Daehyn caminhava calmamente rumo à academia Sewnhoa, sua mente ocupada com as tarefas do dia. No entanto, ao virar uma esquina próxima à escola, seu olhar foi imediatamente capturado por algo que a fez parar no meio da calçada.
Bem à sua frente, em um enorme outdoor, estava uma imagem gigante de Joo Harin. O rosto iluminado da garota exibia um sorriso encantador, sua postura impecável irradiando confiança. A propaganda da escola Mirae anunciava Harin como sua nova garota-propaganda, sua influência estampada em um dos locais mais movimentados da cidade.
Daehyn suspirou e revirou os olhos. "Agora ela vai levar conta da cidade também", surgiu, com um misto de exasperação e incredulidade. Era como se, pouco a pouco, a presença de Harin estivesse se infiltrando em cada aspecto de sua vida. Primeiro na sala de aula, depois nos lugares que frequentavam e, agora, nos enormes painéis publicitários que se espalhavam pela cidade. Isso só poderia ser uma brincadeira.
Ela balançou a cabeça e retomou o caminho para a academia. Mas, assim que chegou ao portão de entrada, deparou-se com uma cena ainda mais caótica. O corredor que levava até a entrada principal estava lotado de estudantes, todos ansiosos, segurando celulares e murmurando entre si. Daehyn nem precisou perguntar o motivo extraordinário; em poucos segundos, a resposta veio sozinha.
Harin surgiu na entrada da escola, cercada por um tumulto de fãs e curiosos. Seu olhar oscilava entre paciência e desconforto enquanto tentava atravessar a multidão sem se atrasar. As seguranças fizeram o possível para abrir caminho, mas não era tarefa fácil conter a entusiasmo daqueles alunos que veem-la como uma estrela.
Daehyn se afastou do centro do corredor, observando a cena com os braços cruzados. "Ótimo, mais um dia normal na presença da celebridade", murmurou para si mesma.
Finalmente, Harin conseguiu chegar até sua carteira e se jogou na cadeira ao lado de Daehyn, exausta. Ainda ajeitando os cabelos, ela viu o olhar de Daehyn sobre si e brilho, já antecipando algum comentário ácido.
— O que foi agora? — disse Harin, olhando para a tela do seu celular.
— Só estou tentando entender — começou Daehyn, com um tom de provocação — se ser o centro das atenções é algum tipo de necessidade fisiológica para você. Porque, sinceramente, você parece se alimentar disso.
Harin transmitiu uma sobrancelha e transmissão de canto.
— Ah, claro. Porque eu mesmo me coloquei em um gigante ao ar livre, implorei para que eu seguisse na rua e forcei toda essa gente a me idolatrar. Acho que eu tenho esse poder para tudo? — retrucou com ironia.
— Eu só acho curioso como tudo ao seu redor parece girar em torno de você. Primeiro, nossa sala de aula, depois a escola Mirae, e agora até minha mãe você resolveu conquistar.
Harin franziu o cenho, confuso.
— Sua mãe? O que você está falando?
Daehyn cruzou os braços e inclinou a cabeça levemente para o lado.
— Minha mãe. A defesa de que você contratou.
O olhar de Harin ficou vago, e então ela arregalou os olhos, surpresa.
— Espera... a sua mãe é minha advogada?
— Surpresa! — ironizou Daehyn, com um meio sorriso.
— Nossa, que coincide... — Harin soltou um riso anasalado, ainda absorvendo a informação.
— Coincidência? Ou será que você está tentando entrar em contato com todo o meu espaço e círculo social também? — Daehyn provocou, inclinando-se levemente para mais perto.
Harin estreitou os olhos, analisando-a por um instante antes de responder.
— Eu não sabia que você era tão possessiva, Daehyn. Mas, por favor, não se preocupe. Seu pequeno império ainda está seguro. Pelo menos por enquanto. — Harin pisco de forma provocativa.
Daehyn soltou um suspiro teatral e desviou o olhar. O fato de Harin sempre teve uma resposta à altura a irritava tanto quanto intrigava.
A aula começou, e o silêncio momentâneo reinou entre elas. Mas, por dentro, ambos sabiam que aquela troca de farpas era o verdadeiro ponto alto de seus dias.
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O refeitório da Academia Sewnhoa estava um verdadeiro caos. Desde que os outdoors de Harin foram instalados pela cidade, o número de alunas querendo uma foto, um autógrafo ou até mesmo uma simples interação com ela tri aplicada. A jovem mal consegue andar pelos corredores, cercada por ofertas de colegas liberados.
— Você realmente estuda na escola Mirae? — Disse uma garota, segurando o celular com os olhos brilhando de admiração.
— Como é a sua rotina? Você consegue tempo para estudar? — outra indagou, ansiosamente.
— Pode tirar uma selfie comigo? Minha irmã é sua fã número um! — uma terceira pediu, estendendo o telefone.
Harin, apesar de acostumada com o assédio, começou a se sentir sufocada. Ela tentou sorrir educadamente enquanto tentava avançar pelo refeitório, mas cada passo era uma nova abordagem. Antes que você perdesse o pouco espaço pessoal que lhe restava, sentia alguém segurando seu pulso.
— Ok, isso já foi longe demais — Riyeon disse, com sua postura firme de sempre.
— Concordo, ela não vai conseguir almoçar assim — Anya completou, dava para perceber que Harin não sabia lidar com todo aquele assédio sozinho.
As duas abriram caminho com determinação, guiando Harin até uma saída lateral. Em pouco tempo, elas chegaram até uma sala particular de Riyeon, reservada para os alunos de elite da academia.
— Aqui, você pode respirar — Anya disse, trancando a porta atrás de si.
Harin suspirou e se jogou em uma das cadeiras. — Eu sabia que seria difícil, mas isso está começando a sair do controle. Não posso nem pegar um lanche sem ser arrastado para uma sessão de fotos improvisada.
Riyeon, sempre pragmática, deixou um dos copos de chá que tinha trazido e entregue a Harin.
— Se você não estivesse tão determinado a viver como um estudante comum, nada disso estaria acontecendo.
— Mas essa era uma ideia desde o início. Eu queria experimentar a vida escolar sem ser tratada como um produto. — Harin bufou, pegando o chá e bebendo um gole.
— Difícil quando seu rosto está estampado ao ar livre pela cidade — Anya comentou, ela já tinha os vistos.
Harin revirou os olhos. — Eu não esperava que causasse tanto impacto. Em Paris era super normal.
Anya e Riyeon trocaram um olhar significativo antes de Anya sorrir de lado. — Bom, pelo menos você tem uma distração interessante.
— O que você está falando? — Harin arqueou a sobrancelha.
— Daehyn. — Riyeon respondeu com naturalidade.
Harin se engasgou com o chá e tossiu algumas vezes antes de encará-las, incrédula. — O quê?!
— Não precisa fingir que não descobriu — Anya provocou. — Nos últimos dias, você tem sido praticamente a única pessoa com quem Daehyn conversa. E, veja só, às vezes ela até sorri quando está perto de você.
Riyeon acabou com a cabeça. — Daehyn nunca foi de socializar muito, mas você... por algum motivo, ela te tolera.
Harin sentiu um leve calor subir para o rosto, mas tentou ignorar. — Tolerar não significa gostar. Ela só me alfineta o tempo todo.
— É o jeito dela de demonstrar interesse — Anya disse, piscando.
— Não seja ridículo. — Harin cruzou os braços, olhando para o lado.
— Você pode negar o quanto quiser, mas a dinâmica entre vocês é... intrigante — Riyeon afirmou. — E, sejamos honestos, você gosta das provocações dela.
Harin abriu a boca para rebater, mas foi interrompido. Eles estavam errados, certo? Ela e Daehyn apenas discutiram... provocaram uma à outra... Mas, de fato, ultimamente, foi o momento mais interessante do seu dia.
Em silêncio, Harin tomou mais um gole do chá, enquanto Anya e Riyeon sorriram satisfeitas.
Afinal, havia algo ali que nem Harin poderia negar. E o casal ficaria de olho.