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Capítulo 9

O dia estava claro, e as ruas já começavam a ficar cheias. Comerciantes abriam suas barracas, pessoas andavam de um lado para o outro, e o som de conversas e mercadorias sendo organizadas preenchia o ambiente.

Jin e Kenje caminhavam lado a lado, focados no próximo objetivo, após tudo que havia acontecido — o incêndio, o roubo da Tai e toda aquela confusão.

Enquanto seguiam pela calçada de paralelepípedos, Jin quebrou o silêncio:

Jin: Ok, só para ter certeza de que não vamos nos perder, vamos comprar um mapa da região.

Kenje: Certo, tem algumas outras coisas que eu também preciso comprar.

Jin olhou de lado, desconfiado, e perguntou:

Jin: E você tá com dinheiro aí?

Kenje, um pouco indignado com a pergunta, respondeu de imediato:

Kenje: Claro, por que não estaria?

Jin deu um meio sorriso, cruzando os braços:

Jin: Sei lá, é que a Tai levou nossas coisas e o que ela não levou pegou fogo. Eu achei que você guardava seu dinheiro na bolsa.

Kenje respirou fundo e balançou a cabeça, como quem já tinha aprendido essa lição na marra.

Kenje: Não, eu aprendi do jeito mais difícil que o lugar mais seguro para o meu dinheiro é comigo.

Eles continuaram andando, desviando de algumas carroças e pessoas apressadas, enquanto seguiam conversando.

Jin: Ok, voltando ao assunto principal, nós precisamos de um mapa para não nos perdermos, duas adagas para mim, e é isso. Partiu invadir a base da matilha.

Kenje franziu a testa, olhando diretamente para Jin, meio desconfiado:

Kenje: Pera aí, para que você vai querer duas adagas?

Jin respondeu sem nem pensar, de forma bem direta:

Jin: Eu tenho pouca magia. Então é bom ter um jeito de continuar lutando caso minha magia acabe.

Kenje apertou os olhos, curioso:

Kenje: Por acaso você fez o teste para saber quanto de magia você tem?

Jin balançou a cabeça, afirmando:

Jin: Claro que eu fiz, todos os assassinos do Zick Dragon precisam fazer esse teste.

Kenje: E qual é a sua porcentagem de mana? Seria bem mais fácil criar uma estratégia sabendo qual é a sua porcentagem de mana.

A expressão de Jin ficou mais séria, quase desconfortável.

Jin: Eu não sei qual é a minha porcentagem de mana, o teste não mostrou.

Kenje arregalou os olhos, completamente surpreso:

Kenje: Como assim o teste não mostrou? Só pode ter acontecido algum erro.

Jin negou com a cabeça, parecendo já estar acostumado a essa reação.

Jin: Não, eu tentei várias e várias vezes, o teste nunca mostrou a minha porcentagem de mana.

Kenje cruzou os braços, pensativo, mas claramente desconfiado:

Kenje: Tá, então já que o teste não mostrou quanto de mana você tem, que tal você me falar quanto de mana você acha que tem?

Jin respirou fundo antes de responder, demonstrando sinceridade:

Jin: Sendo bem honesto com você, eu acho que eu tenho 16%. Isso se eu for otimista.

Kenje parou por um instante, chocado, quase sem acreditar no que tinha ouvido:

Kenje: Impossível, ninguém tem menos de 25%. Como você só tem 16%, isso é literalmente impossível.

Jin manteve a seriedade, parecendo já ter pensado muito sobre isso:

Jin: Eu acho que eu tenho uma explicação para isso. Eu não sei se faz sentido, mas é a única explicação plausível.

Kenje, cruzando os braços, não disfarçou a curiosidade:

Kenje: Vai falar qual é a explicação?

Jin olhou rapidamente ao redor, certificando-se de que ninguém estava ouvindo, e então falou:

Jin: Então, até hoje eles inventaram dois tipos de teste de mana.

Kenje: Sim, um que você coloca a sua mana na bolinha transparente e coloca toda a sua mana nela, e o outro que é quase a mesma coisa, só que a sua mana é sugada para dentro da bolinha assim que você toca nela.

Jin: Sim, e seja lá qual dos dois testes você está fazendo, a bolinha vai encher com uma cor específica da sua mana. E olhando para o tanto que a bolinha encheu, você consegue ter mais ou menos uma porcentagem da sua mana.

Kenje: Sim, até aí nada demais.

Jin: Mas quando eu fui fazer o teste da bolinha de mana, não encheu. Não importa qual fosse o teste que eu fizesse, nunca encheu nem um pouquinho. Inclusive, eu já cheguei a desmaiar sem mana e fazer a bolinha quebrar, mas nunca encheu ou mostrou cor.

Kenje apertou o queixo, refletindo:

Kenje: Mas se fosse para levar isso pela lógica, então você não tem mana. Mas eu te vi usando magia de eletricidade antes do hotel pegar fogo.

Jin balançou a mão, como se estivesse tentando encerrar o assunto por agora:

Jin: Tá, esquece isso, não é importante por agora. Pelo que o senhor Dragon me falou, a gente ainda vai ter muito tempo para conversar sobre isso.

Após essa conversa, eles seguiram até uma loja na esquina, onde um velho vendedor organizava alguns mapas pendurados e livros empoeirados.

Jin: Aí, quanto é que tá o mapa?

Vendedor: Depende, você vai querer da cidade ou da região?

Jin apoiou a mão no balcão, pensativo:

Jin: Eu vou querer da região, tô planejando fazer algumas viagens.

Vendedor: O da cidade é R$ 3 e o da região é R$ 5.

Jin arqueou a sobrancelha, soltando um comentário irônico:

Jin: A facada tá inclusa ou eu preciso pagar por ela também?

O vendedor cruzou os braços, revirando os olhos:

Vendedor: Eu não tô te forçando a comprar nada, se não quiser não compra.

Do fundo da loja, Kenje gritou, chamando a atenção de Jin:

Kenje: Jin, tem um catálogo falando sobre todas as magias divergentes das pessoas que o senhor feudal conseguiu achar até agora.

O vendedor logo se pronunciou:

Vendedor: O catálogo? Você pode levar de graça, ordens do senhor feudal.

Jin estranhou aquela informação:

Jin: Como assim, ordens do senhor feudal?

Vendedor: Um tempo atrás aí chegou uns guardas falando que era para todo mundo ficar ciente da magia dos divergentes achados até agora. Então eles falaram que era para me distribuir isso.

Jin: Tá certo então. A gente vai levar o mapa e o catálogo.

Vendedor: São R$ 5.

Sem mais enrolação, Jin e Kenje pagaram pelo mapa, pegaram o catálogo e saíram em busca de algum lugar que vendesse armas, prontos para se equipar antes de enfrentar a base da matilha.