O Homem Mascarado

Natalie~

Minha respiração queimava em meu peito enquanto eu corria pela rua escura. Os ecos da risada zombeteira de Timóteo ecoavam em meus ouvidos. O ar frio da noite penetrava meu vestido fino, mas o medo correndo em minhas veias abafava todo o resto. Meu coração batia forte, lutando pela sobrevivência enquanto sua voz me chamava por trás, provocadora e perversa.

"Para onde você está indo, sem lobo?" A voz de Timóteo cortou o ar, afiada e assustadora; seus passos ecoavam como um filme de terror ganhando vida; era deliberado e sem pressa, como se ele estivesse brincando comigo.

"Você sabe que não pode correr para sempre, Natalie!"

Engoli um soluço, o pânico crescendo constantemente em meu peito, meus arredores ficaram embaçados, e o beco escuro se transformou em sombras que pareciam se estender para mim. O medo tornava meus movimentos desajeitados, mas eu não podia parar de correr, não agora, não quando Timóteo estava se aproximando tão rapidamente.

Timóteo riu novamente, o som enviando arrepios pela minha espinha. "Você está tornando isso muito fácil, Natalie!" ele gritou para mim. "Você sequer sabe para onde está indo ou está apenas correndo às cegas?"

Eu não respondi. Não podia responder. Minha garganta estava seca, meus lábios tremiam enquanto o terror dominava cada parte do meu corpo. A risada de Timóteo não era humana, era o som de um predador desfrutando da caçada.

De repente, virei uma esquina muito bruscamente, meu ombro raspando contra a parede áspera de tijolos enquanto a dor me atravessava, mas continuei em frente, ignorando a ardência. O beco começou a estreitar, as paredes se fechando sobre mim como um torno e minha visão começou a embaçar com lágrimas quando rapidamente percebi meu erro.

Eu tinha corrido para uma parede sem saída.

"Não," sussurrei, minha voz mal audível sobre minha respiração ofegante enquanto eu girava, o desespero surgindo através de mim, mas agora era tarde demais. Timóteo estava lá bloqueando a única saída. Seu sorriso se alargou predatório e assustador enquanto ele se aproximava.

"Natalie," ele chamou com uma voz doentiamente doce, balançando a cabeça como se repreendesse uma criança rebelde. "Fugindo de mim? Você está partindo meu coração, querida."

Eu recuei dele, minhas pernas trêmulas mal me sustentando. Cada passo que eu dava me levava mais perto da parede fria e dura atrás de mim. Minha respiração falhou quando minhas costas bateram nos tijolos duros, não me deixando para onde correr.

Timóteo avançou despreocupadamente; seus passos eram lentos e deliberados; o ar ao seu redor parecia escurecer, sufocante e opressivo enquanto ele se aproximava. Ele parou a apenas alguns centímetros de distância, sua figura imponente projetando uma longa sombra sobre meu pequeno corpo.

"Por que tanto medo, amor?" ele murmurou, sua voz baixa e zombeteira. Ele levantou a mão e eu me encolhi. Mas em vez de me bater, seus dedos ásperos roçaram minhas bochechas, "você está tremendo, querida," ele disse, seu tom quase gentil embora seu sorriso malicioso traísse a crueldade por trás de sua máscara.

Virei meu rosto para longe dele, mas ele agarrou meu queixo, me forçando a olhar para ele. Seus olhos brilhavam com algo escuro e possessivo enquanto ele lentamente abaixava a cabeça, seu nariz roçando contra a curva do meu pescoço enquanto ele me cheirava profundamente.

Eu congelei, paralisada pelo medo. Minha mente continuava gritando para eu empurrá-lo para longe, para lutar, mas meu corpo se recusava a se mover.

"Você cheira tão bem quanto eu me lembro, sem lobo," ele sussurrou em meu ouvido, sua respiração quente contra minha pele. "Eu teria adorado te manter para mim, mas..." Ele riu sombriamente, "o Alfa Darius foi mais rápido."

Meu estômago se revirou à menção do nome daquele homem.

Timóteo se afastou, seu olhar era penetrante enquanto continuava. "Ele se arrepende de ter te banido, sabe. Ele enviou seus melhores rastreadores e executores para te encontrar. Eles estão lá fora neste momento vasculhando as cidades à sua procura."

Meu coração afundou.

"Mas, não eu," ele acrescentou, um sorriso cruel puxando seus lábios. "Estou aqui por outros negócios do bando. Ainda assim, imagine minha alegria ao encontrar você. Entregar você de volta ao Alfa Darius? Essa é uma recompensa que não posso deixar passar."

"Não," sussurrei, balançando a cabeça. "Você não pode—"

Antes que eu pudesse terminar minha frase, ele agarrou meu braço; seu aperto era como ferro.

"Oh, eu posso, e vou," ele disse, sua voz carregada de ameaça.

Eu gritei, minha voz rouca de desespero, mas ele cobriu minha boca com sua mão antes que eu pudesse atrair qualquer atenção.

"Nada disso agora," ele repreendeu, me levantando do chão sem esforço como se eu não pesasse nada enquanto me jogava sobre seu ombro como um saco de batatas.

Eu chutei e me debati, meus punhos batendo contra suas costas, mas tudo era inútil. O pânico envolveu meu corpo, e pensei que este seria o fim para mim. Mas então uma figura apareceu na entrada do beco.

Ele era alto, coberto inteiramente de roupas pretas; seu rosto estava obscurecido por uma máscara, e mesmo na luz fraca do beco, sua presença era imponente. Sua silhueta exalava poder.

"Solte ela," o homem disse; sua voz era tão profunda e firme que cortou a escuridão como um relâmpago.

Timóteo congelou, seu corpo ficando tenso enquanto se virava para encarar o estranho. "Saia da frente," ele rosnou, seu tom pingando irritação. "A menos que você queira morrer esta noite."

O homem não respondeu, permaneceu alto e imóvel, sua figura imponente inabalável.

Timóteo rosnou baixo e perigoso enquanto seu aperto em mim apertava. "Última chance," ele advertiu.

Ainda assim, o homem não disse nada. Em vez disso, o homem deu um passo à frente.

Timóteo rosnou novamente, mais alto desta vez, e então me colocou bruscamente no chão. "Fique parada," ele rosnou para mim antes de se transformar em sua forma de lobo.

A transformação foi rápida e brutal. As roupas de Timóteo se rasgaram enquanto seu corpo se contorcia, pelos brotando de sua pele. Em segundos, um lobo cinzento enorme estava onde ele estivera antes, seus olhos brilhando de raiva.

O estranho não se intimidou.

Timóteo avançou, suas mandíbulas tentando agarrar o homem, mas o homem foi mais rápido. Com um único golpe devastador, sua palma colidiu com a cabeça de Timóteo, enviando o grande lobo ao chão. Timóteo não se levantou.

Eu ofeguei, minhas mãos voando para minha boca enquanto os observava em choque. Timóteo ainda estava imóvel.

Observei em silêncio enquanto o homem se ajoelhava ao lado do lobo inconsciente de Timóteo, seus dedos enluvados roçaram contra a cabeça do lobo e um brilho fraco emanou de seu toque. Em um instante, o lobo se transformou, deixando Timóteo deitado no chão frio em sua forma humana, parecendo vulnerável.

O homem se endireitou e se virou para mim. Seu olhar, embora coberto pela máscara, parecia assustador como se ele estivesse olhando diretamente para minha alma.

"Venha," ele ordenou, seu tom não deixando espaço para argumentação.

Eu hesitei, medo e incerteza me paralisando.

"Agora," ele disse, sua voz mais firme desta vez.

Cada fibra do meu ser gritava para eu não confiar nele, mas a maneira como ele me olhava— calmo, composto e seguro— não me deu escolha.

Tremendo, me forcei a levantar e segui-lo para fora do beco, deixando Timóteo para trás nas sombras.