O sol nascia sobre Metrópolis, tingindo os arranha-céus de dourado, mas a cidade ainda carregava as cicatrizes do ataque no porto. Guindastes trabalhavam para remover destroços, e as manchetes do Planeta Diário gritavam: “Superman Salva o Porto, Mas a Que Custo?”
Lois Lane, sentada em sua mesa na redação, encarava a edição matinal com uma mistura de orgulho e frustração. Sua matéria detalhava a bravura de Superman, mas a pergunta final — Quem controla os drones? — apontava diretamente para Lex Luthor. Ela sabia que cutucar o magnata da LexCorp era como provocar um vespeiro, mas Lois nunca fugia de um desafio.
Do outro lado da redação, Clark Kent digitava um relatório sobre a reconstrução do porto, seus dedos movendo-se rápido demais para um repórter comum. Ele mantinha a cabeça baixa, mas seus ouvidos captavam cada conversa ao redor — o murmúrio dos colegas, o ranger da cadeira de Lois, até o pulsar do cristal kryptoniano escondido em seu bolso.
A mensagem fragmentada de Jor-El ecoava em sua mente: sobreviventes... colônia... perigo. Ele precisava voltar ao Ártico, mas Luthor estava se movendo rápido demais. E Lois... ela estava se aproximando de verdades que poderiam colocá-la em perigo.
“Kent!” A voz de Lois cortou seus pensamentos.
Ela se aproximou, jogando um convite dourado sobre sua mesa. “LexCorp está dando uma festa hoje à noite. Lançamento de um ‘projeto de defesa’ para Metrópolis. Quer vir como meu acompanhante? Ou vai fugir de novo?”
Clark ajustou os óculos, forçando um sorriso nervoso. “Eu, hum... não sou muito de festas, Lois. Mas... por que eu?”
Ela cruzou os braços, um brilho astuto nos olhos. “Porque você é inofensivo, Kent. Luthor não vai suspeitar de um cara que tropeça nos próprios pés. Além disso, preciso de alguém pra carregar minha bolsa enquanto eu bisbilhoto.”
Clark engoliu uma risada. Inofensivo. Se ela soubesse... “Tudo bem, Lois. Eu vou.”
“Ótimo,” ela disse, já se virando. “Terno decente, Kent. Não me envergonhe.”
Enquanto Lois voltava à sua mesa, Clark sentiu o cristal pulsar novamente, como se respondesse ao nome de Luthor.
Ele precisava descobrir o que o magnata sabia sobre Krypton — e como- Função: Aprofunda a investigação de Lois e a tensão entre ela e Clark, enquanto introduz a manipulação de Luthor.
A sede da LexCorp era um monstro de vidro e aço, iluminada por holofotes que projetavam o logotipo da empresa no céu noturno.
O salão de gala estava lotado de políticos, cientistas e jornalistas, todos orbitando Lex Luthor como planetas em torno de uma estrela. Ele estava no centro, impecável em um terno verde-escuro, seu sorriso tão afiado quanto uma lâmina. Lois, em um vestido preto que contrastava com sua atitude desafiadora, navegava pela multidão com Clark a reboque.
Ele se sentia deslocado, o terno alugado apertando seus ombros largos, mas mantinha a fachada de desajeitado, tropeçando de propósito em um garçom para desviar a atenção de Lois, que já examinava uma vitrine de protótipos tecnológicos.
“Olha isso,” ela sussurrou, apontando para um dispositivo em forma de cubo, brilhando com símbolos que Clark reconheceu imediatamente — eram kryptonianos. “Isso não é terráqueo. Luthor está brincando com fogo.”
Clark engoliu em seco, seu coração disparando. O cubo era feito do mesmo material do cristal em seu bolso. “Talvez seja só... uma réplica?” ele sugeriu, sabendo que não era.
Lois lançou-lhe um olhar cortante. “Réplica? Kent, você é pior que um turista. Fique de olho enquanto eu falo com um dos engenheiros.”
Antes que ele pudesse protestar, Lois desapareceu na multidão. Clark ficou parado, tentando ignorar o peso dos olhares curiosos. Ele ouviu trechos de conversas — “Superman é uma ameaça”, “Luthor é nossa única esperança” — e sentiu a desconfiança da cidade como uma corrente puxando-o para baixo. Então, uma voz fria o interrompeu.
“Sr. Kent, presumo?”
Clark se virou e encontrou Lex Luthor, os olhos do magnata brilhando com uma inteligência predatória. “Eu... sim, senhor. Clark Kent, Planeta Diário.” Ele estendeu a mão, exagerando o tremor.
Luthor apertou sua mão com força calculada. “Você trabalha com Lois Lane, não é? Uma mulher... incansável. Diga-me, o que acha do nosso amigo voador, o tal Superman?”
Clark hesitou, sentindo o cristal pulsar em seu bolso. “Ele... parece querer ajudar. Salva pessoas, sabe?”
Luthor riu, um som seco como gelo rachando. “Ajudar? Ou controlar? Alienígenas nunca são tão altruístas, Sr. Kent. Lembre-se disso.” Ele se afastou, deixando Clark com um frio na espinha.
Enquanto isso, Lois conseguira se aproximar de um engenheiro da LexCorp, um homem nervoso chamado Dr. Vale. Sob o pretexto de uma entrevista, ela o pressionou sobre o cubo. “Esses símbolos... parecem alienígenas. De onde vieram?”
Vale empalideceu, olhando ao redor. “Eu... não posso dizer. Mas o Sr. Luthor encontrou algo no Ártico. Ele disse que era a chave para proteger a Terra.”
Lois sentiu um arrepio.
O Ártico. O mesmo lugar onde Superman aparecera depois do ataque no porto. Antes que pudesse perguntar mais, um alarme soou. Luzes piscaram, e a voz de Luthor ecoou pelo salão.
“Senhoras e senhores, uma demonstração do nosso futuro!”
Do teto, desceram drones menores que os do porto, mas mais rápidos, seus olhos brilhando com kryptonita.
A multidão gritou, recuando, enquanto os drones formavam um círculo ao redor de um manequim vestido como Superman. Um raio verde incinerou o manequim, deixando apenas cinzas. Luthor sorriu. “Com isso, Metrópolis estará segura de qualquer ameaça... alienígena.”
Lois, escondida atrás de uma coluna, tirou fotos, seu coração disparado. Ela viu Clark na multidão, mas ele estava... diferente. Mais rígido, os olhos fixos nos drones. Por um segundo, ela jurou que ele parecia pronto para voar.
Então, o caos explodiu. Um dos drones saiu de controle, disparando contra a multidão. Gritos ecoaram, e Lois se abaixou, mas antes que o raio a atingisse, uma rajada de vento a envolveu. Ela piscou, e lá estava ele — Superman, pairando acima do salão, desviando os drones com golpes precisos.
A kryptonita o enfraquecia, mas ele não parava, destruindo cada máquina até o salão ficar em silêncio.
Ele pousou, ofegante, e seus olhos encontraram os de Lois por um instante. “Fique segura,” ele murmurou, antes de disparar pelo teto, deixando um buraco e uma multidão atônita.
Luthor reapareceu, imperturbável. “Vejam! Ele destruiu nossa defesa! Mas não se preocupem — a LexCorp está preparada.”
Lois, ainda tremendo, olhou para o lugar onde Clark estava. Ele havia sumido. Novamente. Ela apertou a câmera, sua mente girando. Superman. Clark. Luthor. Algo estava conectado, e ela ia descobrir o quê.