Chapter 13 – The Forging of the Leviathan

A batalha com Alistair Voss ainda era um espectro no horizonte, mas Edmund sabia que o tempo para se preparar era curto. Sua frota precisava ser forjada não apenas com metal e madeira, mas com o sangue, suor e determinação daqueles que a construiriam. Nos estaleiros de Blackstone, o caos organizado da construção naval zumbia sob seu olhar atento. A cada golpe de martelo, cada prancha instalada e cada vela levantada, ele via o reflexo do futuro que estava moldando. E no centro de tudo estava o Leviatã.Edmund assistiu do alto de uma plataforma de madeira, vendo sua criação tomar forma. O nome não foi escolhido por acaso. Em sua juventude, ele ouvirá lendas sobre o Leviatã, a besta do abismo, o senhor dos oceanos. Marinheiros antigos sussurravam que ele devorava frotas inteiras, seu corpo maior do que qualquer embarcação conhecida. O Leviatã era o terror das profundezas, uma força que não podia ser detida, apenas temida. Agora, seria mais do que um mito. Seria real. E navegaria sob sua bandeira. A construção do Leviatã progrediu com uma precisão quase ritualística. Seu casco, mais robusto do que qualquer outro já construído em Blackstone, foi reforçado com placas de ferro fundido, em camadas como escamas. Sua imponente estrutura trazia inscrições gravadas à mão - símbolos que os ferreiros alegavam que trariam proteção contra o infortúnio. Os marinheiros murmuravam que o navio estava vivo, que podia sentir cada prego cravado em sua madeira, que sua alma já estava despertando sob a sombra de seu mastro colossal. Edmund também sentiu. Por mais pragmático que afirmasse ser, ele não podia ignorar a sensação de que havia criado algo que transcenderia a guerra. O Leviatã não era apenas um navio. Foi um presságio. Uma promessa. Um monstro que engoliria aqueles que ousassem desafiar seu domínio sobre os mares. Mas mesmo diante dessa grande visão, a sombra da dúvida espreitava em sua mente. Ele dormiu pouco desde sua vitória sobre Kael Varros e, quando o fez, seus sonhos foram inquietos. Ele viu sua frota afundando, seus homens sendo engolidos pelas ondas e o próprio Leviatã sendo arrastado para as profundezas - como se o mar, com ciúmes, quisesse recuperar o que Edmund estava tentando tomar. Ele não temia Alistair Voss. Ele respeitava sua reputação, mas sabia que o homem sangrava como qualquer outro. O verdadeiro inimigo era o tempo. Cada dia sem batalha era um dia em que Voss poderia reunir mais forças, um dia em que as marés poderiam se voltar contra ele. Edmund se perguntou se estava ficando impaciente, se sua sede de conquista o estava cegando para os riscos. Mas ele não podia parar agora. Andando pelos estaleiros, ele observou os homens e mulheres que moldavam sua frota - carpinteiros, ferreiros, marinheiros - todos trabalhando com um fervor quase religioso. Eles acreditaram nele. Eles acreditavam que estavam construindo algo maior do que eles mesmos. Edmund sabia que não poderia decepcioná-los. Naquela noite, quando o último canhão foi instalado no Leviatã, Edmund subiu no convés e colocou a mão no mastro central. A madeira ainda estava quente do trabalho árduo do dia. Um arrepio percorreu sua espinha, como se ele estivesse tocando seu próprio destino.— Que os deuses dos mares nos vigiem — murmurou para si mesmo antes de erguer os olhos para o horizonte. O Leviatã estava pronto. E ele também.