Superman Prateado 9/20

Metrópolis pulsava com uma energia inquieta, como um vulcão prestes a entrar em erupção. Outdoors da LexCorp exibiam imagens do Guardião, o drone movido a kryptonita,

com slogans como “Segurança sem Alienígenas”, enquanto grupos de manifestantes se reuniam nas praças, divididos entre aqueles que brandiam cartazes de apoio a Superman e outros que gritavam por sua expulsão.

O ar estava carregado de tensão, e Clark Kent, caminhando pelas ruas a caminho do Planeta Diário, sentia cada olhar, cada sussurro, como uma corrente puxando-o para baixo.

Na redação, o caos era mais contido, mas não menos intenso. Lois Lane, de volta do Ártico, trabalhava em sua mesa, rodeada por anotações sobre o cubo alienígena e o nome “Kal-El”. Sua mente ainda girava com o encontro na caverna de gelo

— a vulnerabilidade nos olhos de Superman, a luz do cristal, a promessa de respostas. Ela sabia que ele era mais do que um herói, mas as peças do quebra-cabeça ainda não se encaixavam. E Clark... Clark continuava sendo um mistério que a irritava e intrigava na mesma medida.

Clark entrou na redação, ajustando os óculos para esconder a exaustão. Ele passara a noite na Fortaleza da Solidão, tentando extrair mais do cristal, mas a mensagem de Jor-El permanecia incompleta. O Devorador, a colônia em Zorath, o perigo ligado ao Farol

— tudo era uma névoa de possibilidades que o deixava dividido. Ele precisava deter Luthor, mas proteger Metrópolis significava arriscar Lois e a verdade que ela estava tão perto de descobrir.

“Kent!” Lois o chamou, apontando para uma pilha de jornais. “Você viu o que estão dizendo? Metade da cidade quer dar uma medalha pro Superman, a outra quer ele em uma nave pra fora do planeta. E Luthor tá jogando lenha na fogueira.”

Clark pegou um jornal, a manchete gritando: “LexCorp Promete Paz, Mas a Que Custo?” Ele reconheceu o estilo de Lois, desafiador e incisivo. “Você tá fazendo as pessoas pensarem, Lois. Isso é mais do que Luthor esperava.”

Ela bufou, mas um sorriso escapou. “Não me venha com elogios, Kent. Ainda tô brava com você por sumir de novo na coletiva da LexCorp.” Ela se aproximou, a voz baixando. “Sério, Clark, o que tá acontecendo? Você tá metido em algo, e eu vou descobrir.”

Clark engoliu em seco, o cristal escondido em seu bolso pulsando como um lembrete. “Eu... só ando ocupado, Lois. Nada demais.” Ele tentou mudar de assunto. “Alguma pista nova sobre Luthor?”

Lois o encarou por um segundo, então cedeu, apontando para suas anotações. “O cubo que vi na gala? Os símbolos são idênticos aos que um contato meu encontrou em um carregamento do Ártico. Luthor tá usando tecnologia alienígena, e aposto que é a mesma que Superman tá investigando. Eles tão brincando de gato e rato, e Metrópolis é o tabuleiro.”

Antes que Clark pudesse responder, Jimmy Olsen entrou correndo, segurando sua câmera. “Lois! Clark! Vocês têm que ver isso! Tem um protesto enorme na praça central, e tá ficando feio!”

Na praça central, a multidão era um mar de vozes conflitantes. De um lado, apoiadores de Superman seguravam faixas com o símbolo do “S”, gritando por justiça. Do outro, manifestantes pró-LexCorp, incentivados por panfletos da empresa, exigiam a deportação do “alienígena”.

No centro, um palco improvisado exibia um holograma de Luthor, repetindo trechos de seu último discurso: “A LexCorp protegerá a humanidade.”

Lois e Clark, agora no meio da multidão, tentavam capturar a cena — ela com seu caderno, ele com um gravador, mantendo a fachada de repórter desajeitado. Mas Clark sentia o cristal pulsar, e sua visão telescópica captou algo alarmante:

drones Guardiões pairando nas sombras dos prédios, prontos para agir. Luthor está planejando algo, ele pensou, o estômago apertando.

Lois, alheia ao perigo, entrevistava um manifestante quando um estrondo ecoou. Um dos drones desceu, disparando um raio de kryptonita contra o palco, que explodiu em chamas.

A multidão entrou em pânico, correndo em todas as direções, enquanto mais drones surgiam, seus ataques parecendo orquestrados para maximizar o caos. Lois gritou: “Clark, se abaixe!” Mas ele já estava correndo para um beco, murmurando uma desculpa.

Em segundos, Superman rasgou o céu, desviando de raios e destruindo drones com golpes precisos. A kryptonita o enfraquecia, mas ele se movia por instinto, protegendo a multidão.

Ele viu Lois, tirando fotos perigosamente perto do fogo, e voou até ela, puxando-a para trás de uma barricada. “Você precisa parar de se arriscar assim,” ele disse, a voz tensa.

Lois o encarou, ofegante. “E você precisa parar de me tratar como uma donzela em perigo. Eu sei me virar, Kal-El.” O uso do nome o fez congelar, e ela sorefit, desafiadora.

“É, eu sei disso. Agora vai salvar o dia, mas depois a gente conversa.”

Superman assentiu, voltando à luta. Ele destruiu os últimos drones, mas o estrago estava feito: a praça era um campo de destroços, e a multidão, agora dispersa, gritava acusações contra ele.

Um holograma de Luthor apareceu, projetado nos prédios ao redor. “Vejam o caos que Superman traz! A LexCorp restaurará a ordem!”

Clark, de volta como repórter, reapareceu ao lado de Lois, que o encarou com uma mistura de frustração e curiosidade.

“Você perdeu o show, Kent. De novo.” Ela apontou para o holograma. “Luthor tá vencendo, e Superman tá levando a culpa. Precisamos de algo grande pra virar esse jogo.

Naquela noite, no Planeta Diário, Jimmy revelou suas fotos do protesto, capturando Superman salvando vidas enquanto os drones atacavam.

Lois começou a escrever uma nova matéria, intitulada “A Verdade Sob o Fogo”, expondo como os ataques pareciam beneficiar Luthor. Clark, sentado em sua mesa, ofereceu uma sugestão tímida:

“Talvez... mostre que Superman tá lutando por nós, mesmo quando não confiam nele.”

Lois olhou para ele, surpresa com a emoção em sua voz. “Você tá começando a soar como um fã, Kent.” Ela hesitou, então acrescentou: “Mas tá certo.

Ele merece um defensor. Só queria que ele confiasse em mim tanto quanto eu tô começando a confiar nele.”

Clark sentiu o cristal pulsar, o peso de sua escolha mais claro. Ele precisava contar a verdade a Lois, mas primeiro, tinha que deter Luthor

— antes que o magnata usasse o Farol para atrair o Devorador, ou algo pior, para Metrópolis.