onii-sama, o que está acontecendo? E quem é esta garota?