baby

O clima na academia estava diferente naquela manhã. Riyeon atravessou os grandes obstáculos com sua bolsa de grife jogou despreocupadamente sobre os ombros, como fazia todos os dias. Seu caminhar era firme, seguro, quase hipnotizante. As garotas nos corredores a observavam com atenção, admiradas pela imponência que exalavam sem esforço, como uma modelo desfilando em uma passarela. Riyeon parecia alheia a tudo, imersa em seus próprios pensamentos, mas ainda assim acenava educadamente para aqueles que a cumprimentavam, sem se deter por muito tempo em ninguém.

Entretanto, seu olhar se iluminou quando avistou Anya sentada no fundo da sala, Experimentando nas primeiras anotações do dia. Uma pontada quente atravessou seu peito, fazendo seu coração bater descompassado. Era um efeito que apenas Anya poderia causar nela. Ao se aproximar, enviou-se ao lado da namorada e convidou, um sorriso grande, genuíno, daqueles que ela raramente oferecia a alguém. Seu olhar deslizou instintivamente para a mão de Anya, pousada sobre o caderno. O anel estava ali, brilhando sob a luz da sala. Riyeon soltou um suspiro de satisfação. Ela realmente estava usando.

— Bom dia, baby — murmurou, a voz suave e carregada de ternura.

Anya atrai os olhos para ela e transmite, sentindo o coração acelerar com o apelido carinhoso. Riyeon tinha esse dom de fazer-la se sentir especial com o mínimo esforço.

—Bom dia. Dormiu bem?

— Muito bem… — Riyeon inclinou a cabeça de lado, seu olhar brincalhão percorrendo os traços delicados de Anya. — Eu sonhei com uma garota linda… com olhos de cachorrinho pidão.

Anya abafou uma risada, mordendo os lábios. Riyeon nunca perdia a oportunidade de provocá-la, e ela adorava isso. Mas, dessa vez, guardou seu contra-ataque para depois. Lembrou-se do pedido dos pais e decidi ir direto ao ponto.

— Tenho uma novidade — disse, sua voz trazendo um pouco.

Riyeon arqueou uma sobrancelha, curiosa, enquanto retirava os livros da bolsa e os organizava meticulosamente sob a mesa. Tudo alinhado, como sempre.

— Qual?

Anya se inclina levemente para mais perto, sussurrando:

— Contei aos meus pais sobre nós.

Riyeon piscou, surpresa, antes de um pequeno sorriso curvar seus lábios.

— E o que eles disseram?

— Eles querem que você vá jantar lá no fim da semana. Para conhecer o melhor.

– Claro. Eu irei — respondi sem hesitação. O sorriso de Riyeon se alargou, e ela pareceu se lembrar de algo. — Ah, falando nisso, também contei para minha irmã. Raina está em casa essa semana. Você quer conhecê-la?

Anya arregalou os olhos, impressionada com a naturalidade de Riyeon. Enquanto ela ainda se preocupava com a forma como o mundo reagiria ao relacionamento deles, Riyeon parecia não se abalar com nada. Era como se carregasse o peso do mundo nos ombros e, ainda assim, escolhesse viver esse amor de maneira leve e despreocupada.

— Ela quer me conhecer? — Disse, hesitante.

— Disse que sim. Quer marcar um jantar. Mas eu só te levo se você realmente quiser. Raina não tem voto no nosso relacionamento — respondeu Riyeon, rindo levemente ao lembrar da irmã. A relação delas era, no mínimo, caótica, e imaginar Anya presenciando as constantes alfinetadas entre as duas serias divertidas.

Anya mordeu o sono, pensativa.

— Quando?

— Pode ser hoje à noite? Raina não vai ficar muito tempo em casa. Podemos ir a um restaurante que minha família frequenta.

Anya imaginou imediatamente um lugar luxuoso, sofisticado, o tipo de ambiente que intimidaria. Ela não tinha roupas adequadas para algo assim. Como se diminuísse seus pensamentos, Riyeon deslizou a mão discretamente sobre ela, apertando-a de leve.

— Não precisa se preocupar. Não é nada muito chique. Apenas vista algo casual e neutro. Você fica linda de qualquer jeito.

O rosto de Anya esquentou, e ela baixou o olhar, sentindo as bochechas corarem. Riyeon sorriu a cena com alegria, fascinada pelo jeito tímido da namorada, que nunca mudou. Era encantador.

Ao redor delas, alguns colegas de classe chegaram a cochichar entre si, trocando olhares intrigados. Era impossível não notar a mudança no comportamento de Riyeon. Uma garota antes tão reservada agora exibe um brilho diferente no olhar, um sorriso mais frequente nos lábios. Anya, por sua vez, também parecia diferente. Mais radiante. Mas viva.

O que quer que aconteceu entre as duas, já não era mais um segredo. Mesmo sem trocarem gestos óbvios de afeto, a conexão entre elas era evidente para quem quisesse ver.