O sol ainda mal tocava o horizonte quando o informante os levou para dentro da casa. Apesar da aparência humilde por fora, o interior revelava escadas secretas, passagens estreitas e um silêncio desconfortável que contrastava com o barulho das ruas acima.
Sem trocar uma palavra, o informante os guiou escada abaixo — um, dois, três, até chegarem ao quarto andar inferior. Lá, a iluminação era quente e o ambiente surpreendentemente confortável. No centro da sala, sentada com elegância e um leve sorriso nos lábios, estava Mio.
---
Jin: Oi, senhora Mio.
Mio se levanta e abraça Jin com carinho.
Mio: Oi, Jin. Como você cresceu! Da última vez que te vi, era tão pequeno.
Jin: Na última vez, eu só tinha 10 anos.
Mio solta Jin, rindo suavemente.
Mio: Verdade. Mas o que você está fazendo com o Cerberus?
Kenje: Como você sabe disso?
Mio: Não fique surpreso, garoto. Meu trabalho é saber, e mesmo com toda a influência que tenho, só consegui uma descrição sua sem máscara. Eu nunca imaginei que você viesse até mim algum dia.
Jin: Kenje, a senhora Mio tem olhos, bocas e ouvidos em todos os lugares. Ela consegue achar pessoas ou obter qualquer informação que você precise.
Kenje: Entendi, Mio. Você conhece o Zick?
Mio: Sim, somos velhos amigos.
Kenje: Ele pediu para você me encontrar para ele?
Mio: Se você não se importa, não falo sobre os meus outros clientes.
Jin: Mio e Kenje, podemos voltar para o que realmente interessa?
Mio: Claro, fofinho. Vamos para o meu escritório.
Mio os leva por uma porta lateral para um cômodo reservado, com paredes forradas de estantes, documentos e telas holográficas.
Mio: Então, Jin, ontem você me disse que queria saber sobre um tal de Akuma, certo?
Jin: Sim, senhora Mio, mas eu queria saber sobre outra coisa antes.
Mio: É sobre a Tai?
Kenje: Como você sabe disso? Isso aconteceu há poucos minutos.
Mio: Zick me disse que Jin estava vindo pra cá, então mandei alguém ficar de olho. Jin percebeu e aproveitou para mandar uma mensagem por ela perguntando sobre o Akuma.
Kenje: A menina que estava com ele era a informante?
Jin: Sim. Mas, senhora Mio, o que você sabe sobre a Tai?
Mio: Nada de mais. Tudo que sei é que ela trabalha para a Matilha.
Kenje: Matilha?
Mio: Sim, não é muito conhecida por aqui. Mesmo assim, têm pessoas trabalhando como a Tai, roubando tudo que conseguem para o chefe dela vender.
Jin: E você sabe onde é o esconderijo deles, senhora Mio?
Mio: Sim, mas não acho que vocês dois vão conseguir fazer nada sozinhos.
Kenje: Você está subestimando a gente. Podemos dar fim a uma gangue pequena.
Mio: Ok. Eles estão na cidade de Kuraymi, duas ou três cidades daqui indo para o sul. Agora, se me der licença, tenho outras coisas para fazer.
Mio os acompanha até a saída com a mesma calma enigmática de sempre. Seus olhos observam os dois descendo os degraus de volta à superfície — como se já soubesse o que viria a seguir.