Alguns dias se passaram.
Gerarld havia pegado uma gripe forte depois de ser surpreendido por uma chuva intensa no trabalho e, por isso, entrou de licença médica.
Cynthia, aproveitando a situação, resolveu adiantar suas férias para ficar ao lado dele, mesmo que ele insistisse que não precisava.
Enquanto isso, Evelyn saiu para resolver algumas questões e acabou indo até um armazém industrial para verificar documentos de um caso.
O local era vasto, repleto de contêineres metálicos e prateleiras gigantescas com materiais inflamáveis.
As medidas de segurança eram rígidas, mas tudo poderia mudar em um instante.
E então, mudou.
Ela ouviu um estalo seco ecoar pelo galpão.
Franziu o cenho, largando os papéis por um momento.
Outro estalo.
E então, uma explosão brutal sacudiu o ambiente.
O calor veio como um soco.
O fogo engoliu as estruturas ao redor, transformando o armazém em um inferno incandescente.
As chamas avançaram como predadores, consumindo tudo ao seu alcance.
A emergência foi imediata: o esquadrão especial dos bombeiros foi acionado.
E quando os caminhões especiais chegaram, eles não eram como os bombeiros comuns.
Os trajes eram negros como o espaço sideral, com luzes brancas e finas correndo pelo tecido, parecendo o equipamento de soldados de ficção científica.
E eles sabiam exatamente quem estava ali dentro.
— O líder está lá dentro. — Um dos bombeiros murmurou.
Os homens e mulheres do esquadrão mantiveram a calma, porque sabiam o que Oliver era capaz de fazer.
Mas lá dentro, Evelyn estava em outra situação.
Ela tentou correr, mas já havia respirado muita fumaça.
Seus olhos ardiam, sua visão ficou turva.
Seu corpo já não respondia como antes.
O calor era esmagador.
E então, o vento mudou.
Uma rajada intensa varreu o armazém, espalhando brasas e empurrando as chamas para longe.
No meio do caos, uma silhueta surgiu, avançando pelos destroços sem hesitar.
Oliver.
Seu olhar era frio, determinado.
A fumaça girava ao seu redor, como se evitasse tocá-lo.
Com um movimento firme, ele levantou os escombros com sua telecinese, criando um caminho direto até Evelyn.
A estrutura do armazém começava a desmoronar, mas ele não parou.
Pegou Evelyn nos braços e, com um impulso devastador, rasgou o caminho até a saída.
Do lado de fora, os bombeiros já estavam preparados.
Mas não precisaram agir.
Porque ele saiu primeiro.
Oliver emergiu das chamas, ileso, carregando Evelyn com firmeza.
Os membros do esquadrão mantiveram a compostura, mas no fundo, estavam aliviados.
Eles sabiam que ele voltaria.
Mas quem não sabia…
Era Gerarld e Cynthia, que assistiam tudo pela TV.
Gerarld ficou mudo, seu cérebro processando o que via.
Cynthia, por outro lado, piscou algumas vezes antes de soltar:
— Espera… O Oliver é o líder desse esquadrão?!
Os dois ficaram paralisados, olhando para a tela como se tivessem acabado de descobrir um segredo impossível.
A ambulância estava de prontidão, e assim que Oliver emergiu das chamas com Evelyn em seus braços, os paramédicos se aproximaram.
Mesmo sem perder a consciência, ela estava fraca por causa da fumaça que havia inalado.
Oliver a colocou cuidadosamente na maca, e os médicos começaram a administrar oxigênio.
Enquanto isso, os bombeiros que compunham o esquadrão especial ficaram de lado, observando a cena com respeito.
Nenhum deles questionou como Oliver havia atravessado aquele inferno sem um único arranhão.
Eles já sabiam.
Sabiam que ele era diferente.
Sabiam que ele era o líder.
E, acima de tudo, sabiam que ele sempre cumpria sua missão.
O local ainda queimava, mas a situação estava sob controle.
O esquadrão especial seguiu com o combate às chamas, enquanto Oliver se afastou da confusão, pegando o próprio celular e digitando uma mensagem.
[ A Evelyn está bem. Tô indo pra casa com ela. ]
No outro lado da cidade, Gerarld e Cynthia ainda estavam tentando processar tudo o que tinham visto.
A TV mostrava as imagens do incêndio sendo controlado e, é claro, do homem que saiu das chamas como se fosse invencível.
Oliver Nash.
— Isso explica tanta coisa… — Cynthia murmurou, ainda chocada.
— Pera… Como assim? — Gerarld virou o rosto, ainda tentando entender.
Cynthia cruzou os braços, encarando a TV.
— Agora faz sentido ele nunca se importar quando falamos sobre bombeiros, ou quando alguém comenta que o esquadrão especial faz um trabalho absurdo.
Gerarld piscou algumas vezes, mas a ficha finalmente caiu.
— Filho da puta… — Ele exalou, passando a mão no rosto.
Não sabia se estava impressionado ou puto.
Mas uma coisa era certa: Oliver escondia mais coisas do que deixava transparecer.
Verdade, vou corrigir.
---
Evelyn despertou em um quarto branco e iluminado.
O cheiro forte de remédios e a leve dor em seus pulmões foram o suficiente para ela entender onde estava.
Um hospital.
Ela tentou se mexer, mas sentiu uma leve tontura.
— Não força.
A voz de Oliver fez com que ela virasse o rosto lentamente.
Ele estava sentado ao lado da cama, os braços cruzados, como se estivesse ali há horas.
Ela piscou algumas vezes antes de soltar um suspiro cansado.
— Eu tô bem.
— Claro que tá. — Ele respondeu, sem demonstrar muita expressão. — Tanto que quase virou churrasco.
Evelyn riu fraco, tossindo um pouco em seguida.
Oliver imediatamente pegou um copo d'água e entregou para ela.
Ela aceitou e bebeu devagar, sentindo a ardência na garganta aliviar um pouco.
— E aí? Os caras do esquadrão ficaram felizes em ver o chefe deles em ação?
Oliver soltou um pequeno suspiro.
— Não é como se fosse a primeira vez que eu precisasse agir.
— Não, mas foi a primeira vez que o Gerarld e a Cynthia descobriram que você é o líder.
Evelyn deu um sorriso fraco, mas divertido.
— Eles ficaram chocados, né?
Oliver apenas assentiu.
— Gerarld achou que eu era só um cara sortudo, e a Cynthia ficou tentando entender como eu concilio tanta coisa.
Evelyn se recostou no travesseiro, fechando os olhos por um momento.
— Você sempre concilia tudo.
Oliver a observou por um instante antes de responder.
— Só porque eu tenho algo que vale a pena proteger.
Evelyn abriu os olhos e olhou para ele, surpresa com a resposta.
Por um momento, nenhum dos dois disse nada.
Até que Oliver desviou o olhar e se levantou.
— Vou chamar o médico.
Evelyn o acompanhou com os olhos enquanto ele saía do quarto.
Ela sorriu.
Mesmo que ele não dissesse tudo diretamente, Evelyn já sabia o que ele queria dizer.
Evelyn passou por mais alguns exames antes de finalmente ser liberada.
Os médicos realizaram uma bateria de testes para garantir que a inalação da fumaça não havia causado nenhum dano mais grave.
Ela teve que respirar em um aparelho para medir a capacidade pulmonar, enquanto um dos médicos analisava os resultados.
Depois, veio a verificação dos sinais vitais. Pressão normal, oxigenação satisfatória, batimentos estáveis.
— Nada preocupante. — O doutor disse, fazendo algumas anotações. — Você ainda pode sentir um pouco de irritação na garganta e cansaço por alguns dias, mas fora isso, está bem.
— Ótimo. — Evelyn suspirou, já cansada daquele ambiente.
Oliver, que esteve ao lado dela o tempo todo, apenas pegou o celular e deu um único toque na tela.
A moto foi acionada instantaneamente, e em poucos minutos, o som característico do veículo ecoou do lado de fora.
— Hora de ir pra casa. — Ele disse, ajudando Evelyn a se levantar.
O trajeto foi silencioso.
Evelyn, ainda um pouco fraca, apenas se segurava nele enquanto a moto cortava as ruas com precisão.
Oliver dirigia de maneira calculada, mais cuidadoso do que o normal, e não por causa do trânsito.
Algo pesava em sua mente.
Ao chegarem, Evelyn não disse nada. Apenas caminhou até o sofá e se jogou ali, exausta.
Oliver, por outro lado, foi direto para a cozinha.
Ele se apoiou na pia, o olhar fixo na água correndo da torneira.
Ele podia ter perdido ela.
Por um segundo.
Um único segundo de distração e olha o que aconteceu.
Sua mente reproduzia a cena repetidamente.
O fogo.
A fumaça.
O momento em que ele entrou no prédio e a viu caída no chão.
Se ele não tivesse chegado a tempo...
Oliver cerrou os punhos.
Não adiantava.
Não importava o quanto ele mantivesse a expressão neutra, ele se culpava.
O som da água caindo na pia ecoava pela cozinha.
Oliver ainda estava ali, imóvel, os olhos fixos no fluxo interminável da torneira aberta.
O peso daquele pensamento o consumia em silêncio.
Ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao lembrar de Evelyn desmaiada, vulnerável, no meio daquele incêndio.
Ela poderia ter morrido.
Ele quase perdeu.
Por um segundo.
A torneira continuava aberta, mas Oliver sequer percebia.
— Se você continuar olhando assim pra essa pia, ela vai derreter.
A voz rouca de Evelyn quebrou o silêncio.
Oliver piscou, saindo do transe momentâneo.
Ele não se virou.
— Não é nada.
— Ah, claro. — Ela riu fraco. — Você sumiu aí na cozinha por meia hora e não é nada.
Ele permaneceu calado.
Evelyn suspirou e se ajeitou no sofá. Ainda estava fraca, mas conseguiu ficar sentada.
— Eu já tô bem. — Disse, observando a postura rígida de Oliver. — Não precisa ficar se martirizando.
— Não estou.
Ela revirou os olhos.
— Oliver, por favor.
Ele finalmente fechou a torneira e pegou um copo d'água.
Virou-se, encarando Evelyn no sofá.
A expressão dele era a mesma de sempre.
Neutra.
Mas Evelyn o conhecia bem demais.
Ele estava se segurando.
— Você já sabia que eu era o líder do esquadrão, então sabe que é minha responsabilidade impedir tragédias como essa. — Ele disse, se aproximando e entregando o copo pra ela.
Evelyn aceitou, bebendo um pouco antes de responder.
— Sim, e você fez exatamente isso.
— Mas não rápido o suficiente.
O silêncio pairou entre eles.
Evelyn percebeu naquele momento.
Ele não estava frustrado apenas com o incêndio.
Ele estava frustrado consigo mesmo.
Oliver sempre foi meticuloso.
Sempre teve tudo sob controle.
Mas ali?
Ele falhou no próprio julgamento.
Deixou algo escapar.
E isso o estava corroendo por dentro.
Evelyn suspirou, colocando o copo na mesa.
— Oliver.
Ele ergueu os olhos para ela.
Ela não disse nada.
Apenas o puxou pelo braço.
Ele poderia ter resistido, mas não o fez.
Deixou-se ser puxado até que estivesse ali, sentado ao lado dela.
Evelyn apenas encostou a cabeça no ombro dele, fechando os olhos.
— Eu tô aqui. — Ela sussurrou. — E isso é porque você me salvou.
Oliver permaneceu em silêncio.
Mas pela primeira vez naquela noite, ele sentiu que aquele peso ficava um pouco mais leve.
A sala permaneceu em silêncio.
Evelyn não falou mais nada.
Oliver também não.
A única coisa que se ouvia era a respiração dela, lenta e controlada, ainda um pouco cansada, e o leve tic-tac do relógio na parede.
Ela continuava encostada no ombro dele, os olhos fechados, mas acordada.
Oliver, por outro lado, manteve o olhar fixo à frente.
Ainda pensava.
Ainda repassava cada detalhe daquele incêndio em sua mente.
O calor insuportável.
As chamas consumindo tudo.
A visão de Evelyn caída no chão, imóvel.
Os segundos que pareceram uma eternidade até que ele conseguisse tirá-la de lá.
Ele prendeu a respiração sem perceber.
Então, sentiu.
O braço de Evelyn deslizou devagar pelo dele até encontrar sua mão.
Os dedos dela tocaram os dele, hesitantes por um momento, mas depois se firmaram.
Ela segurou sua mão.
Oliver piscou, quebrando os pensamentos.
— Para de se torturar, Oliver. — A voz dela veio baixa, quase um sussurro. — Você me salvou. Isso é tudo que importa.
Ele permaneceu em silêncio.
Mas não soltou a mão dela.
Por um momento, aquele peso que o consumia se dissipou um pouco mais.
Evelyn entrelaçou os dedos nos dele.
E, naquela noite, mesmo sem palavras, ela garantiu que Oliver não carregasse aquilo sozinho.
O sol da manhã mal havia surgido no horizonte quando Evelyn saiu do quarto, ainda um pouco sonolenta.
Ela esfregou os olhos e seguiu para a sala, apenas para parar ao ver a mesa posta.
O café da manhã estava pronto.
Pratos perfeitamente organizados, comida quente, suco fresco.
Mas onde estava Oliver?
No quarto? Não.
No banheiro? Também não.
A casa estava em completo silêncio, exceto pelo leve farfalhar das cortinas balançando com a brisa matinal.
Ele havia saído.
---
Naquele exato momento, Oliver rasgava as ruas da cidade.
Não como uma pessoa normal.
Seus passos eram tão rápidos que seu corpo mal podia ser visto.
Apenas um borrão, um rastro imperceptível aos olhos humanos.
O vento chicoteava seu rosto.
O frio da manhã não fazia diferença.
Ele não estava correndo para fugir de algo.
Ele estava tentando escapar de si mesmo.
Os eventos do dia anterior ainda estavam presos em sua mente.
Ele podia ter perdido Evelyn.
Se ele tivesse sido um segundo mais lento.
Se o fogo tivesse avançado um pouco mais.
Se...
O som de seus próprios pensamentos era mais ensurdecedor que o vento.
Então ele acelerou ainda mais.
Mas não importava o quão rápido fosse.
O peso da culpa sempre o alcançava.
O ritmo frenético dos passos de Oliver ecoava pela cidade.
O ar cortava sua pele, os sons da cidade se misturavam, distorcidos pela velocidade absurda com que ele se movia.
Ele queria esvaziar a mente.
Queria fugir da sensação sufocante que o prendia desde o dia anterior.
Mas não importava o quanto corresse... a culpa estava lá.
Cada imagem se repetia em sua mente como um filme quebrado: o estalo sinistro do incêndio começando, as chamas consumindo tudo ao redor, Evelyn tossindo, enfraquecendo, até desmaiar.
E se ele não estivesse por perto?
E se tivesse sido tarde demais?
Os músculos de suas pernas tensionaram ainda mais.
Mais rápido.
Mais rápido.
A cidade se tornava apenas um borrão de cores enquanto Oliver aumentava sua velocidade além do limite seguro.
Então, de repente—
CRACK!
O chão abaixo dele cedeu.
O concreto trincou, marcando o impacto do seu último passo antes de ele finalmente parar.
Oliver ofegava, mas não de cansaço.
Seus olhos estavam fixos no chão rachado, suas mãos tremiam levemente.
Ele olhou ao redor, percebendo onde havia parado.
O prédio destruído.
O local onde Evelyn quase morreu.
As ruínas ainda fumegavam levemente, e o cheiro de cinzas queimadas permanecia no ar.
O corpo de Oliver ficou tenso.
Mesmo que Evelyn estivesse bem agora, ele sabia que nunca poderia apagar aquilo de sua mente.
Ele fechou os punhos.
Se algo assim acontecesse de novo...
Se alguém tentasse tirá-la dele...
Dessa vez, ele esmagaria qualquer ameaça antes que sequer tivesse chance de se erguer.
Oliver permaneceu ali, imóvel, com os olhos fixos nas ruínas carbonizadas.
O vento soprou, espalhando as cinzas no ar, mas ele não se moveu.
Dentro dele, algo estava diferente.
Era sutil no início, uma fagulha que queimava fraca, mas crescia rápido, se espalhando como um incêndio incontrolável.
Raiva.
Pela primeira vez em muito tempo, ele sentia raiva.
Não aquela irritação passageira ou o incômodo silencioso que ele sempre soube esconder.
Raiva de verdade.
Os dedos de Oliver se fecharam lentamente, o couro da luva rangendo sob a pressão.
Ele não sentia isso há anos.
Não precisava.
Sua mente sempre foi fria, racional, calculista.
Mas agora?
A ideia de quase ter perdido Evelyn—de vê-la ali, frágil, desmaiada, inalando fumaça enquanto ele chegava por um triz...
Isso era inaceitável.
Se tivesse sido mais rápido.
Se tivesse prestado mais atenção.
Se tivesse estado lá desde o começo...
O concreto sob seus pés trincou novamente.
A respiração de Oliver se tornou mais profunda.
O fogo que consumia aquele lugar havia se extinguido, mas dentro dele, uma chama recém-nascida ardia com força total.
E dessa vez, ele não sabia se queria apagá-la.
Oliver voltou para casa sem pressa.
O vento noturno soprava contra seu rosto, mas ele não sentia frio.
A raiva ainda queimava em algum lugar dentro dele, mas já não era tão intensa.
Ele subiu as escadas e abriu a porta, sentindo o ambiente silencioso da casa.
Assim que deu um passo para dentro, algo veio de cima.
Evelyn.
Ela havia se escondido e pulado em sua direção.
Se fosse qualquer outra pessoa, Oliver poderia ter sido pego de surpresa.
Mas não ele.
Com um movimento sutil, desviou-se facilmente, e Evelyn aterrissou no chão com um pequeno desequilíbrio.
Antes que ela pudesse dizer algo, ele sentiu os braços dela ao seu redor.
Um abraço firme, sem hesitação.
Oliver ficou parado por um momento.
A raiva que antes queimava dentro dele… simplesmente morreu novamente
Ele aceitou.
Não podia controlar tudo.
Não podia impedir que o mundo fosse cruel.
Mas podia fazer o seu melhor.
Afinal, Evelyn era o amor da sua vida.
E isso era tudo que importava.
Evelyn abriu os olhos lentamente.
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas, aquecendo seu rosto.
Sentiu algo firme debaixo de si.
Seus olhos piscaram algumas vezes antes de perceber…
Ela estava deitada sobre o peito de Oliver.
Seu coração deu um salto.
Ela se levantou de repente, olhando ao redor.
Estava no quarto dela.
Nada de incêndio.
Nada de hospital.
Nada de Oliver se culpando.
Suas mãos tremeram levemente enquanto tocava o próprio rosto.
Tudo… havia sido um sonho?
Ela olhou para Oliver, que continuava dormindo tranquilamente, o rosto sereno, como se não carregasse nenhuma preocupação no mundo.
A Evelyn do sonho sabia que Oliver se culpava.
Mas a Evelyn do mundo real… nunca havia visto isso acontecer.
Ou será que tinha?
Aquele sonho era só um reflexo da sua mente…
Ou era a verdade que Oliver escondia de todos?
O silêncio da manhã foi interrompido pelo som do celular vibrando na mesinha ao lado.
Evelyn pegou o aparelho e olhou para a tela.
Era uma mensagem.
De Oliver.
[ Bom dia, dorminhoca. Sonhou comigo? ]
Seu coração parou.
Ela lentamente virou o olhar para Oliver.
Ele ainda estava dormindo.
Mas… havia um pequeno sorriso no canto dos lábios dele.
Como se soubesse exatamente o que tinha acabado de acontecer.