capítulo 4

Algumas horas haviam se passado desde que Zick Dragon saiu. O ambiente estava quieto, preenchido apenas pelos pensamentos de Kenje, que encarava o vazio enquanto esperava. A porta se abriu e Jin entrou com passos firmes. Kenje se levantou, e os dois ficaram frente a frente por alguns instantes, trocando olhares silenciosos.

Kenje: quem é você?

Jin: Eu sou Jin. Eu acho que você é o Kenje, certo? Eu que vou te acompanhar na missão.

Kenje: Tá bom então. Vamos.

Antes de saírem, Jin passou rapidamente em seu quarto e pegou a bolsa que já estava pronta. Em seguida, os dois seguiram para a casa de Kenje, que também precisava se preparar. Lá, Kenje colocou algumas roupas e comida para alguns dias dentro de sua bolsa, além de uma máscara branca de lobo, que ele guardou com cuidado no fundo, como se estivesse protegendo algo importante.

Com tudo pronto, partiram em direção à cidade mais próxima, iniciando a missão. Enquanto caminhavam pela estrada de terra cercada por árvores e colinas distantes, o silêncio entre os dois era quebrado apenas pelo som dos próprios passos.

Kenje: Então, Jin... pra onde é que a gente está indo? O Zick Dragon não me falou nada sobre a missão. Ele disse que qualquer coisa era pra mim perguntar pra você.

Jin: Sim, ele também me disse isso. A gente está indo pra cidade de Shiro. Lá está o nosso primeiro informante.

Kenje: Ok... Então, Jin, por que que eu não tô sentindo a sua mana? Tipo, só tem nós dois aqui. Se você tivesse pouca mana, já era pra mim estar sentindo.

Jin: Isso não tem nada a ver com a missão.

Kenje: Sim, eu sei disso. Vou dizer que... se eu vou fazer uma missão com você, eu preciso saber se você consegue usar magia.

Jin: É claro que eu consigo usar magia. É impossível uma pessoa nascer sem essa capacidade.

Kenje: Sim, eu sei. Mas eu não tô sentindo a sua mana, e eu não quero arrastar uma pessoa que não tem magia por aí. Por mais que você seja um dos assassinos do Dragon, sem magia você só iria me atrapalhar.

Jin: Entendo a sua preocupação. Mas pode ficar tranquilo. Eu garanto que eu consigo usar magia.

Kenje corre e para na frente do Jin, bloqueando o caminho.

Kenje: Ok, então me mostra.

Jin: Mostrar o quê?

Kenje: Me mostrar uma magia. Você disse que consegue usar, e se você conseguir usar, você consegue me mostrar.

Jin: Eu não vou perder meu tempo e energia usando magia sem necessidade.

Jin passa pelo Kenje, esbarrando de leve em seu ombro. O clima entre os dois permanece tenso, e os minutos seguintes são de completo silêncio. Após algum tempo, eles finalmente avistam os portões da cidade de Shiro.

Jin: Kenje, a gente tem sete horas até escurecer. Então, se você quiser fazer alguma coisa nessa cidade, faça logo. 8:30 nós vamos ter que falar com o informante.

Kenje: Ok, tudo bem então.

Jin: Só pra você saber, nós estamos hospedados na... no Hotel Seven Days. Quarto 14.

Kenje: Ok, ok. Então nos vemos às 9:30.

Jin: Não. Às 8:30.

Kenje: Ok, ok. Eu vou estar lá. Relaxa.

Jin vai embora, desaparecendo entre os becos da cidade.

Kenje: Beleza... então eu acho que eu vou caçar primeiro o hotel, e depois eu vou dar uma explorada pela cidade.

O tempo passa, e Kenje se encontra sentado em um banco na praça principal de Shiro. As pessoas caminhavam apressadas ao redor, cada uma com seus próprios objetivos. Ao longe, ele avista Jin saindo de uma loja acompanhado de uma mulher.

Kenje: Ok, ok... me dispensou pra ficar com a menina. É justo.

Alguns minutos se passam, e uma garota se aproxima, sorrindo timidamente.

???: Oi, moço...

Kenje: Oi.

???: Você pode me ajudar a achar o Hotel Seven Days? Se não for muito incômodo, é claro...

Kenje: Por mim, tudo bem. Eu já estava indo pra lá mesmo.

Kenje: Então, qual é o seu nome?

Tai: Ah, claro. Eu sou a Tai. Você pode me chamar de Tai.

Kenje: Ok, Tai. Vamos.

Tai: Ok.

Então os dois começam a ir em direção ao Hotel Seven Days, sumindo entre as ruas iluminadas pela luz dourada do fim de tarde.