VENUS

Na volta para casa, Anya e Riyeon caminhavam de mãos dadas, absortas em seu próprio mundo. Compartilhavam um único fone de ouvido rosa, o fio balançando suavemente entre elas. Anya cantarolava baixinho uma música romântica, os olhos brilhando de felicidade.

Riyeon, observando-a com ternura, sorriu de lado.

— Você gosta do grupo VENUS — constatou, ao reconhecer a melodia.

Anya confirmou com a cabeça, um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

A música que tocava era "Stay", e as vozes suaves das integrantes pareciam envolver o momento em uma bolha confortável. Elas não estavam longe do restaurante, mas, por algum motivo, não tinham pressa em chegar.

— Eu conheço as integrantes — comentou Riyeon, casualmente. — Inclusive, sou próxima da Zaria.

Anya parou de andar no mesmo instante, puxando o fone do ouvido e olhando para Riyeon com os olhos arregalados.

— E você fala assim? De forma tão normal?

Riyeon parou junto dela, rindo suavemente da reação da agora namorada.

— E como você quer que eu diga? — perguntou, divertida, inclinando a cabeça.

— Eu sou super fã delas! Não acredito que as conhece! — Anya exclamou, ainda em choque.

Riyeon riu novamente e segurou a mão dela, puxando-a para que voltassem a caminhar.

— Eu as conheci no hospital dos meus pais. O hospital é responsável por cuidar da saúde delas quando estão na Coreia. Eu estava lá para uma conferência e acabei cruzando com elas. Para ser sincera, nunca fui muito fã de música, então falei com elas normalmente, sem muita empolgação. Acho que isso chamou a atenção delas, não sei... Desde então, mantemos contato esporádico.

Anya ainda estava digerindo a informação quando Riyeon acrescentou:

— Zaria é a única com quem falo com mais frequência. Ela tem uma aura melancólica... Acho que foi isso que selou nossa proximidade.

Anya a olhava como se Riyeon tivesse acabado de dizer que conhecia um ser mitológico.

— Seria meu sonho ir a um show delas — suspirou Anya, sonhadora.

Riyeon franziu o cenho por um momento, lembrando-se de algo.

— Zaria mencionou há algum tempo que elas fariam um show na cidade...

Anya prendeu a respiração.

Riyeon sorriu e segurou a mão dela com mais firmeza.

— Se quiser, podemos ir.

O coração de Anya disparou.

— Você está falando sério?!

— Totalmente — confirmou Riyeon, rindo da expressão de surpresa dela.

Anya pulou de alegria, apertando as mãos de Riyeon entre as suas.

— Você é a melhor namorada do mundo!

Riyeon sentiu o coração aquecer com a empolgação de Anya. Tudo o que queria era vê-la sorrindo assim, despreocupada e feliz.

— Eu sei — brincou, piscando para ela. — Está vendo que namorar comigo tem muitos benefícios?

Anya riu, voltando a colocar o fone e dando play novamente na música.

As duas seguiram caminhando, compartilhando melodias, segredos e promessas silenciosas sob a luz suave do entardecer.

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A chuva caía forte lá fora, tamborilando contra as janelas do quarto de Anya, enquanto relâmpagos iluminavam brevemente o céu. Elas haviam acabado de oficializar o namoro naquela noite, e Riyeon ainda sentia seu coração acelerado sempre que olhava para Anya, agora sua namorada de verdade.

Os pais de Anya foram categóricos ao dizer que Riyeon não voltaria para casa naquela tempestade. E, sinceramente, ela não poderia estar mais satisfeita com essa decisão.

— Bem, parece que você está presa comigo hoje — Anya brincou, abraçando um travesseiro contra o peito enquanto olhava para Riyeon, que sentou-se na cama com um sorriso satisfeito.

— Eu não chamaria de estar presa, acho que ganhei na loteria — Riyeon respondeu, apoiando-se nos cotovelos para observá-la melhor.

Anya desviou o olhar, suas bochechas levemente coradas. Mesmo depois de tudo, Riyeon ainda conseguia deixá-la sem jeito com palavras tão simples.

— Vai ser estranho dormir com você aqui — murmurou Anya, mordendo o lábio. — Quer dizer, não estranho... só... diferente. Eu nunca dormi com ninguém no meu quarto.

Riyeon riu baixo e puxou Anya pela mão, fazendo-a sentar-se ao seu lado na cama.

— Diferente de um jeito bom? — perguntou, inclinando-se ligeiramente para capturar cada expressão de Anya.

A garota assentiu, sorrindo de leve.

— De um jeito muito bom.

A noite passou tranquila. Elas trocaram histórias, riram baixinho de coisas bobas, e Anya se sentiu mais confortável do que jamais imaginou. No meio da conversa, Riyeon esticou a mão e entrelaçou seus dedos nos de Anya, um gesto pequeno, mas que fez seu coração disparar.

Quando finalmente decidiram dormir, Riyeon se acomodou ao lado de Anya, puxando-a para mais perto sem nem perceber. Anya suspirou satisfeita e repousou a cabeça no peito de Riyeon, ouvindo as batidas ritmadas do seu coração.

— Isso é muito confortável — murmurou Anya, sentindo o calor do corpo de Riyeon ao seu redor.

Riyeon beijou o topo da cabeça dela e sorriu.

— Então fica assim... para sempre.

Anya não respondeu de imediato, mas seu abraço se apertou um pouco mais ao redor de Riyeon, como se dissesse silenciosamente que queria exatamente isso. Do lado de fora, a tempestade rugia. Mas ali, no quarto, tudo era calmaria. A noite seguiu tranquila, com Riyeon segurando Anya firme contra si, como se fosse o lugar ao qual ela pertencia.