"Hoje, ao entrar no mundo além destas paredes, lembrem-se de que o sucesso não é definido pelo destino, mas pela coragem de perseguir seus sonhos, a força para se levantar após o fracasso e o coração para continuar seguindo em frente, não importa o desafio."
Eu estava no fundo do grande campo, ouvindo o discurso de valedictorian de Cole enquanto o sol se punha, lançando uma tonalidade dourada sobre a cerimônia.
Ele se formou no topo da turma, e eu não poderia estar mais orgulhosa. Naquele momento, me senti como uma mãe orgulhosa — torcendo e gritando por ele lá do fundo. Eu não me importava se todos os olhares se voltassem para mim. Deixem que olhem.
Ao meu lado, Sophie não resistiu a dar sua opinião. "É uma pena que Cole esteja se formando justo quando você está prestes a entrar no ensino médio, mocinha," ela disse, sua voz cheia daquele tom familiar de provocação.
Cruzei os braços, sorrindo confiante. "Tudo bem," rebati, jogando o cabelo sobre o ombro. "Ele é meu no final de qualquer jeito. Vamos nos casar assim que eu fizer dezoito anos. Não vai demorar muito."
Senti uma onda de excitação ao segurar o pequeno presente em minhas mãos — junto com a carta de amor que reescrevi centenas de vezes. Era isso, o momento que eu tinha imaginado por anos. À medida que o discurso de Cole se aproximava do fim, meu coração acelerava com a expectativa.
Ele estava lá em cima no palco, parecendo perfeito, capturando a atenção de todos, como sempre fazia. A multidão estava presa a cada palavra dele, mas tudo o que eu conseguia pensar era em como ele logo seria meu. Meus dedos se apertaram em torno do presente, minha oferta secreta para ele. Este era também o meu momento — o que eu estava esperando.
Sophie olhou para mim, claramente aproveitando meu desespero, mas eu não ligava. Só sabia que depois de hoje à noite, as coisas iriam mudar.
Quando tudo terminou, fiquei pacientemente na lateral.
Como sempre, havia uma multidão ao redor de Cole. Ele tinha aquela presença magnética, do tipo que atrai as pessoas sem nem precisar se esforçar. As meninas rondavam ao redor dele, oferecendo presentes, mas ele as dispensava todas.
Fiquei ali, assistindo, sentindo um orgulho crescer dentro de mim. Em alguns anos, ele seria meu. Todos praticamente já sabiam que ele era meu namorado, ou pelo menos era o que eu pensava.
Esperei meu momento, lentamente me aproximando dele. Meus olhos não se afastaram de seu rosto. Nada mais importava. Não percebi a multidão se abrindo para eu passar, nem ouvi os sussurros que me seguiam. Era só eu e Cole.
Quando nossos olhos finalmente se encontraram, um arrepio percorreu meu corpo. Meu estômago se revirou com a expectativa familiar à medida que me aproximava, cada passo me levando mais perto do momento que eu esperava. Todo o resto desapareceu.
A multidão, o barulho, o mundo — era só Cole.
"Cole," sussurrei, com a voz suave, vulnerável. "Eu te amo."
Esperei por sua reação, a esperança preenchendo cada centímetro de mim. Mas sua expressão não mudou. Seus olhos permaneceram frios, distantes. Quando ele falou, sua voz era profunda, autoritária e dolorosamente indiferente.
"Pare de me incomodar."
Congelei, minha respiração se prendendo na garganta. Sua voz ecoou pelo campo, amplificada pelo microfone preso em sua toga. Eu nem havia notado que estava ligado.
"Quantas vezes eu tenho que te dizer que não sinto nada por você? Pare de me incomodar," ele repetiu, as palavras cortando mais fundo do que qualquer rejeição anterior.
Meu coração se despedaçou. Eu estava acostumada com suas rejeições, sua indiferença. Sempre sorria diante delas, ria, fazia piadas para esconder a dor. Mas isso — isso foi diferente. Todo o campo tinha ouvido.
De repente, senti todos os olhos em mim. Os sussurros ficaram mais altos, transformando-se em risadinhas, depois em risos abertos. Meu rosto queimava de humilhação. Eu não sabia para onde olhar, onde me esconder. E Cole? Ele apenas se afastou, completamente indiferente, como se nada daquilo importasse.
"C-Cole . . ." chamei debilmente, minha voz tremendo. Eu estava acostumada com sua frieza, suas palavras duras, mas hoje, o peso da zombaria era demais. As risadas da multidão, seus sorrisos cruéis — me deixaram com náuseas.
Meu estômago revirou, e antes que eu percebesse, estava de joelhos, vomitando. O mundo ao meu redor girava enquanto as lágrimas que me recusei a derramar queimavam por trás dos meus olhos.