Capítulo 4 – Sombras em Movimento

O frio da noite não quis nada para mim. Eu caminhava pela estrada de terra batida, meus passos ressoando no silêncio absoluto d

Mas o mundo não tinha escolha.

Eu estava voltado.

E a primeira coisa que eu faria era encontrar os Cavaleiros Carmesins.

Os Sussurros da Noite

A cidade mais próxima ficou a três dias de viagem a pé. Mas para mim, o tempo não era mais um problema. Eu não sinto cansaço. Meu corpo se move sem esforço, como se uma força invisível me guiasse. Eu sabia que algo dentro de mim havia mudado, mas ainda não compreendia completamente o que era.

A floresta densa ao redor da estrada ficou tomada por um silêncio anormal. Nenhum som de corujas, nenhum farfalhar de folhas ao vento.

Eu não estava sozinho.

Continuei andando, sem demonstrar hesitação.

Então, senti.

Um deslocamento no ar. Um sussurro abafado.

A lâmina veio rápida, cortando a escuridão.

Minha mão se atrai instintivamente, agarrando a espada pelo fio. O aço orgânico rasgou minha pele, mas não senti dor.

Olhei para a sombra entre as árvores.

— Você vai morrer! — minha voz é tão fria, sem emoção.

O atacante não respondeu.

Ele saltou para trás, girando outra lâmina na mão esquerda. A luz da lua iluminou sua máscara de couro negro. Um assassino.

Meus lábios se curvaram em um sorriso sombrio.

— Então já sabem que voltei.

Ele avançou sem hesitação, veloz como uma víbora.

Mas agora, eu era mais rápido.

Meu corpo se moveu sozinho, como se estivesse sendo guiado por algo além da minha consciência. No momento em que ele atacou, eu já estava atrás dele.

Os olhos dele se arregalaram de surpresa.

Minhas mãos se fecharam ao redor do seu pescoço. Ele se debateu, tentando escapar, mas era inútil. Havia uma força obscura dentro de mim, algo que se alimentava da sensação de controle absoluto sobre a vida alheia.

A sombra dentro de mim se agitou.

Eu poderia esmagá-lo pelo mesmo.

Mas não.

Afrouxei a pressão o suficiente para que ele pudesse respirar.

— Quem mandou você?

Ele transferiu, mas seu corpo tremia. O medo estava consumindo sua coragem.

— Os Cavaleiros... Carmesins... — ele sussurrou, engasgando.

Minhas mãos se apertaram levemente.

— Por quê?

— Eles descobriram... do massacre... descoberto que um corpo desapareceu...

Então era isso.

Eles não tinham certeza de que eu estava vivo. Mas desconfiavam.

Minha risada foi baixa, quase uma inspiração.

— Boa tentativa. 

Os olhos do assassino se arregalaram quando minha mão brilhou por um instante. O sangue seco em meus dedos pulsou, e então as sombras se enrolaram ao redor do seu pescoço.

Ele tentou gritar, mas o som foi engolido pelo vazio.

Em segundos, ele estava morto.

Seu corpo caiu no chão como um boneco quebrado.

Fiquei ali por um momento, sentindo o peso daquela nova realidade.

Os Cavaleiros Carmesins sabiam que algo estava errado.

E agora, eles tinham certeza.

O Próximo Passo

Arrastei o cadáver para trás de um tronco caído e revirei seus pertences. Como esperado, ele carregava uma insígnia com o brasão dos Cavaleiros.

Mas algo mais me chamou a atenção.

Um pequeno pergaminho lacrado.

Rasguei o selo e li as palavras rabiscadas em tinta negra:

"Patrulha na Estrada do Lobo. Relatos de atividades suspeitas. Se encontrar algo incomum, elimine imediatamente e reporte ao Sargento Roderick."

Sargento Roderick.

O nome não me era familiar, mas não importava. Ele seria o meu próximo alvo.

Guardei a insígnia e o perga

O jogo estava apenas começando

E eu faria todos eles pagarem.