DÚVIDAS,A CRIANÇA PERGUNTA.

Embora atualmente eu não seja um cara muito sentimental, ou que se permita se importar com isso, quando criança eu tinha uma curiosidade sobre as coisas fora do normal. Acordei novamente para brincar com meus carrinhos e, nisso, escutei o famoso e inconfundível grito de meu tio: "Ô, Zé! Olho de boi!" Era assim que ele se referia à minha mãe. Nunca entendi o porquê disso, mas achava engraçado, e minha mãe não se importava, já que meu tio era irmão dela e morava perto da gente. Sempre que ele me via, me dava algum brinquedo para eu brincar, já que eu era criança e não tinha ninguém para brincar. Eu ganhava muitos presentes.

Fora isso, algo me assustava quando criança, e só fui descobrir o motivo disso no momento em que conheci meu tio. Ele plantava muitas coisas, como banana, e na época lembro que havia plantado muito milho. Só que minha mãe estava fazendo almoço e pediu para que eu fosse chamar meu tio. Eu obedeci e fui chamá-lo. Durante o caminho, avistei algo muito diferente do normal: era um espantalho de chapéu que se mexeu. Lembro que corri o máximo que pude, e, durante o momento em que estava correndo, deparei-me de frente com uma cobra toda preta que passava tranquilamente. Foi quando eu tripliquei meu grito e saí correndo até não aguentar mais. Desde aquele dia, fiquei um bom tempo sem ir chamar meu tio no fundo do quintal, já que lá tinha aquele espantalho sinistro que, de certo modo, parecia estar de olho em mim, e aquela cobra gigantesca que parecia mais uma anaconda.