Capítulo 13: Soldados às Portas  

"Relatório!" Um general de armadura cinza bateu na porta maciça e gritou do lado de fora.

 

"Entre!" Berman, o Lorde de Ferry City, afastou sua mão do colo de uma jovem e, com uma voz fria e desagradada, deu o comando.

 

A mulher ao seu lado, desconfortável, estendeu os braços ao redor do pescoço dele, tentando segurá-lo: "Meu senhor..."

 

"Huh!" Berman, cansado dela, a empurrou para longe, e as correntes de ouro que pendiam de seu corpo balançaram, refletindo a luz fraca das velas.

 

"Meu senhor! Uma tragédia! As tropas estacionadas na fronteira oeste, sob o comando do General Lille, foram completamente dizimadas..." O general mal conseguiu erguer a cabeça depois de entrar na sala. Com as pernas juntas, ele falou com uma voz baixa e trêmula.

 

"O quê?" Berman, que estava imerso na alegria de ter capturado dezenas de milhares de civis de Mayne, de repente se ergueu em sua cadeira. A raiva distorceu seu rosto.

 

"Desloquei 500 soldados para a fronteira! Como puderam ser exterminados em dois dias? Foi o exército de Mayne? Ou foi Serris?" Ele bateu na mesa com força, causando um som estridente. "Lille, aquele incompetente, o que ele fez?"

 

O general, de cabeça baixa, engoliu em seco antes de continuar: "Segundo os relatos dos soldados que escaparam, ontem à tarde, a cavalaria negra de Serris apareceu de repente no flanco do General Lille. Ele foi pego de surpresa e teve que reagir às pressas. Acabou morrendo no caos, e o exército foi aniquilado..."

 

"Eles não estavam lutando contra Mayne? O exército de Mayne é tão inútil assim? Não mataram nem um soldado de Serris?" Berman rugiu, jogando os utensílios da mesa no chão.

 

"Meu senhor, a informação que temos é que a cavalaria de Serris não é muito numerosa, cerca de 300 homens. É possível que seja apenas uma ação de assédio. Se encolhermos nossas forças e nos defendermos dentro das muralhas de Ferry City, não deve haver grande perigo..." O general ajoelhado tentou tranquilizar seu senhor.

 

Berman ficou em silêncio, ponderando a situação. Recuar agora seria abrir mão de todos os civis que havia capturado. Eles fugiriam de volta para suas casas, e ele teria feito tudo em vão. Mas, por outro lado, ele não tinha forças suficientes para enfrentar a cavalaria de Serris.

 

"Reúna todas as tropas e defenda Ferry City! Tragam Lawnes para mim!" Ordenou, empurrando a mulher para fora do caminho. "Esse bastardo merece isso!"

 

...

 

Enquanto as criadas preparavam sua armadura, Lawnes, comandante da frota de Ferry City, entrou no salão com sua postura firme e imponente.

 

"Lawnes, a cavalaria de Serris está se aproximando. Prepare sua frota imediatamente!" Ordenou Berman, sua voz ainda tensa.

 

"Eu avisei que sequestrar civis traria problemas, e agora estamos sendo condenados!" Lawnes respondeu com frieza.

 

"Agora não é hora de arrependimentos! Faça o que deve ser feito!" Berman gritou, apontando um dedo acusador para Lawnes, que deu um passo para trás e saiu em silêncio.

 

...

 

Do outro lado, Chris limpava sua espada e observava a imponente Ferry City. Ao seu lado, o cavalo bufava impaciente, enquanto, ao longe, um grupo de refugiados se movia lentamente de volta para suas terras.

 

Em apenas cinco dias, ele havia libertado inúmeros civis presos em Mayne e derrotado cerca de 350 soldados de Ferry City. Suas tropas, no entanto, haviam sofrido perdas; cinquenta de seus homens caíram nas batalhas.

 

"Meu senhor!" Coria, ajudante de Wagron, aproximou-se a cavalo. "A artilharia chegou!"

 

"Ótimo! Vamos descansar por um momento e, à tarde, começaremos o ataque a Ferry City." Chris sabia que não havia mais tempo a perder. A batalha precisava terminar logo.

 

Chris, impaciente, liderou pessoalmente a preparação dos canhões. Logo, 20 peças de artilharia estavam alinhadas, prontas para disparar contra a cidade.

 

"Mostre a eles o que é uma verdadeira guerra!" Disse ele, enquanto observava os canhões rugirem com força, disparando conchas que explodiam nas muralhas de Ferry City. A cidade tremia sob o ataque, e a poeira e os escombros eram lançados ao ar, enquanto as fortificações começavam a desmoronar.

 

Era apenas uma questão de tempo até que a bandeira branca fosse hasteada na muralha.

 

...

 

Do outro lado da cidade, Berman fugia desajeitadamente, ofegante e tirando sua armadura. A explosão nas muralhas o pegara de surpresa, e ele estava determinado a escapar antes que fosse tarde demais.

 

Ele só tinha um pensamento: escapar das terríveis explosões. Ele teria outra chance de vingança, mas, por agora, precisava se manter vivo.