Ato 58 - Recuperar

Oliver — Eae.

Volk — Que foi?

Oliver — Já vamos sair daqui, o inferno tá um pouco quebrado ainda, mas dá pra aguentar.

Volk — Entendi.

Oliver — O efeito das drogas já passaram?

Volk — Quantas drogas tinham no meu corpo?

Oliver — Algo entre cinquenta e cem.

Volk — Ela era algum tipo de alquimista?

Oliver — Ela é, mas esquecendo isso, aparentemente tem uma missão pra gente.

Volk — E o que eu ganho?

Oliver — Já ouviu falar de... Vampiros?

Volk — Deu até uma dor de cabeça.

Oliver — É... Como pensei, tava falando com os dragões, e tem resquícios de um humano.

Volk — E?

Oliver — Vai que tem alguma parte da tua memória lá.

Volk — Depende, eu tô livre pra matar?

Oliver — Eu vou ver ainda, mas se tudo tiver certo como foi informado, tá liberado.

Volk — Beleza, mas como a gente sai daqui?

Oliver — Pega algo pra comer e vai pra sala principal

Volk — Quanto tempo tenho?

Oliver — Dez minutos.

Volk — Show.

Volk corre rapidamente em direção a cozinha, enquantos isso, todos se reúnem mais uma vez para a rainha dos dragões abrir o portal.

Volk — Cheguei.

Oliver — Só não leva a cozinha porque não dá.

Lilian — Enfim... É isso.

Zeromath — Se precisarem de ajuda, podem chamar.

Oliver — Belezinha.

Rapidamente um grande portal vermelho se abre, e sem perder tempo, todos passam.

Volk — Que lugar é esse?

Oliver — Tá maior do que antes... Essa é a Yggdrasil.

Volk — ISSO É UMA ÁRVORE? QUANTOS METROS?

Oliver — Eu chuto quinhentos, e ela não para de crescer.

Volk — Caralho...

Oliver — Soryn, qual a situação?

Soryn — Os vampiros se rebelaram, simplesmente, do além.

Oliver — Tem alguma coisa em específico que ache que possa ter causado isso?

Soryn — Fragmentos de Luz.

Oliver — Ora... Parece que ele tá jogando seus dados novamente.

Volk — Ele quem?

Oliver — Deus.

Volk — Ele é nosso inimigo?

Oliver — Não sei ainda, temos que esperar para ver, atualmente só parece que ele quer ver os limites dos humanos.

Volk — Entendi.

Oliver — Soryn, qual a direção do reino dos vampiros?

Soryn — Seguindo no sul.

Oliver — Certo... Não vamos deixar pra depois, partiu reino dos vampiros.

Volk — Como a gente chega lá rápido?

Hestia — É só relaxar, e escutar.

Volk — Escutar?

Oliver — ABYZ!

O detetive grita chamando por seu leviathan, que na mesma hora surge do meio das nuvens, Volk vendo aquilo, se pergunta como aquele ser foi domesticado.

Volk — Que bicho é esse?

Oliver — Meu leviathan, agora, PARTIU!

Oliver e os demais pulam para cima da cabeça do Leviathan, Volk ficou surpreso no começo, mas logo em seguida se animou e os seguiu.

Volk — Esse leviathan, qual o tamanho dele?

Oliver — Você é bem curioso, né? Atualmente ela tem trezentos metros, e igual a Yggdrasil, vive crescendo.

Volk — E agora?

Panthar — AYO, CAPITÃO, TODOS ESTÃO A BORDO, GIRE O LEME PARA O SUL!

Oliver — Os seis pecados capitais viraram piratas? Pelo menos a fantasia é bonita.

Panthar — HORA DE PARTIR!

O corpo do leviathan começa a se locomover pelo céu, atravessando as nuvens

Seu tamanho não importava, a criatura era extremamente rápida e não demorou muito para chegaram ao local de caos e destruição

Todos descem de Abyz, que por sua vez, se esconde nas nuvens

Oliver observava do alto de um penhasco, os olhos analisando a confusão que tomava conta do reino dos vampiros

A rebelião havia se espalhado como fogo em palha seca, e as criaturas da noite atacavam sem distinção, buscando domínio sobre as outras raças.

Oliver — Tem corpos de elfos e alguns monstros ali, então a parada realmente é séria.

Volk — E agora?

Oliver sorriu, ele não tinha tempo para discussões ou diplomacia, havia um jeito muito mais eficiente de resolver aquilo.

Volk — EI, ESPERA AI!

Segurando Volk com sua telecinese, Oliver o ergueu no ar

O guerreiro mal teve tempo de reagir antes de ser lançado com brutalidade na direção do castelo dos vampiros.

Volk — OH CARALHO!

Seu corpo cortou os céus como um projétil, atravessando a névoa densa que pairava sobre a região antes de colidir com força no centro da cidade tomada pelo caos

A poeira se ergueu com o impacto, mas os vampiros não hesitaram.

Volk — AH... CAI PRO PAU!

Em instantes, sombras surgiram de todos os lados, avançando com velocidade sobrenatural

Olhos vermelhos brilharam na escuridão, presas reluziram à luz pálida da lua, e garras afiadas cortaram o vento enquanto uma horda de criaturas sedentas de sangue tentava esmagar Volk antes que ele pudesse reagir

Por um momento, ele sentiu o peso da pressão

As investidas eram rápidas e implacáveis, os golpes vinham de todos os ângulos, cada vampiro tentando cravar suas presas ou garras em sua carne

Mas então, como um animal feroz se adaptando à caçada, Volk ajustou sua postura.

Volk — TODOS CAÍRAM PERANTE A FORÇA DA HUMANIDADE!

Oliver — Meu Deus...

Seu corpo se moveu com fluidez, desviando de ataques mortais por centímetros, enquanto seus punhos começavam a responder com uma força avassaladora

O primeiro soco estourou o crânio de um dos vampiros, espalhando cinzas pelo ar

O segundo arremessou um inimigo contra uma parede de pedra, rachando a estrutura como vidro frágil

Volk girou no ar, desviando de uma garra, agarrando o braço do atacante e o usando para arremessar outro.

Volk — Fácil pra caralho.

Cada movimento era preciso, brutal e implacável

O chão se tingiu de sangue e pó conforme os vampiros eram destroçados um por um

No meio da carnificina, uma presença se fez sentir.

Volk — [Agora sim...]

Um silêncio repentino caiu sobre a área enquanto os vampiros sobreviventes se afastavam, abrindo espaço para a figura que surgia das sombras

Nyx — Aquele maldito...

Oliver — Tá suave, pelo o que sei os reis são fortes, e ele é um dos mais fortes, mas sinceramente, é Volk, eu testei aquele garoto, ele ganha facilmente.

O rei vampiro havia chegado.

Drácula — QUEM OUSA, ATRAPALHAR MEUS PLANOS!

Volk — A HUMANIDADE!

Alto e imponente, seus olhos brilhavam como rubis incandescentes

O sangue ao seu redor começou a se erguer, formando espinhos afiados, moldando lâminas no ar

Suas garras cresceram, retorcendo-se como lâminas de obsidiana, e suas asas se abriram, cortando o vento com um silvo mortal, sem hesitar, ele avançou.

Volk — [ELE É RÁPIDO!]

Volk reagiu no mesmo instante

O impacto do primeiro golpe fez o solo tremer

Garras contra punhos, lâminas de sangue contra uma força bruta implacável

A luta se desenrolou em um frenesi violento, com Volk se esquivando por instinto e contra-atacando com precisão destrutiva.

Drácula — SAI DO MEU REINO OU MORRA!

Volk — ME DERAM UMA MISSÃO, ENTÃO CALA A BOCA, E DESAPAREÇA!

Drácula girou no ar, lançando uma rajada de espinhos sanguíneos, mas Volk se jogou para o lado, arrancando uma pedra do chão e arremessando-a contra o vampiro.

Drácula — UMA PEDRA?

O impacto foi suficiente para deslocá-lo no ar, mas Drácula usou as asas para se recuperar e avançou novamente, garras buscando carne

O combate se intensificou, ambos trocando golpes a uma velocidade sobre-humana

Cada impacto rachava o solo, cada desvio deixava rastros cortando o ar

Os vampiros ao redor, tentava fazer algo, mas Oliver de longe os esmagava com telecinese, ficando incapazes de intervir diante da batalha titânica entre a fúria imortal de Drácula e a determinação indomável de Volk

E a luta estava apenas começando.

Volk — AINDA NÃO!

Volk não recuou, o sangue escorrendo pelo chão, as pedras quebradas ao redor e o ar denso com a energia da luta eram detalhes insignificantes para ele

Seus olhos estavam cravados em Drácula, e seu corpo se movia apenas pelo instinto da batalha.

Volk — MAIS FORTE, MAIS RÁPIDO!

Drácula ergueu as mãos, e o sangue ao seu redor se ergueu junto, formando lâminas afiadas que pairavam no ar.

Drácula — MISERÁVEL!

Com um simples gesto, ele as lançou contra Volk como um enxame de flechas mortais

Volk avançou

Suas pernas impulsionaram seu corpo para frente no momento certo, desviando das primeiras lâminas

Uma delas passou rente ao seu rosto, abrindo um pequeno corte em sua bochecha, mas ele nem piscou.

Volk — Lento demais...

Drácula — PARE DE SE GABAR!

Com um soco, ele destruiu outra no ar

Seu corpo girou, os músculos se contraíram e então, em um movimento violento, ele socou o solo com força

O impacto gerou uma onda de choque que desestabilizou Drácula por um breve momento

Foi o suficiente.

Volk — É AGORA!

Volk se lançou contra ele, os punhos cerrados como martelos prestes a esmagar tudo em seu caminho

O primeiro golpe acertou o abdômen de Drácula, dobrando o vampiro ao meio antes que ele fosse arremessado para trás.

Drácula — MERDA!

Mas Drácula não era um inimigo comum

No meio do ar, seu corpo se dissolveu em névoa carmesim, reformando-se atrás de Volk em um piscar de olhos

Suas garras brilharam e ele rasgou o espaço entre eles, mirando as costas do oponente

Volk mal teve tempo de reagir, o ataque atingiu seu ombro, rasgando carne e espalhando sangue pelo campo de batalha

Mas ao invés de recuar, ele girou com o golpe, usando o próprio movimento de Drácula contra ele

Segurando o braço do vampiro, Volk o puxou para perto e desferiu uma cabeçada brutal

O impacto ecoou pelo campo, fazendo os vampiros ao redor estremecerem

O nariz de Drácula se quebrou, mas sua expressão não mudou, ele sorriu

Os dois se separaram por um instante, os olhos trocando desafios silenciosos

Então, a verdadeira luta começou

Drácula usou sua velocidade para circundar Volk, lançando cortes rápidos, tentando abrir brechas na defesa do guerreiro

Volk, por sua vez, manteve a postura firme, bloqueando com os antebraços e desviando sempre que podia

Quando viu a oportunidade, contra-atacou com um chute giratório que acertou as costelas de Drácula, jogando-o para longe

O vampiro voou por alguns metros, mas antes de tocar o chão, usou suas asas para se estabilizar

Seu corpo flutuava sobre as ruínas ao redor, e seus olhos brilhavam com um brilho sanguinário

Ele ergueu as mãos e o sangue que havia sido derramado na batalha começou a se mover novamente, unindo-se em uma enorme lança de energia carmesim

Com um movimento rápido, Drácula disparou a lança

Volk não hesitou, ele avançou direto contra o ataque, desviando no último segundo, sentindo a energia passar a centímetros de seu rosto

Ele fechou o punho, colocando toda a sua força em um único golpe.

Volk — AQUI E AGORA!

Drácula tentou se esquivar, mas não foi rápido o suficiente... O soco acertou seu peito com força suficiente para rachá-lo, e ele foi lançado contra os destroços do castelo, quebrando paredes e pilares no impacto.

Volk — IREI SUPERAR OS MEUS LIMITES, MAIS UMA VEZ!

A poeira subiu, ocultando seu corpo por um momento

Volk esperou, respirando pesado, ele sabia que aquilo não era o fim

E estava certo

Das ruínas, Drácula emergiu, o sorriso ainda em seu rosto

Suas asas estavam rasgadas, seu corpo ferido, mas seus olhos ainda queimavam com a fúria da batalha

A luta ainda não havia acabado

Drácula arfava no fundo da cratera, seu corpo mutilado, sua regeneração incapaz de acompanhá-lo

Volk o observava do alto, os punhos ainda cerrados, o peito subindo e descendo pesadamente

A luta havia sido intensa, mas ele sabia que ainda não havia acabado

Drácula tentou se erguer mais uma vez, apoiando-se nos cotovelos, mas Volk não permitiu

Ele avançou sem hesitação, sua mão agarrando o crânio do vampiro e o puxando para cima como se ele não pesasse nada.

Volk — Fraco.

Os olhos de Drácula ainda brilhavam em um tom avermelhado, mas não havia mais a confiança de antes, apenas raiva e frustração

Ele tentou balbuciar algo, talvez um último desafio, mas Volk não lhe deu tempo

Com um rugido feroz, Volk puxou Drácula com força e desferiu uma joelhada brutal em seu abdômen

O impacto fez o vampiro cuspir sangue, seu corpo se curvando contra a dor

Antes que ele pudesse reagir, Volk girou o braço e o lançou ao ar como uma boneca de trapo

Drácula mal teve tempo de estabilizar-se com as asas danificadas antes de Volk surgir acima dele, caindo como um meteoro

O punho do guerreiro encontrou o rosto do vampiro com força suficiente para quebrar o céu noturno

O impacto jogou Drácula de volta ao chão, abrindo uma nova cratera ainda maior

Mas Volk não parou

Ele aterrissou sobre Drácula com um pisão esmagador no peito, afundando o vampiro ainda mais no solo

O rei dos vampiros gritou, sua dor ecoando pelo campo de batalha

Seus braços tentaram se mover, mas Volk já tinha levantado os punhos.

Volk — Agora... MORRA!

O primeiro esmagou seu maxilar.

O segundo rachou seu crânio.

Volk continuou, sem hesitação, sem piedade.

Raviel — Não é melhor a gente parar ele?

Oliver — Eu poderia, mas se Deus colocou a mão, não tem como reverter.

Raviel — Ah...

Cada golpe afundava o rosto de Drácula cada vez mais na rocha ensanguentada

Cada impacto espalhava sangue e ossos quebrados

O corpo imortal do vampiro se contorcia, tentando resistir, tentando regenerar, mas Volk não lhe dava tempo.

Os vampiros ao redor assistiam em horror

Seus olhos, antes cheios de fúria rebelde, agora estavam arregalados em puro terror

Eles haviam subestimado aquele guerreiro, haviam desafiado a pessoa errada

Então veio o golpe final

Volk ergueu o punho uma última vez, seu corpo inteiro tensionado, o ar ao seu redor estremeceu, e então ele desceu o soco com toda a força restante.

Volk — EXPURGO ABSOLUTO!

O impacto esmagou o crânio de Drácula contra o chão, rachando o solo ao redor

O sangue escorreu, a luz nos olhos do vampiro se apagou, e seu corpo finalmente ficou imóvel

Silêncio

O campo de batalha estava mudo. Nenhum vampiro ousava se mover

Nenhum rebelde sequer respirava alto

Eles acabaram de testemunhar algo que jamais esqueceriam

No alto do penhasco, Oliver observava

Seu olhar era impassível, mas ele sabia que aquilo era o necessário

A mensagem estava clara

Volk se ergueu, seu corpo coberto de sangue que não era dele

Ele olhou ao redor, os olhos flamejantes de determinação.

Mas de repente, o jovem desmaia em meio ao campo, Oliver puxa o corpo de Volk.

Oliver — Bom trabalho.

Hestia — PAI! OLHA ALI!

Os olhos do detetive se moveram rapidamente e em questão de segundos sua visão travou no fragmento de Luz

Desacalerando o tempo ao ponto de parecer que tudo parou, Oliver leva Volk para perto daquela fonte e quando o corpo do garoto chega perto, ambos se fundem.

Oliver — Então você provavelmente recuperou um pouco da memória... Bem, é hora de ir embora.

Com um passo rápido, o detetive volta para o penhasco e dá somente uma ordem para Hestia.

Oliver — Acabe com o resto.

Hestia — Certo... ICE STORM, GLACIAL RAIN!

Modificando as moléculas do ar acima do reino, Hestia cria uma enorme chuva de várias estacas de gelo, que eliminam completamente aquela raça.

Hestia — Menos um, mais um.