O novo dia nasceu sob um céu limpo e sereno, tingindo o horizonte com tons dourados e púrpuras. Gronnak já se sentia recuperado, seus músculos antes exaustos agora revigorados pela regeneração natural dos Gigantes. Palnak e Grendor, seus irmãos de batalha, ajustavam suas armaduras para a longa jornada de volta à Nação dos Gigantes, Jotungard.
- Grendor: "Então é isso." - Soltou um suspiro pesado, cruzando os braços sobre o peito largo. - "Nunca pensei que um dia teríamos que deixar você para trás... de novo."
- Palnak: "E ainda mais estranho é ver você seguir um bando de "não-Gigantes"." - Sorriu de canto, mas seus olhos carregavam um brilho de preocupação.
Gronnak estendeu a mão para ambos, e os três apertaram os antebraços em um gesto de respeito.
- Gronnak: "Vocês sabem que eu nunca abadonei nossa terra sem uma boa razão. Mas há algo aqui que preciso ver até o fim."
Palnak assentiu lentamente.
- Palnak: "Que os ancestrais te guiem, cara."
Com isso, os dois gigantes partiram, desaparecendo na linha do horizonte.
Thaldirur ajustou sua capa negra e observou Gronnak por um momento antes de falar.
- Thaldirur: "A anã desacordou novamente. Se quisermos nos locomover com eficiência, você deveria colocá-la na sua bolsa."
Gronnak arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
- Gronnak: "Parece algo indigno... mas se é necessário, que seja."
Ele retirou a bolsa de couro grosso e, com um simples gesto, Durin desapareceu dentro dela.
- Thaldirur: "Nosso destino agora é o Labirinto do Minotauro." - Continuou, os olhos escuros refletindo um brilho distante. - "A cidade em seu centro é impenetrável. Suas muralhas se erguem até as margens do continente e são impossíveis de escalar. Mesmo após sua morte, a habilidade do Rei Minotauro ainda protege esse território."
Keldor cruzou os braços, uma expressão de desdém surgindo em seu rosto.
- Keldor: "Habilidades de mortos não me impressionam. Não há nada que possa me deter agora."
Durin, que acabara de despertar, piscou algumas vezes, confusa. Sua testa se franziu quando ouviu a afirmação de Keldor.
- Durin: "Hah! Então além de enigmático, você também é convencido? Que maravilha..."
Keldor apenas lançou-lhe um olhar frio e seguiu caminhando.
O grupo então partiu.
A paisagem mudou abruptamente. O Labirinto do Minotauro, suas paredes colossais formando um emaranhado de passagens sinuosas. No coração da estrutura, uma figura de ombros largos, adornada com chifres poderosos, examinava o grande mapa em suas mãos.
A voz que ressoou era familiar.
- Cusadler: "Você já conseguiu rearranjar os caminhos do Labirinto, Zenian?"
A figura virou-se lentamente. Os traços juvenis de um Minotauro emergiram da penumbra, seus olhos determinados fixando-se no homem diante dele.
Cusadler, trajando vestes novas e elegantes, sorriu levemente.
A cena se desvaneceu. Agora, na Floresta dos Goblins, onde Midoki e seus companheiros acampam.
Tadyus estava quase desesperado.
- Tadyus: "Eu imploro, não entrem na floresta! É um lugar de morte!"
Os goblins ao seu redor assentiam, seus olhos arregalados refletindo o medo gravado em suas memórias.
Elyra, porém, olhou para Midoki com uma firmeza inabalável.
- Elyra: "Podemos fazer isso rápido. Sei que podemos."
Midoki manteve seu olhar sobre ela por um instante antes de suspirar.
- Midoki: "Se conseguirmos atravessar rapidamente, talvez tudo dê certo." - Ele cruzou os braços, avaliando o grupo. - "Contornar a floresta levaria mais de dois meses. Não temos esse tempo."
Tadyus trocou olhares com os outros goblins, claramente frustrado, mas finalmente assentiu.
- Tadyus: "Se estão determinados, então os guiaremos."
A noite caiu enquanto seguiam pelas trilhas retorcidas da floresta. O grupo decidiu acampar, pois viajar às cegas pela escuridão densa seria insensato.
Midoki sentou-se sobre uma pedra plana, sacando sua Katana Shinrei Sogai-zai. A lâmina cortava as batatas com precisão absoluta, cada fatia caindo suavemente dentro da panela. Elyra organizava os ingredientes com destreza, concentrada na preparação da refeição.
- Elliot: "Essas batatas não têm chance contra você, hein?" - Comentou, divertido.
Neptune riu e, animado, começou a contar uma de suas piadas.
- Neptune: "Então o goblin olha para o mago e diz: "Isso é um cajado mágico... ou você só está feliz em me ver?" e o mago responde: "Ambos. Mas só um deles pode lançar uma bola de fogo.""
Elliot explodiu em gargalhadas.
- Elliot: "Hahaha! Essa é a pior piada que já ouvi!"
- Neptune: "Eu sei!" - Bateu no ombro do amigo, ambos rindo como crianças.
Belphegor, por outro lado, já havia se desconectado da conversa. Cochilava tranquilamente, um lenço cobrindo parte de seu rosto.
Do outro lado da clareira, os goblins observavam em silêncio. Seus olhos fixavam-se em Elyra, suas expressões oscilando entre fascínio e melancolia.
Tadyus murmurou baixinho:
- Tadyus: "Ela... tem a luz da esperança."
Uma goblin de pele pálida afastada do grupo, segurando seu bebê contra o peito, sorriu suavemente.
- Mãe Goblin (Edyna): "Talvez essa seja a mudança que precisávamos..."
O bebê nos braços dela se aconchegou, emitindo um pequeno som de conforto.
E então...
Algo emergiu da escuridão.
Um pequeno ser de aparência frágil, com olhos grandes e um corpo diminuto. Ele parecia inofensivo. Fofo, até.
A mãe goblin olhou para ele com curiosidade, sem perceber o horror que estava prestes a acontecer.
O demônio abriu a boca.
A escuridão se estendeu.
A criatura devorou a goblin e seu bebê em um único instante. O silêncio foi absoluto, como se a floresta inteira prendesse a respiração.
Somente os restos das vestes e ossos ensanguentados ficaram para trás.
E então, sem um som sequer, o pequeno demônio desapareceu nas sombras.