doente

Na manhã seguinte, Daehyn chegou à escola e se deparou com a mesa ao seu lado vazia. Geralmente, Joo Harin chegava no mesmo horário que ela, mas hoje parecia atrasada. Os minutos se passaram e ela não apareceu. Quando a professora entrou na sala, fez um comunicado para a turma:

— Hoje, a senhorita Joo Harin não irá comparecer à aula. Aparentemente, ela está doente e impossibilitada de sair de casa.

Um murmúrio preocupado se espalhou pela sala.

— Fiquem tranquilos, em breve ela voltará.

Daehyn franziu o cenho. Harin parecia bem quando passou por ela na escola Mirae. Por conta do pequeno atrito que tiveram mais cedo na academia, elas não se falaram aquela tarde, Harin apenas olhou para ela e acenou quando passou no corredor. Apesar de não querer confessar, Daehyn ficou preocupada.

No fim da aula, ela seguiu para a escola Mirae para sua aula preparatória, mas Harin também não apareceu. Isso a deixou ainda mais intrigada. Sem pensar muito, ela se viu indo em direção ao condomínio onde Harin morava.

Ao chegar na portaria, Daehyn ficou debatendo consigo mesma se estava fazendo a coisa certa. Depois de ponderar por alguns segundos, pediu para o porteiro interfonar para a casa de Harin, avisando que estava ali para vê-la. Não demorou muito até que Harin liberasse sua entrada.

Ela caminhou pela rua das grandes mansões até avistar a casa luxuosa. Tocou a campainha e, ao abrir a porta, Harin apareceu com um aspecto péssimo. Seu nariz estava vermelho e seus olhos caídos.

— Meu Deus, você está horrível — disse Daehyn assim que a viu.

— Com essa visita, eu quase chego a pensar que você se preocupa comigo — Harin sorriu fraco e deu passagem para que ela entrasse.

— Apesar de não parecer, eu ainda tenho um pouco de humanidade. Como você é "emancipada" e vive sozinha, pensei em vir ver se estava viva.

— Que fofo. Eu agradeceria, mas não tenho certeza se devo.

Harin se jogou no sofá e voltou a se enrolar em um lençol grande e fofo. Passou o dia assim, sem conseguir se mexer muito. Daehyn olhou ao redor. Tudo estava em ordem, exceto a dona da casa, que parecia em outra dimensão.

— Como você ficou doente tão rápido? Ontem você estava bem.

— Acho que foi aquela breve chuva no final da noite. Acabei pegando um resfriado forte. Minha imunidade é muito baixa.

— Você é tão frágil — comentou Daehyn sem a acidez habitual na voz.

Harin apenas resmungou. Daehyn deixou sua bolsa na mesa e se aproximou do sofá. Pôs a mão na testa de Harin e percebeu que ela estava com muita febre.

— Você tomou algum remédio?

— Não. Eu ia pedir na farmácia, mas acabei não fazendo nada.

— E você ao menos se alimentou hoje?

Harin não respondeu. Ela se sentia tão fraca que não teve fome ou ânimo para absolutamente nada. Woobin estava a caminho de Seul, mas não sabia se chegaria ainda naquele dia ou apenas na manhã seguinte. Preocupado com ela, largou o que estava fazendo para voltar.

— Pelo visto, não — concluiu Daehyn, pegando o celular e ligando para uma farmácia conhecida de sua família. Pediu remédios para resfriado e febre. Também encomendou uma sopa de um restaurante. Como Harin estava sem condições de cuidar de si mesma, Daehyn decidiu fazer isso.

O medicamento chegou e Daehyn ofereceu a Harin, que não protestou. Tomou as pílulas para febre e, pouco depois, a comida também chegou. Daehyn serviu a sopa em uma tigela. Inicialmente, Harin não queria comer, mas a jovem insistiu, e ela logo cedeu, tomando algumas colheradas, apenas o suficiente para se fortalecer.

Já estava ficando tarde, e Daehyn ponderava se deixaria Harin sozinha naquele estado. Pegou o celular e ligou para sua mãe, explicando a situação.

— Fique com ela. Não é seguro deixá-la sozinha.

— Mas eu nem fui em casa hoje. Estou com o uniforme da academia.

— Tenho certeza de que Harin tem um pijama para emprestar. Seja gentil com ela. Ela não tem família na cidade. Cuide dela.

— Okay — suspirou Daehyn.

Ela se aproximou de Harin com cautela e avisou que ficaria ali com ela a pedido da sua mãe. Harin não contestou, apenas disse para ela ficar à vontade e pegar o que quisesse no closet para vestir. Daehyn concordou e seguiu Harin até o quarto. Ela mostrou onde ficava o banheiro e depois desceu novamente para trancar tudo antes de se recolher.

Após o banho, Daehyn entrou no quarto e encontrou Harin deitada na cama, encolhida e de olhos fechados. Sem muita cerimônia, deitou-se na beira do colchão, acreditando que Harin já estava dormindo. No entanto, sentiu um movimento ao seu lado. Lentamente, Harin se aproximou e, sem aviso, se aconchegou contra ela, passando um braço por cima de seu corpo.

— Mas o que...? — Daehyn resmungou, tentando se afastar.

— Eu estou doente. Me deixa... — murmurou Harin, abraçando-a com mais firmeza.

Daehyn bufou, mas não fez mais esforço para afastá-la. Permaneceu ali, sentindo o calor da outra se misturar ao seu. Com um suspiro resignado, murmurou baixinho:

— Vou permitir apenas porque você está doente e carente.

No fundo, porém, ela não achava aquilo tão ruim assim.