Esquadrão Aetherbond

Rússia - 12:47 PM

Os guerreiros sairiam do portal criado por Wulfric, onde Kazuhiko e Ibrahim sentiria uma grande náusea ao passar dela.

Wulfric: — Du bist es nicht gewohnt. So schwach, haha.

Wulfric riria atrás da máscara, ao ver os dois tontos.

Kazuhiko: — Que merda esse cara disse?

Ryuji: — Ele disse algo sobre vocês não estarem acostumados.

Ibrahim: — É mesmo é...? Eu tenho uma impressão que ele disse algo mais sobre nós, ele até riu.

Wulfric apenas deu de ombros, mantendo o tom divertido.

Wulfric: — Ah, talvez... talvez nicht.

Ibrahim estreitou os olhos.

Ibrahim: — Eu sabia! Esse cara está nos tirando.

Kazuhiko: — Não se preocupa, Ibrahim… Depois a gente devolve essa.

Enquanto os dois ainda se recuperavam da náusea da viagem dimensional, Ryuji olhou ao redor. A Rússia estava coberta por um céu cinzento e opressivo, com o vento frio cortando a pele. A neve suja se acumulava nos cantos das ruas, e as construções ao redor pareciam ter saído de outra era, algumas ainda marcadas pelo o apocalipse.

O ponto de encontro de encontro dos caçadores estava à frente: um antigo mosteiro abandonado, suas torres negras destacando-se contra o céu pálido.

Ryuji: — Estamos no lugar certo?

Wulfric: — Ja. Todos já... devem estar esperando.

Kazuhiko e Ibrahim finalmente se reequilibraram e seguiram o grupo. O ambiente ao redor era silencioso, mas algo naquela quietude não parecia natural. Não havia pássaros, nem o som do vento assobiando entre as construções — apenas um vazio sufocante.

Ibrahim: — Isso aqui me dá arrepios.

Kazuhiko: — Concordo… Parece que estamos sendo observados.

Wulfric parou diante dos enormes portões de ferro do mosteiro. Ele ergueu a mão e bateu três vezes. O som ecoou pesadamente, quebrando o silêncio da paisagem.

Por alguns segundos, nada aconteceu. Então, um som metálico de trancas sendo destravadas preencheu o ar.

A porta se abriu lentamente.

Uma figura feminina surgiu das sombras. Seu casaco negro contrastava com os cabelos brancos e lisos, utilizando uma máscara que cobria apenas uma metade de todo seu rosto, e seu olho cortante analisa o grupo como se pudessem enxergar suas almas.

???: — Você demorou... Wulfric.

Wulfric: — Verkehr... o trânsito estava ruim, sabe como é, Zoya.

Zoya arqueou uma sobrancelha, sem paciência para piadas. Ela cruzava os braços, seu olho frio percorrendo o grupo.

Zoya: — E por que exatamente temos… convidados?

Ela ignorou completamente Ryuji, como se a presença dele fosse a única que não precisasse de explicações. Seus olhos pousaram primeiro em Kazuhiko, depois em Ibrahim, sua expressão ficando ainda mais fechada.

Zoya: — Um humano comum e um garoto que eu nunca vi antes. Wulfric, o que está acontecendo?

Kazuhiko: — "Garoto"? Eu não sou tão jovem assim.

Zoya: — Não é o que parece.

Ele franziu a testa, mas decidiu não continuar. Já Ibrahim, por outro lado, deu um passo à frente.

Ibrahim: — Eu vim porque estou cansado de ver meu povo morrer e não poder fazer nada. Se há um jeito de lutar, eu vou encontrá-lo.

Zoya olhou para ele por alguns segundos, avaliando suas palavras. Então, suspirou.

Zoya: — Hmph… ao menos tem determinação. Mas determinação sozinha não faz um caçador.

Wulfric: — Talvez... talvez nicht.

Ibrahim revirou os olhos.

Ryuji: — Eles não vieram aqui para atrapalhar, Zoya. Só estão procurando respostas — como nós.

Ela observou Ryuji por um instante, depois soltou um leve "tss".

Zoya: — Entrem logo. Não me façam perder mais tempo.

Ryuji: — Спасибо, Зоя (Obrigado, Zoya.)

Ryuji olhava pros outros dois, dando um sorriso.

Ryuji: — Bom, vamos entrar, não temos muito tempo sobrando.

Quando eles se adentravam, o ar dentro do esconderijo ficava cada vez mais pesado, misturando o cheiro de pólvora, suor e algo mais sutil—ferro seco, talvez sangue. As paredes de concreto expostas e as luzes piscantes davam ao lugar uma atmosfera de caverna, onde sombras se moviam como predadores à espreita.

Zoya caminhava na frente, seus passos ecoando no chão metálico. Mesmo sem dizer nada, sua presença era carregada de impaciência. A máscara que cobria metade de seu rosto parecia uma marca permanente de que ela não gostava de perder tempo com estranhos.

Zoya: — Fiquem perto e não toquem em nada — murmurou, sem olhar para trás.

A equipe seguiu, seus olhos atentos a cada detalhe do lugar. Wulfric ajustou a luva na mão esquerda, enquanto Ibrahim estalava o pescoço, desconfortável com o ambiente. Ryuji, por outro lado, parecia completamente à vontade, andando com as mãos nos bolsos, observando o local como se fosse um velho conhecido.

Mais ao fundo, sentados em torno de uma mesa de metal, estavam três figuras. O primeiro era um homem alto, de moletom escuro que cobria sua boca. Seu rosto rígido e olhos vermelhos davam a impressão de que fora esculpido em pedra. Seu braço direito, absurdamente grande e cheio de camadas que pareciam magma sob a pele, repousava sobre a mesa como uma arma prestes a ser disparada.

Ao lado dele, um homem de pele marcada por cicatrizes negras se mantinha em silêncio. Quase toda a sua pele havia sido substituída por uma coloração mais escura, resquício de batalhas brutais que ele provavelmente não fazia questão de relembrar. Seus olhos, no entanto, estavam bem atentos, estudando os recém-chegados como se pudesse enxergar além da carne e ossos.

E, por fim, na cabeceira da mesa, estava Ezra Vael. Seu chapéu grande fazia sombra sobre parte do rosto, enquanto um tampão cobria seu olho esquerdo. Cabelos brancos caíam sobre seus ombros e a roupa padrão de caçador lhe dava um ar austero, quase indiferente. Mas quem o conhecia sabia que por trás daquela expressão neutra havia uma mente afiada, sempre analisando tudo.

Ezra levantou o olhar e, por um momento, o silêncio dominou o ambiente.

Ezra: — Então — sua voz era rouca, carregada de cansaço —, esses são os caras que causaram toda aquela confusão em todo o mundo?

Ele soltava um leve riso, num tom sarcástico.

Viktor, o homem do braço monstruoso, soltou um suspiro baixo.

Viktor: — Aparentemente. — Sua voz soou grave, arranhada. Ele olhou para Zoya de canto de olho. — E você os trouxe para cá por quê?

Zoya cruzou os braços, recostando-se na parede.

Zoya: — Porque eu não queria que ficassem perambulando lá fora e chamassem atenção.

Ezra tamborilou os dedos na mesa antes de soltar um leve "hm".

Ezra: — Bom. Então me digam. O que exatamente vocês estão procurando?

Os olhos de Kazuhiko estavam fixos nele, mas antes que pudesse responder, Ryuji se adiantou.

Ryuji: — Informações. Sobre os monstros, sobre o que está acontecendo. Sobre o que diabos vocês sabem que não nos contam e também... Uma outra informação, mas por ora, vamos deixar de lado até saber o que realmente está acontecendo.

Arjun Singh, o homem das cicatrizes negras, riu baixo, um som seco e sem humor.

Arjun: — Vocês têm muita confiança para quem está entrando no nosso território pela primeira vez.

Ibrahim, que até então estava calado, cruzou os braços.

Ibrahim: — Confiança não. Só estamos cansados de andar no escuro.

Ezra sorriu de leve, inclinando-se para frente.

Ezra: — Então vamos direto ao ponto, e o motivo de vocês todos virem pra cá nesta reunião de hoje...

Ezra se inclinava mais pra frente, desta vez com um tom um pouco mais sério que o comum.

Ezra: — Como todos sabem, houve uma explosão quase dois anos atrás, uma explosão que abalou todo o planeta como um todo, perdemos mais da 85% da população até o momento, e a maioria de quem sobreviveu estava no norte, onde a explosão teve menos impacto direto. Com isso, percebemos ao decorrer so tempo que surgiam algumas espécimes novas de criaturas nunca antes vistas, estudos nossos apontam que estes bichos são anomalias que não pertencem à este mundo, Arjun percebeu que há pequenas fendas espalhadas na região da América do Sul, fendas este que quebravam a realidade ao redor deles. Estas fendas não se fecham e muito menos são destruídos, e descobrimos que estas criaturas vem destas fendas. O motivo de qual eu reuni todos é pra fazer uma grande pergunta sobre suas mentes: Por quê isso ocorreu?

Kazuhiko ficava um pouco calado, relembrando aquele momento difícil que teve que passar na sua vida, ele dava um passo á frente.

Kazuhiko: — Nós esteve numa guerra contra os quatro cavaleiros do apocalipse, onde o objetivo deles aparentemente era vaga ah não ser pra me destruir, depois, no final da guerra, houve a explosão. E este tal de João apareceu, dizendo que ele viu nada na explosão, o que fez ele ficar louco e se plocamar o novo Messias. No entanto, conseguimos neutralizar ele de vez.

Ezra manteve os olhos fixos em Kazuhiko, avaliando cada nuance de sua expressão. O ambiente, já pesado pelo teor da conversa, parecia se tornar ainda mais sufocante.

Ezra: — Então, deixe-me ver se entendi... Você está dizendo que João, aparentemente estava esperando algo. Algo que nunca veio. Mas esse algo é oquê?

Kazuhiko permaneceu em silêncio por um momento, como se escolhesse as palavras com cautela.

Kazuhiko: — Talvez... alguém.

Viktor franziu a testa, batendo os dedos na mesa metálica.

Viktor: — Espera, espera. Estamos falando daquele João? O apóstolo? Se ele estava esperando alguém, isso significa que o tal Messias deveria ter aparecido, mas nunca veio?

Ryuji, que até então apenas observava, falou calmamente:

Ryuji: — O que significa que algo saiu do controle.

Arjun soltou um suspiro curto, visivelmente cético.

Arjun: — E qual a ligação disso com as fendas? Com os demônios atravessando realidades e com o nosso mundo desmoronando?

Kazuhiko olhou para ele, depois para Ezra. Sua expressão endureceu antes de ele finalmente dizer:

Kazuhiko: — Eu descobri que Jesus nunca foi para o céu.

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Até mesmo Zoya, que parecia sempre impassível, ergueu ligeiramente a sobrancelha.

Ezra inclinou-se para frente, entrelaçando os dedos sob o queixo.

Ezra: — E como exatamente você sabe disso?

O olhar de Kazuhiko não vacilou. Ele sabia que essa pergunta viria.

Kazuhiko: — Uma fonte confiável.

Ezra manteve o olhar nele, esperando algo mais. Quando percebeu que Kazuhiko não diria nada além disso, ele soltou uma risada baixa, sem humor.

Ezra: — Certo. Então você espera que a gente acredite nisso sem provas?

Kazuhiko: — Não espero nada. Mas pensem bem. João sabia que algo maior estava por trás da explosão, das fendas. Ele orava, esperando uma resposta. Mas e se ele não estava errado? E se ele apenas não entendeu o verdadeiro significado do que estava por vir?

O peso das palavras caiu sobre todos na sala.

Ibrahim quebrou o silêncio, sua voz soando hesitante:

Ibrahim: — Se Jesus nunca foi para o céu... onde diabos ele está?

Kazuhiko: — Eu... Acho que sei onde ele pode estar, se Jesus, que aparentemente era pra ter retornado não veio, isso significa que ele foi puxado pra uma outra dimensão, e eu vim aqui justamente procurando estas respostas, uma resposta que vai me ajudar a chegar até aonde ele poderia estar.

Ezra: — Aonde quer chegar com isso?

Kazuhiko: — Estou dizendo é que, eu quero saber como que entra no inferno.

O silêncio após as palavras de Kazuhiko foi sufocante. Ninguém esperava por aquilo.

Ezra franziu a testa, cruzando os braços.

Ezra: — Você quer o quê?

Kazuhiko sustentou o olhar firme.

Kazuhiko: — Eu quero descobrir como entrar no inferno.

Viktor soltou uma risada seca, balançando a cabeça.

Viktor: — Certo... Agora você enlouqueceu de vez.

Arjun inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

Arjun: — E por que exatamente você acha que Jesus está no inferno?

Kazuhiko fez uma pausa, escolhendo as palavras com cuidado.

Kazuhiko: — Não é isso. Jesus não está no inferno… Mas também não está no céu.

A tensão na sala aumentou.

Ibrahim: — O que você quer dizer com isso?

Kazuhiko: — Eu descobri que Jesus nunca ascendeu ao céu. Ele foi impedido. Ficou preso entre as dimensões… Entre o mundo normal e o divino. A Celestial.

Ryuji finalmente se manifestou, sua voz grave cortando o silêncio.

Ryuji: — Se ele ficou preso, significa que alguém o manteve lá.

Kazuhiko assentiu.

Kazuhiko: — Exato. E seja lá o que causou isso, está ligado às fendas, à explosão, a tudo.

Zoya tamborilou os dedos na mesa, pensativa.

Zoya: — Isso ainda não explica por que diabos você quer ir para o inferno.

Kazuhiko respirou fundo antes de responder:

Kazuhiko: — Porque a única maneira de chegar à dimensão Celestial… é atravessando o inferno primeiro.

A afirmação deixou todos desconcertados.

Ezra: — Isso não faz sentido. Como entrar no inferno nos levaria ao céu?

Kazuhiko se inclinou para frente, seu olhar carregado de convicção.

Kazuhiko: — Porque o inferno… não é o fim. É um caminho.

O silêncio era denso, quase sufocante. Wulfric, que até então permanecera quieto, pigarreou antes de falar, seu tom carregado de ceticismo.

Wulfric: — Tá bom, Kazuhiko… Digamos que isso faça algum sentido. Como você pretende entrar no inferno?

Ezra, que havia ficado pensativo, estreitou os olhos.

Ezra: — Eu sei o caminho.

Todos voltaram sua atenção para ele.

Viktor: — Como assim, você sabe?

Ezra apertou os punhos sobre a mesa, seu maxilar travado.

Ezra: — Porque um amigo meu já fez isso. Ryōshi Shogo. Ele encontrou a entrada… e nos abandonou.

Wulfric soltou uma risada sem humor, cruzando os braços.

Wulfric: — "Nos abandonou" é pouco. Ele traiu todos nós. Fingiu ser um caçador comprometido, mas no fim… ele escolheu o outro lado.

Arjun: — Então esse cara conseguiu ir para o inferno e nunca mais voltou?

Ezra balançou a cabeça lentamente.

Ezra: — Não… Ele voltou. Mas não era mais o mesmo. Ele apareceu tempos depois, diferente, mais forte. E com um propósito que ninguém entendeu.

Os olhos de Kazuhiko brilharam com uma intensidade perigosa.

Kazuhiko: — Porque ele não voltou por conta própria. Ele veio do inferno com um objetivo.

Wulfric ergueu uma sobrancelha.

Wulfric: — Que objetivo?

Kazuhiko fechou os olhos por um instante, como se estivesse se preparando para o peso do que diria a seguir.

Kazuhiko: — Ryōshi Shogo… é o meu pai.

O impacto da revelação atingiu o grupo como um soco no estômago. Ezra arregalou os olhos, confuso.

Ezra: — O quê? Hah... Agora tudo faz sentido, bem que ele me disse que ele tinha uma família que tinha que proteger não importa como.

Kazuhiko manteve o olhar fixo nele.

Kazuhiko: — E ele voltou apenas para tentar impedir o apocalipse.

O silêncio na sala ficou ainda mais pesado. Ninguém sabia ao certo como reagir àquela revelação. Ryōshi Shogo, um traidor para alguns, um homem com uma missão impossível para outros… e agora, pai de Kazuhiko.

Wulfric coçou o seu queixo, analisando Kazuhiko com um olhar afiado.

Wulfric: — Então deixa eu ver se entendi… O homem que nos abandonou, que largou tudo para ir pro inferno, voltou depois de sei lá quanto tempo… e a única coisa que ele fez foi tentar impedir o apocalipse?

Kazuhiko: — Sim.

Wulfric: — E falhou.

Kazuhiko desviou o olhar por um segundo, mas respondeu com firmeza.

Kazuhiko: — Sim... Nós falhamos.

Wulfric soltou um suspiro longo, cruzando os braços.

Wulfric: — Então ele falhou e sumiu de novo. Bela Scheiße.

Ezra lançou um olhar cortante para Wulfric.

Ezra: — Você não entende, Wulfric. Talvez ele esteja mudando. Algo que fez ele voltar completamente diferente, o inferno não é um parque de diversões qualquer, é um lugar onde a pessoa esquece quem ela é, se Ryōshi conseguiu voltar, então significa que ele está muito forte e muita força de vontade... Mas até quando isso será verdade? O inferno é completamente difícil de se entender.

Viktor: — E ainda assim, o apocalipse tá acontecendo de qualquer forma.

Kazuhiko: — Exato. E é por isso que eu preciso ir para lá. Preciso entender o que realmente está por trás disso.

Zoya, que até então observava tudo em silêncio, finalmente falou.

Zoya: — E como exatamente você pretende entrar no inferno?

Kazuhiko olhou para Ezra.

Kazuhiko: — Ele disse que sabe.

Ezra sustentou o olhar por um momento antes de soltar um longo suspiro.

Ezra: — Eu sei… Mas te levar até lá é outra história.

Kazuhiko: — Eu não estou pedindo permissão. Eu vou.

Ezra apertou os olhos, tentando medir as intenções de Kazuhiko.

Ezra: — Você está disposto a morrer por isso? Porque não há garantias de que vai voltar.

Kazuhiko não hesitou.

Kazuhiko: — Se isso significa descobrir a verdade, então sim.

Um silêncio sombrio tomou conta da sala. Todos ali sabiam que aquela não era uma decisão simples. Não era apenas uma missão suicida… era algo que poderia mudar tudo.

Wulfric bufou, balançando a cabeça.

Wulfric: — Bom… Se você tá mesmo decidido… então é melhor a gente descobrir um jeito de te preparar para o que vai encontrar lá.

Ezra respirou fundo e olhou ao redor da sala.

Ezra: — A entrada para o inferno não é um portal qualquer. Você não atravessa e pronto. Você precisa ser aceito por ele.

Arjun: — O que isso significa?

Ezra: — Significa que o inferno escolhe quem entra.

Kazuhiko sorriu de canto.

Kazuhiko: — Então nós só precisamos convencê-lo.

Ezra fechou os olhos por um momento, depois os abriu novamente, cheios de um peso que ninguém mais ali poderia entender.

Ezra: — Não é tão simples assim. O inferno é imprevisível e muito rigoroso pra quem sai e entra, ouvi dizer que existe um ser que guarda o portão, e imediatamente mata tudo aquilo que for ruim, Ryōshi no entanto, conseguiu neutralizar temporariamente a besta pra entrar

Todos ficaram em silêncio.

Kazuhiko: — Então me diga… O que eu preciso fazer pra entrar lá, sem ter chances de morrer?

Ezra hesitou por um instante antes de responder.

Ezra: — De duas, uma... Ou tu seja o próprio diabo em pessoa, ou tenha algo realmente importante para convencer a besta, pois só força bruta, é impossível sequer passar por ele.

Ezra: — Mas... Nós não podemos abandonar o lugar que a gente tanto protege ainda, temos que no mínimo, proteger tudo e matar todas essas anomalias que estão evoluindo sem parar, e descobrir um meio de fechar estas fendas, só assim... A gente vê sobre isso de inferno, Jesus e essas coisas.

Kazuhiko permanece quieto, pensando sobre, mas ele lembrava de sua mãe, e sabia que ele não ia querer que ela passase por um outro perigo.

Kazuhiko: — Justo, ainda temos que terminar a merda que a gente fez, Abrahim e eu viemos pra ajudar tudo que for possível.

Ezra sorria, agora voltando na sua posição mais relaxada, olhando pros dois.

Ezra: — Certo... Então vamos demonstrar a vocês... Como é ser um caçador, bem vindo ao time, apesar de eu ainda ter que testá-los.

Ibrahim: — Finalmente... Finalmente poderei fazer algo pra salvar o meu povo.

Viktor: — Não se emociona... A parte mais difícil é passar do teste deste psicopata.

Kazuhiko: — Pode ser teste que for, eu ainda não irei morrer até eu descobrir tudo sobre o que está acontecendo, e mudar ela!

Ezra levantava com empolgação, com um sorriso ainda mais distorcido, enquanto o seu tampa olho brilhava.

Ezra: — Ótimo! Então vamos começar agora!!

Ryuji: — Hah... Parece que alguém está bastante animado...

Zoya e Wulfric apenas observava a cena de seu suposto líder, sendo o que está mais animado disso tudo, Wulfric apenas colocava sua máscara novamente.

Zoya/Wulfric: — Имбецил / Schwachsinnig (Imbecil).

Ezra: — Então, novamente... Sejam bem vindos ao Aetherbond.

Continua no próximo capítulo.