elas ainda negam

Daehyn caminhou pela rua que teve acesso à Academia Seonhwa como sempre, indiferentemente ao burburinho ao seu redor. No entanto, ao se aproximar da entrada principal, seus olhos captaram uma cena inesperada: Joo Harin saiu de uma Ferrari azul brilhante, despedindo-se do motorista com um sorriso cortês.

Uma pontada incômoda se instalou em seu peito, algo que ela se recusava a nomear. Sem perder tempo, abrindo o passo, ignorando a cena e focando em chegar logo à sala.

Por outro lado, Harin avisou Daehyn se distanciando e correu atrás dela. Assim que se mudou, abriu um sorriso provocador.

— Bom dia, Daehyn! — disse com animação.

Daehyn lançou-lhe um olhar de soslaio antes de alfinetar:

— Você tem um novo motorista específico agora?

Harin franziu o rosto e balançou a cabeça.

— O quê? Não, não é nada disso. Aquele é o filho do dono da boate que fomos outro dia. Ele apareceu do nada na frente do meu condomínio oferecendo carona. Meu empresário não quer arruinar um possível contrato com a marca da família dele, então eu tive que aceitar.

Daehyn revirou os olhos, claramente irritada sem motivo aparente. Algo na explicação de Harin a incomodava, mas ela não queria pensar sobre isso.

Harin, percebendo o desconforto da outra, sorriu travessa e inclinou levemente a cabeça.

— Espera aí... Você está com ciúmes? — Disse, se divertindo.

— Como se eu fosse perder meu tempo com isso! — Daehyn retrucou, fechando ainda mais o semblante.

Harin soltou uma risada leve e, sem aviso, passou um braço pelos ombros de Daehyn, puxando-a para um abraço de lado.

— Ah, não precisa disfarçar. Tá tudo bem sentir ciúmes, sabia? Eu até acho lindo.

— Para com isso! — Daehyn resmungou, tentando afastá-la, mas sem sucesso.

Enquanto as duas discutiam, Riyeon e Anya, que vinham logo atrás, trocaram um olhar cúmplice.

— Elas ainda negam? — Anya murmurou, contendo uma risada.

— Parece que sim — Riyeon respondeu, sorrindo. — Mas é só uma questão de tempo.

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Daehyn passou a maior parte da aula perdida em pensamentos. As palavras de Harin na noite anterior ecoavam em sua mente, principalmente sobre pedir desculpas a Anya. No fundo, ela sabia que Harin estava certo. O que aconteceu no início do ano ficou para trás, mas algumas feridas ainda permanentes, mesmo que Anya nunca tenha demonstrado ressentimento.

Quando o sinal do intervalo tocou, Daehyn já sabia exatamente onde encontrar Anya. Riyeon estava ocupada com uma reunião do conselho estudantil, o que fez com que Anya estivesse no refeitório. Observando de longe, ela notou que muitas garotas estavam ao redor de Anya, mas, como de costume, ela não conversava muito enquanto comia. Assim que Anya terminou e saiu do refeitório, Daehyn tomou uma decisão. Era agora ou nunca.

Seguindo Anya pelo corredor silencioso, Daehyn entrou na sala de aula, que ainda estava vazia. Respirou fundo e entrou logo atrás. Anya estava organizando algumas anotações e até teve sua presença até que Daehyn pigarreou para chamar sua atenção.

— Daehyn? — Anya subjacente ao olhar, surpresa. — Aconteceu alguma coisa?

Daehyn ponderou. Nunca foi bom com palavras, muito menos com desculpas. Mas resolvo ser direto, como sempre.

— Eu queria falar com você... Sobre o que aconteceu no passado. — Ela respirou fundo e cruzou os braços, tentando esconder o desconforto. — Eu fui um idiota. Te tratei mal, fiz coisas que não desviavam. E eu... sinto muito por isso. Não estou esperando nada em troca, só queria que você comentasse.

Anya aconselhou por alguns segundos antes de sorrir de maneira gentil, como sempre fazia.

— Eu nunca guardei rancor, Daehyn. — Sua voz era suave, sincera. — No fim, tudo o que aconteceu nos levou a onde estamos agora. Se não fosse por isso, talvez Riyeon e eu não tivéssemos nos aproximado tanto. O passado não pode ser mudado, mas podemos decidir como seguir em frente. E eu escolhi seguir sem ressentimentos.

Daehyn sentiu um colapso imediatamente ao ouvir aquilo. Era estranho como um simples pedido de desculpas poderia tirar um peso tão grande de seus ombros.

— Obrigada, Anya. — Foi tudo o que consegui dizer antes de se virar e ir para seu assento.

Quando se sentou, sentiu um leve sorriso surgir em seus lábios. Harin tinha certeza. Pedir desculpas foi a melhor escolha que poderia ter feito.

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O corredor da Academia Seonhwa ainda estava mais tumultuado naquela tarde. Harin já estava acostumada com a atenção, mas ultimamente o assédio parecia ter dobrado. Desde que a campanha da Mirae foi lançada, seu rosto se mostrou pela cidade inteira, atraindo ainda mais curiosidade e olhares onde quer que fosse.

Tentando atravessar o corredor sem ser interrompido a cada cinco segundos, Harin ouviu uma voz familiar chamá-la.

— Harin! — Riyeon acenou, puxando alguém consigo. — Quero te apresentar uma pessoa.

Curiosa, Harin se sentou e encontrou uma garota de cabelos escuros e um olhar meigo ao lado de Riyeon. Ela parecia ser um pouco mais baixa, mas sua postura era confiante.

— Essa é Park Ji-won — Riyeon começou, sorrindo. — Ela é a líder do meu fã-clube na escola e, ao longo do tempo, se tornou uma grande amiga minha.

Ji-won fez um gesto educado com cabeça e traição.

— Olá, Harin. Já ouvi muito sobre você — disse Ji-won.

— Espero que tenha ouvido coisas boas — respondeu Harin, cruzando os braços de forma divertida.

— Na maioria das vezes — Ji-won brincou, arrancando uma risada de Riyeon.

Riyeon então atualizou um tom mais sério.

— Eu percebi que o assédio em cima de você tem sido bem intenso, e sei como pode ser difícil lidar com isso sozinha. Como a Ji-won já tem muita experiência em administrar multidões por causa do meu fã-clube, pensei que talvez ela pudesse te ajudar a sair de certas situações. Claro que perto da multidão que te cerca, a minha é minúscula, mas a ajuda pode servir.

Harin piscou algumas vezes, surpresa com a sugestão.

— Sério? — Disse, olhando para Ji-won, que apenas deu de ombros.

— Se a Riyeon pediu, eu faço — respondeu Ji-won. — E, para ser sincero, gosto de desafios. Não deve ser muito diferente de controlar um monte de fãs.

— Isso parece um sonho — disse Harin, sem esconder a gratidão. — Qualquer coisa que me ajude a chegar na sala sem ser interrompido vinte vezes já é um problema.

— Então está fechado. Considere-me seu assistente não oficial — declarou Ji-won, piscando de forma brincalhona.

Nos dias que se seguiram, Ji-won se mostrou uma aliada valiosa. Ela conseguiu dispersar grupos antes que Harin fosse cercada e usasse sua influência para redirecionar a atenção para outras coisas. Sempre que necessário, intervinha de forma natural, sem tornar a situação constrangedora para Harin.

Daehyn, observando tudo à distância, não conseguia ignorar o fato de que Harin e Ji-won estavam se aproximando. Sempre que via conversando e rindo, sinto uma pontada incômoda.

Certa tarde, ao ver Harin e Ji-won saindo juntas da academia, Daehyn abriu os livros contra o peito e olhou para o lado, evitando aquela sensação esquisita.

"Por que isso está me incomodando?" — encontrei uma coisa, sem encontrar uma resposta satisfatória mesma.