Tai: Obrigada.
Kenje: De nada. Estou no quarto 14 se precisar de algo.
Kenje entrou no hotel e subiu os degraus sem pressa, o eco de seus passos abafado pelo carpete escuro do corredor. Quando girou a maçaneta do quarto, foi surpreendido pela presença de alguém já lá dentro.
Jin: O que você está fazendo aqui?
Kenje: Uai, esse não é meu quarto?
Jin: Não, cabeça! O que você está fazendo aqui a essa hora? Ainda faltam 3 horas para o informante chegar.
Kenje: Ah, tá. Vim dormir um pouco. Por quê?
Jin: Não é nada. Surpreende que você queira dormir com tantas opções de diversão na cidade.
Kenje: É, eu vi você se divertindo.
Jin: Do que você está falando?
Kenje: Não é nada. Posso saber o que você vai fazer agora?
Jin: Vou sair para falar com nosso informante sobre algumas questões que não te interessam.
Kenje: Ok, ok.
Jin: Estou saindo. Vê se não morre enquanto estiver longe.
Kenje: Vá se ferrar.
Jin saiu do quarto sem olhar para trás. Kenje se jogou na cama, sentindo o peso do sono tomar conta. O tempo passou em silêncio, e algumas horas depois...
Kenje: Por quanto tempo eu dormi?
Jin: Aproximadamente 3 horas.
Kenje: E o informante? O que aconteceu?
Jin: Boa ou má notícia primeiro?
Kenje: Má notícia.
Jin: O informante só chegará amanhã. O informante do meu informante se atrasou.
Kenje: E a boa notícia?
Jin: Ele chegará amanhã cedo. Não sei a hora exata, mas resolvo isso amanhã.
Kenje: Ok, não temos nada para fazer. Vou voltar a dormir.
Jin: Você acabou de acordar?
Kenje: Sim, mas ainda estou com sono. Então, se não se importa, vou voltar a dormir.
Jin: Ok.
Kenje se virou para o lado e fechou os olhos. Jin observou por um momento, depois se deitou também. A madrugada seguiu silenciosa.
Na manhã seguinte, o quarto foi invadido pela luz fraca que passava pelas cortinas entreabertas. Um som começou a quebrar o silêncio.
Jin: Oh, preguiça! Acorda, Kenje! Estou falando contigo. Acorda, Kenje, acorda, KENJE!
Kenje se espreguiçou e abriu os olhos devagar, até notar algo estranho.
Kenje: Oi, oi. Por que você está amarrado a uma cadeira?
Jin: Ah, misericórdia, senhor! Você ainda não viu eles.
Kenje virou o rosto rapidamente em direção à porta. Lá estavam dois homens parados... e uma figura conhecida.
Kenje: Tai?
Jin: Por acaso, você os conhece?
Tai: Oi, Kenje. Como você está?
Kenje: Como você sabe meu nome? Eu não disse meu nome.
Jin: Maravilha, só o que me faltava.
Tai deu alguns passos à frente, puxando algo de dentro da bolsa — uma máscara branca de lobo.
Tai: Digamos que eu te conheço, Cerberus. Você precisa esconder melhor sua máscara. E também porque o Jin gritou seu nome.
Kenje: Pera aí, Jin. Como você sabe que eu sou o Cerberus?
Jin: O Senhor Z me disse.
Kenje: Tá tudo bem. A gente fala sobre isso depois.
Tai: Acho que para vocês dois não vai ter um depois. Vamos entregar o Cerberus para o governo, ficar com a recompensa e matar você, Jin.
Jin: Acho que isso não vai acontecer.