TDA ,O SURGIMENTO DE UM GÊNIO?

Quando criança, sempre tive uma imaginação fértil e dinâmica, mas também entendia a dimensão do mundo ao meu redor. Aos quatro anos, já sabia ler palavras complexas e passava horas lendo livros sobre geografia, história e até mesmo língua portuguesa. Sempre tive um fascínio pelo mundo em que habitamos, seja por sua forma única de nos ensinar lições inesquecíveis, seja pelas situações inesperadas que ele nos proporciona.

Desde pequeno, tinha uma facilidade incrível para aprender e fazer tudo o que quisesse. Atualmente, sei desenhar, escrever com as duas mãos e chutar com as duas pernas, tornando-me ambidestro. No entanto, quando criança, eu me sentia extremamente entediado na escola. Tudo parecia tão chato! Enquanto meus colegas prestavam atenção, tentando aprender algo que, no futuro, talvez esquecessem ou nem soubessem por que era importante, eu ficava inquieto.

Aquela rotina sufocante me deixava impaciente, e eu fazia de tudo para chamar a atenção dos meus amigos – até que, inevitavelmente, algum deles se irritava comigo. Certa vez, provoquei um colega até ele se levantar para me bater. Começamos a brigar, e a sala inteira ficou eufórica, animada com a confusão. Para mim, era apenas uma forma de sair da monotonia e testar minhas habilidades.

Ao fim de cada briga, eu era repreendido e, ao mesmo tempo, zoado pelos meus "amigos". Mas a diretora era um amor de pessoa. Ela me compreendia. Eu passava mais tempo na diretoria do que na sala de aula. Me davam atividades fáceis, esperando que eu levasse tempo para resolvê-las, mas eu terminava rapidamente e ficava sem nada para fazer. Então, a diretora me levava para comer no terraço da escola.

A escola em que eu estudava era enorme. Lembro que havia um borboletário e um escorregador de madeira gigante. Enquanto meus colegas estavam na sala estudando, eu passava pelo corredor e ria, vendo meu reflexo no vidro da porta, sabendo que, enquanto eles estavam presos nas aulas, eu estava lá em cima, comendo tranquilamente.

Sempre tentavam ligar para minha mãe, mas ela vivia trabalhando. Minha agenda ficava cheia de reclamações:

— "Seu filho brigou."

— "Seu filho quebrou a régua do colega."

— "Mãe, por favor, venha buscar seu filho mais cedo, pois temos horários de funcionamento."

No fim, quase sempre era um conhecido que ia me buscar. Meu pai também trabalhava muito. Me lembro de, algumas vezes, ver outras crianças de mãos dadas com seus pais, sorridentes, me dando tchau, enquanto eu ficava sentado no meio-fio, esperando alguém vir me buscar.