Prova de Fogo

O amanhecer chegava devagar, pintando o céu com tons suaves de rosa e laranja que se infiltravam pelas copas das árvores altas da floresta. O orvalho brilhava no musgo como pequenas pérolas, refletindo a luz tímida que começava a aquecer a clareira onde o grupo de aventureiros havia acampado. O ar fresco carregava o cheiro úmido da terra, misturado às cinzas frias da fogueira que restava da noite anterior, um montinho de brasas apagadas que ainda exalava um leve aroma de madeira queimada. Thomas acordou com o som distante de um pássaro chilreando, o corpo dolorido da batalha desajeitada contra os quatro goblins na véspera. Ele se sentou devagar, esfregando os olhos com as costas da mão, sentindo os músculos protestarem enquanto pegava suas espadas curtas. O metal frio contra suas palmas calejadas era um lembrete do que estava por vir, e ele respirou fundo, tentando domar o nervosismo que borbulhava em seu peito.

Ao seu redor, o grupo começava a despertar. Gareth já estava de pé, esfregando a coxa ferida com uma careta, o curativo improvisado de Mira manchado de vermelho seco. Lyanna se levantou em seguida, os cabelos pretos desgrenhados caindo sobre os ombros enquanto verificava sua varinha, os dedos traçando as runas com um cuidado quase reverente. Mira, sentada em um tronco, guardava seu livro sagrado na bolsa, o rosto sereno contrastando com os hematomas visíveis em seus braços. Thomas os observou por um momento, sentindo uma mistura de admiração e insegurança, antes de se juntar a eles em torno das brasas da fogueira. O calor residual era fraco, mas suficiente para aquecer o ar gelado que os envolvia, e o grupo se reuniu em silêncio, os cortes e arranhões da luta anterior ainda latejando em seus corpos.

Gareth quebrou o silêncio, a voz grave ecoando na clareira. "A gente precisa falar sobre ontem. Aquela luta contra os quatro goblins foi um desastre. Se não melhorarmos, esse acampamento vai nos engolir inteiros." Ele se inclinou para frente, apoiando as mãos nos joelhos, os olhos castanhos fixos nos companheiros.

Lyanna assentiu, tamborilando os dedos na varinha. "Eu sei. Meus feitiços tavam uma bagunça. Quase acertei você, Gareth, com aquela bola de fogo. Preciso melhorar minha mira, ou vamos ter mais problemas do que goblins."

Thomas baixou o olhar para suas espadas, o peso delas parecendo maior do que nunca. "Eu travei," admitiu, a voz saindo baixa, quase engolida pela culpa. "Quando vi o goblin vindo, hesitei. Quase levei um golpe na cara por causa disso. E você, Gareth, ficou com os flancos abertos pra qualquer um atacar."

Gareth grunhiu, concordando com um aceno relutante. "É verdade. Eu tava tão ocupado bloqueando na frente que esqueci os lados. E você, Mira, demorou pra curar. Se tivesse sido mais rápida, eu não teria sangrado tanto."

Mira inclinou a cabeça, um sorriso suave nos lábios apesar da crítica. "Vocês estão certos. Fiquei nervosa vendo tanto sangue e demorei a reagir. Vou tentar ser mais rápida hoje."

Eles continuaram discutindo por alguns minutos, apontando falhas e buscando soluções. Gareth ergueu a mão, sugerindo com firmeza: "A gente precisa de comandos simples pra se organizar. Tipo 'frente' pra avançar juntos, ou 'fogo' pra você atacar, Lyanna. Sem sincronia, somos alvos fáceis."

Lyanna bateu a varinha contra a palma da mão, os olhos brilhando com uma ideia. "Eu posso usar minha magia pra criar distrações ou emboscadas. Uma bola de fogo bem colocada pode espalhar eles antes mesmo de começarmos."

"Eu fico na retaguarda," disse Mira, a voz calma mas decidida. "Se mantivermos a formação, posso curar vocês rapidinho. Mas precisamos ficar juntos."

Thomas, sentindo o peso do olhar deles, respirou fundo e arriscou: "E se eu flanqueasse os goblins enquanto você os distrai, Gareth? Podia tentar pegar eles desprevenidos." Sua voz tremia um pouco, mas havia determinação ali, um desejo de provar que podia ser mais do que o novato hesitante da noite anterior.

Gareth deu um tapa na coxa — e logo fez uma careta de dor por causa do ferimento — antes de sorrir. "Boa ideia, Thomas. Vamos praticar isso agora, antes de ir. Não quero mais surpresas."

O grupo se levantou, aproveitando a clareira para treinar. Gareth e Thomas se posicionaram no centro, o guerreiro erguendo o escudo enquanto Thomas se movia para o lado, buscando o melhor ângulo. "Vem por trás quando eu bloquear," instruiu Gareth, simulando um golpe com a espada. Thomas avançou, hesitando por um instante antes de acertar um golpe imaginário, ajustando os pés para não tropeçar na grama úmida. Eles repetiram o movimento algumas vezes, o som de botas esmagando o musgo misturando-se ao tilintar do escudo de Gareth.

Enquanto isso, Lyanna se afastou alguns metros, mirando um tronco caído. Ela murmurou palavras mágicas, e uma bola de fogo voou de sua varinha, explodindo contra a madeira com um estrondo. Faíscas dançaram no ar, o cheiro acre de madeira queimada enchendo a clareira enquanto ela ajustava a mira, lançando outra esfera flamejante que acertou o alvo com mais precisão. "Tá melhorando!" gritou ela, um sorriso orgulhoso no rosto.

Mira se aproximou de Thomas, erguendo a mão. "Vamos tentar sinais," disse, mostrando a palma aberta. "Isso é pra cura." Ela fechou o punho. "E isso pra bênção. Se precisar, é só me chamar." Thomas assentiu, repetindo os gestos até gravá-los, sentindo um fio de confiança crescer.

Após a prática, Lyanna guardou a varinha no cinto e bateu as mãos. "Certo, o plano é esse: exploramos o acampamento furtivamente, pegamos as sentinelas em silêncio, e depois atacamos o grupo principal com uma emboscada. Gareth na frente, Thomas flanqueando, eu com fogo à distância, e Mira nos mantendo vivos. Vamos?"

Com um aceno coletivo, eles começaram a jornada pela floresta. O terreno era traiçoeiro, com raízes expostas que pareciam agarrar suas botas e arbustos farfalhando ao vento, o som constante mantendo-os alertas. Gareth liderava, os passos pesados abafados pela vegetação densa, o escudo balançando nas costas. Thomas o seguia, as espadas batendo contra suas coxas, o coração acelerado com cada ruído. Lyanna vinha atrás, os olhos atentos, e Mira fechava o grupo, o livro sagrado seguro contra o peito. O cheiro de terra úmida e folhas podres enchia o ar, misturado ao suor que escorria pelas costas de Thomas enquanto avançavam em silêncio, a tensão pesando como uma segunda armadura.

Após uma hora de caminhada cautelosa, avistaram dois goblins sentinelas patrulhando a borda do acampamento. Eram criaturas pequenas, com pele verde-acinzentada, orelhas pontudas e olhos amarelos que brilhavam na penumbra. Carregavam cimitarras enferrujadas, as lâminas refletindo a luz fraca do amanhecer, e se moviam em padrões erráticos, grunhindo entre si. O grupo se agachou atrás de um grupo de árvores, o coração de Thomas batendo tão forte que ele temia que os goblins pudessem ouvi-lo.

"Precisamos pegá-los sem barulho," sussurrou Mira, os olhos fixos nas criaturas.

Gareth assentiu, virando-se para Thomas. "Você e eu. No meu sinal, atacamos juntos. Fique firme." Ele ergueu a mão, esperando o momento em que os sentinelas se afastaram um do outro.

Eles avançaram agachados, o cheiro de terra úmida misturado ao suor aumentando a adrenalina que corria pelas veias de Thomas. Ele sentia o coração na garganta, as mãos suadas agarrando as espadas com força. Quando Gareth abaixou a mão, eles saltaram. Gareth avançou como uma avalanche, o escudo erguido, e golpeou o primeiro sentinela com um impacto que ecoou como um trovão abafado. O goblin cambaleou, atordoado, e Gareth terminou o serviço com um golpe rápido da espada, o sangue verde escorrendo pela lâmina.

Thomas correu para o segundo, o goblin virando-se com um grunhido de surpresa. Ele ergueu a espada direita, mirando o peito da criatura, mas o golpe saiu torto, cortando apenas o ar enquanto o goblin se esquivava com uma agilidade inesperada. A cimitarra do inimigo veio em resposta, rápida e desajeitada, raspando o braço de Thomas e arrancando um gemido de dor. O sangue quente escorreu pela manga, mas ele se recuperou, girando o corpo e cravando a espada esquerda no flanco do goblin. A lâmina afundou com um som úmido, e a criatura caiu com um guincho abafado, o sangue verde manchando a terra.

Gareth deu um tapa no ombro de Thomas, quase o derrubando. "Bom trabalho, mas cuidado com o balanço. Vamos." Eles arrastaram os corpos para trás das árvores, escondendo-os entre os arbustos, e avançaram até a borda da clareira.

O acampamento goblin se revelou à frente: uma área aberta cercada por árvores altas, com tendas de peles mal costuradas espalhadas ao redor de uma fogueira central fumegante, o cheiro acre de carne queimada subindo no ar. Nove goblins normais estavam espalhados pela clareira — alguns dormindo sobre peles sujas, outros roendo pedaços de carne crua com dentes afiados, e dois afiando armas enferrujadas com pedras. Uma cabana maior, feita de madeira tosca e peles, destacava-se ao fundo, a porta entreaberta revelando sombras escuras no interior.

O grupo se posicionou estrategicamente. Gareth e Thomas se esconderam atrás de uma rocha grande, o guerreiro ajustando o escudo enquanto Thomas segurava as espadas com dedos trêmulos. Lyanna deslizou para trás de arbustos espessos, a varinha já brilhando com um leve tom alaranjado. Mira ficou atrás de uma árvore caída, o livro sagrado aberto em suas mãos, os olhos fixos nos companheiros. Eles trocaram olhares, respirando fundo para acalmar os nervos, o som da respiração abafado pelo farfalhar das folhas ao vento.

Lyanna ergueu a varinha, os olhos focados na fogueira central. "Agora," sussurrou Gareth, a voz firme. Ela murmurou palavras mágicas, o ar ao seu redor crepitando, e uma bola de fogo voou como um cometa, explodindo na fogueira com um estrondo ensurdecedor. Chamas e brasas se espalharam pelo acampamento, incendiando tendas e levantando uma nuvem de fumaça acre. Os goblins gritaram, saltando em confusão, suas vozes agudas cortando o ar enquanto o caos se instalava.

Gareth avançou como um touro, o escudo à frente, o metal reluzindo à luz das chamas. "Pela guilda!" bradou, atraindo os olhares dos goblins. Três deles correram em sua direção, as cimitarras erguidas, os olhos amarelos brilhando com fúria selvagem. O primeiro golpe veio rápido, a lâmina cortando o ar com um silvo. Gareth bloqueou com o escudo, o impacto reverberando em seu braço como um sino, mas o segundo goblin aproveitou a brecha, deslizando para o lado e cravando a cimitarra em sua perna esquerda. A armadura amorteceu parte do golpe, mas a lâmina cortou fundo, o sangue escorrendo em um fio vermelho que manchou a terra. Gareth grunhiu, a dor queimando como fogo, mas girou o corpo, a espada traçando um arco amplo que decapitou o goblin com um golpe preciso. A cabeça rolou pelo chão, os olhos ainda abertos em choque, enquanto o corpo desabava com um baque surdo.

Thomas flanqueou pela esquerda, o coração disparado enquanto corria entre as tendas em chamas. Dois goblins o avistaram, grunhindo e avançando com cimitarras erguidas. Ele esquivou do primeiro golpe, o vento da lâmina passando rente ao seu rosto, o cheiro metálico do sangue goblin já impregnando o ar. O segundo goblin foi mais rápido, a cimitarra acertando seu ombro com um impacto que o jogou contra uma tenda em colapso. O tecido rasgou sob seu peso, e ele caiu entre peles e ossos, a dor explodindo em seu braço como uma chama viva. O goblin riu, um som gutural e cruel, erguendo a arma para outro golpe, mas Thomas rolou para o lado, a adrenalina o impulsionando. Ele se levantou com um grito, cravando a espada direita na garganta da criatura. O sangue verde jorrou como uma fonte, quente e pegajoso, espirrando em seu rosto enquanto o goblin gorgolejava e caía.

Lyanna, entre os arbustos, apontou a varinha para um goblin que corria em direção a Gareth pelas costas. "Fogo!" gritou, mas o feitiço saiu torto, a bola de fogo voando desajeitada e explodindo contra o chão, levantando terra e cinzas. "Droga!" xingou ela, o suor escorrendo pela testa. Gareth desviou por um triz, o calor passando perto de seu ombro. "Cuidado, Lyanna!" bradou ele, enquanto ela ajustava a mira, os dedos tremendo. Outro feitiço voou, acertando o goblin em cheio. As chamas o envolveram, a pele verde borbulhando enquanto ele gritava, caindo em um monte ardente que espalhou o cheiro de carne queimada pelo ar.

Mira correu até Gareth, as mãos brilhando com uma luz suave. "Que a luz cure!" entoou, a voz trêmula mas firme, e a luz envolveu a perna ferida dele, o sangramento diminuindo enquanto a pele se fechava lentamente. Gareth assentiu em agradecimento, voltando ao combate com um grunhido. Ela então viu Thomas, ainda lutando contra o segundo goblin, que o atacava pelas costas enquanto ele limpava o sangue do rosto. "Thomas!" gritou ela, correndo até ele. O goblin ergueu a cimitarra, mas Gareth girou, acertando-o com o escudo em um golpe lateral que o lançou contra uma rocha. Ossos estalaram, e a criatura ficou imóvel. Mira alcançou Thomas, tocando seu ombro ferido com mãos brilhantes, a dor diminuindo enquanto a luz fazia seu trabalho. "Fica firme," disse ela, ofegante.

A luta virou um redemoinho de caos. Quatro goblins cercaram Gareth, suas cimitarras tilintando contra o escudo em uma cacofonia de metal. Ele bloqueava com fúria, o suor escorrendo pelo rosto, mas os golpes vinham de todos os lados. Um deles cortou seu braço direito, a lâmina rasgando a manga e deixando um fio de sangue escorrer. Outro acertou suas costas, o impacto o fazendo cambalear, o escudo quase escorregando de suas mãos. "Thomas, ajuda!" rugiu ele, a voz rouca de desespero.

Thomas, vendo Gareth em apuros, correu para o flanco, o cheiro de sangue e fumaça sufocando seus pulmões. Ele atacou um goblin pelas costas, a espada esquerda perfurando seu flanco com um som úmido. O goblin guinchou, caindo, mas outro se virou para Thomas, a cimitarra mirando seu pescoço. Ele se abaixou por instinto, a lâmina cortando o ar acima de sua cabeça, e rolou para o lado, levantando-se com um golpe ascendente que arrancou a perna da criatura. O goblin caiu, e Thomas terminou com um golpe na cabeça, o crânio cedendo com um estalo nauseante.

Lyanna, exausta de lançar feitiços menores, canalizou sua energia para algo maior. Ela ergueu a varinha, os olhos brilhando com intensidade, e murmurou palavras antigas, o ar ao seu redor crepitando com calor. Uma explosão de fogo irrompeu do chão, como um vulcão em miniatura, incinerando dois goblins que avançavam em sua direção. As chamas rugiram, o calor intenso queimando as tendas próximas, e o cheiro de carne carbonizada encheu o ar. Ela caiu de joelhos, ofegante, o rosto pálido enquanto o esforço a drenava.

Mira correu até ela, ajudando-a a se levantar com mãos trêmulas. "Você está bem?" perguntou, preocupada. Lyanna assentiu, mas mal conseguia ficar de pé. Enquanto isso, Gareth enfrentava o último goblin que o cercava, bloqueando um golpe com o escudo, mas a força o fez recuar. O goblin tentou flanqueá-lo, a cimitarra mirando seu flanco exposto, mas Thomas, vendo o perigo, correu e interceptou o golpe com sua espada direita. As lâminas se chocaram, faíscas voando, e ele empurrou o goblin para trás, dando espaço para Gareth acertar um golpe final com a espada longa. A lâmina cortou o peito da criatura, o sangue verde manchando a terra enquanto ela caía.

O último goblin, isolado e em pânico, correu para Thomas, os olhos amarelos arregalados de fúria. Ele ergueu a cimitarra com as duas mãos, um golpe desajeitado mas poderoso, e Thomas tentou bloquear com ambas as espadas, cruzando-as em um X. O impacto o fez recuar, os braços tremendo, e o goblin aproveitou para chutar sua perna, quase o derrubando. A dor subiu como uma onda, mas Thomas gritou, girando o corpo e cravando a espada esquerda no peito do goblin. A criatura gorgolejou, caindo aos seus pés, e o silêncio tomou a clareira, quebrado apenas pela respiração pesada do grupo.

Eles se reuniram entre os corpos, feridos e ofegantes, o chão coberto de sangue verde e vermelho, armas quebradas e tendas queimadas. Gareth limpou a espada na grama, apoiando-se no escudo, o rosto pálido de exaustão. Thomas guardou as espadas, as mãos trêmulas enquanto esfregava o ombro dolorido, o sangue seco grudando na pele. Lyanna se sentou na terra, a varinha largada ao seu lado, o peito subindo e descendo rápido. Mira se ajoelhou entre eles, as mãos brilhando enquanto curava os cortes mais graves, o suor escorrendo por sua testa.

"Conseguimos," murmurou Gareth, a voz rouca enquanto limpava o suor da testa com o dorso da mão. Eles trocaram olhares, o alívio misturado à exaustão, um sorriso fraco surgindo nos rostos machucados.

Mas então, gemidos baixos vieram da cabana maior. O grupo trocou olhares alarmados, as armas novamente em punho enquanto entravam cautelosamente. Dentro, o ar era úmido e fétido, o chão coberto de peles podres. No centro, amarrado a um poste tosco, estava um menino de cerca de 10 anos, os cabelos castanhos sujos caindo sobre os olhos arregalados de medo. Seu corpo magro estava coberto de hematomas e cortes, as cordas ásperas cortando seus pulsos até sangrar.

Mira se aproximou gentilmente, as mãos brilhando com luz curativa. "Está tudo bem, você tá seguro agora," disse, a voz suave enquanto a luz fechava os ferimentos menores, a pele roxa começando a clarear. Thomas cortou as cordas com uma espada, o menino caindo em seus braços, tremendo incontrolavelmente.

"Obrigado," sussurrou o garoto, a voz rouca e fraca. Ele agarrou a manga de Thomas, os olhos marejados. "Mas cuidado… o grande… ele vai voltar."

Antes que pudessem perguntar mais, um rugido grave ecoou atrás deles, fazendo o chão da cabana tremer. O grupo se virou, as armas erguidas, e uma figura imensa bloqueou a entrada. Era um hobgoblin, musculoso e imponente, a armadura de couro reforçada rangendo com cada passo. Ele segurava uma clava cravejada de pregos, a madeira escura manchada de sangue seco, e seus olhos vermelhos brilhavam com uma fúria primal. O cheiro de suor rançoso e metal o acompanhava, uma presença que enchia o ar com ameaça.

O grupo, já sem forças, trocou olhares desesperados. Gareth ergueu o escudo com dificuldade, Lyanna agarrou a varinha com mãos trêmulas, Mira segurou o livro sagrado como um escudo, e Thomas apertou as espadas, o coração disparado. O hobgoblin avançou, a clava arrastando no chão com um som sinistro que ecoava como um trovão.