Após semanas de planejamento cuidadoso, tudo parecia estar se encaixando.
Meu ímpeto era imparável, e não demoraria muito para eu acumular os milhões de que precisava.
Nesse ritmo, talvez eu conseguisse até pagar o velho antes do previsto.
Esse pensamento me trouxe uma onda de satisfação — se eu quitasse minha dívida cedo, poderia exigir minha liberdade e desaparecer antes que alguém percebesse o que eu realmente estava tramando.
Eu tinha sido implacável no mercado de ações, assumindo riscos calculados com uma ferocidade que não deixava espaço para falhas.
Cada movimento era agressivo, mas preciso. Investi fundos em empresas com os maiores rendimentos, construindo um império financeiro tijolo por tijolo, passo a passo.
Ao longo do caminho, já estava esboçando o plano do meu próximo empreendimento — um negócio que garantiria meu poder por anos.
Claro, eu não estava sendo imprudente. Ninguém poderia me ligar a nada.
Eu me escondi cuidadosamente atrás de uma fachada — um investidor fictício que protegia minha identidade. Especialistas foram contratados para lidar com o trabalho tedioso, os detalhes que eu não tinha nem tempo nem paciência para lidar.
Eles não faziam ideia para quem estavam trabalhando, e era exatamente assim que eu queria.
Tudo estava se encaixando, e quando chegasse o momento, eu desapareceria como um fantasma, deixando apenas um rastro de poeira atrás de mim.
A grande revelação viria — mas a essa altura, eu já estaria bem longe.
Uma risada escapou dos meus lábios enquanto eu imaginava isso — meu futuro finalmente estava ao alcance. Eu quase conseguia vê-lo: uma vila pitoresca banhada de verde, o ar fresco e limpo, longe do drama sufocante da cidade. Lá, eu envelheceria graciosamente em uma cabana aconchegante, cercada por flores silvestres, árvores imponentes e o suave farfalhar de animais.
Uma vida simples. A vida com a qual sempre sonhei, mas nunca acreditei realmente que poderia alcançar.
~RiiIinNgG!~
O toque repentino e irritante do meu telefone me trouxe de volta à realidade. A tela mostrava um número desconhecido. Hesitei por um momento, então atendi.
"Alô?"
"Eve? É Lina," veio a voz do outro lado.
"Lina?" perguntei, pego de surpresa. "Como você conseguiu meu número?"
Era uma pergunta boba, na verdade. Ela tinha os meios para encontrar o número de qualquer pessoa se quisesse.
"Sabe de uma coisa? Deixa pra lá. Por que você me ligou?" eu pressionei, guiando a conversa de volta aos trilhos.
"Eu só queria agradecer pelo presente."
"Ah, isso," respondi, fingindo indiferença casual. Na verdade, o presente foi uma decisão de última hora, um pedido de desculpas em nome do comportamento de Sophie naquela última função. Um gesto simples, mas que significava algo mais.
No mundo deles de alta sociedade, tais cortesias eram esperadas. Mas para mim, sempre havia um motivo por trás das gentilezas.
Aproximar-me de Lina não era apenas por aparência. Eu tinha um plano. Quando Sophie e Cole finalmente anunciassem o noivado, a influência de Lina seria inestimável. Eu a queria do meu lado — uma aliada quando as coisas inevitavelmente dessem errado. Com Lina ainda me favorecendo, ela poderia tornar a vida de Sophie insuportável entre os Fays.
Não que eu planeje ficar por perto para ver tudo acontecer. Naquela altura, eu já estaria bem longe. Mas o pensamento ainda me fazia sorrir. Eu sou mesquinho, afinal.
A fricção entre Lina e Sophie já estava borbulhando sob a superfície. Tudo o que precisava era um empurrão, e aquela pequena faísca poderia acender um incêndio furioso.
E eu estava mais do que disposto a atiçar as chamas.
Como Lina já tinha uma coleção de itens caros e luxuosos, decidi por algo mais pessoal — um retrato em aquarela feito à mão dela e de Dylan. Nem era tão bonito, para ser honesto. Eu fiz apressadamente, mal dando a atenção que provavelmente merecia, mas achei que serviria ao propósito.
No mundo deles de luxo, às vezes os presentes mais simples tinham mais peso.
"Estou ligando para retribuir o favor pelo presente," a voz de Lina ecoou na linha.
Levantei uma sobrancelha, meio divertindo. Não havia nada de especial no retrato, nada que valesse um grande gesto. Eu não estava à procura de favores. Então, recusei educadamente.
"Realmente não é necessário," eu disse, meu tom casual.
"Por favor, não diga não. Vai ser apenas um almoço simples. Você sabe, para nos conhecermos melhor. Logo seremos família, certo?"
Mordi o lábio.
Um almoço? Eu duvidava que essa fosse sua verdadeira intenção. Lina não era do tipo que jogava de forma tão direta. Não, ela provavelmente tinha algo mais em mente.
Meu palpite era que isso não se tratava de mim — era sobre Dylan. Ela queria alguém com quem falar sobre seus sentimentos por ele. Alguém que não a julgasse, e talvez . . . eu fui a primeira pessoa que percebeu seus sentimentos sem dizer uma palavra.
Fazia sentido, realmente. No mundo rígido em que vivia, não havia espaço para vulnerabilidade, ninguém em quem pudesse confiar com questões tão delicadas. Eu tinha visto a forma como ela olhava para Dylan, como sua guarda abaixava quando ele estava por perto. E talvez, apenas talvez, ela tivesse sentido que eu entendia. Que eu não me importava em fuçar ou julgar, mas simplesmente aceitava.
Ainda assim, recusar um convite de um Fay nunca era uma opção. Havia um jogo a jogar, e recusar seu convite levantaria mais perguntas do que eu gostaria de responder.
"Está bem, então," eu concordei, minha voz medida. "Só almoço."
Ao desligar, não pude deixar de sorrir. Isto não era apenas um almoço — era uma jogada em um jogo maior. Lina não tinha ideia de que, enquanto ela buscava conforto sobre Dylan, eu estava silenciosamente fazendo meus próprios planos.
Sim. Era muito pessoal. Eu só queria garantir que ela odiasse Sophie mais do que eu, para quando chegasse a hora, o casamento de Sophie com os Fays fosse um inferno vivo.
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