Metrópolis brilhava sob a luz do entardecer, suas torres de vidro refletindo tons de laranja e rosa. A estátua de Superman na praça central tornara-se um ponto de encontro, com cidadãos deixando flores e bilhetes de agradecimento ao pé da escultura.
Mas, apesar da aparente calma, a cidade ainda se recuperava do apagão causado pela destruição do Titan, e a sombra de Lex Luthor, agora preso em uma instalação de segurança máxima, pairava como uma ameaça adormecida.
Para Clark Kent, o peso de suas escolhas — salvar Metrópolis em vez de buscar a colônia kryptoniana — deixava cicatrizes que nem sua força podia apagar.
Na redação do Planeta Diário, Clark revisava uma matéria sobre a restauração da rede elétrica, mas sua mente estava no cristal kryptoniano, guardado na Fortaleza da Solidão. Desde a batalha contra o Titan, o cristal permanecia silencioso, como se respeitasse sua decisão de escolher a Terra.
Mas a imagem da colônia em Zorath, com suas torres cristalinas sob um céu vermelho, ainda o visitava em sonhos, misturada com o medo do Devorador. Ele precisava encerrar esse capítulo, mesmo que doesse.
Lois Lane, sentada em sua mesa, digitava furiosamente, trabalhando em uma investigação sobre os financiadores secretos da LexCorp. Sua parceria com Clark, agora ancorada na verdade de sua identidade como Superman, a fazia sentir uma força nova, mas também uma responsabilidade.
Ela sabia que ele carregava mais do que mostrava, e, pela primeira vez, queria protegê-lo tanto quanto ele a protegia. Ela olhou para Clark, notando a ruga de preocupação em sua testa, e jogou um clipe de papel nele, acertando sua testa.
“Ei, Kent,” ela disse, com um sorriso provocador. “Para de sonhar acordado. Temos um vilão pra manter na cadeia e uma cidade pra salvar. De novo.”
Clark riu, ajustando os óculos para esconder o calor no rosto. “Você nunca descansa, né, Lois?”
“Não enquanto Luthor tiver um pulso,” ela retrucou, mas sua voz suavizou. “Sério, Clark. Você tá bem? Depois do Titan, você... parece distante.”
Ele hesitou, o cristal em sua mente como _
Desculpe, parece que o texto foi cortado! Vou completar o capítulo a partir do ponto em que parou, mantendo a narrativa fluida e consistente com o arco de Sombras de Aço. Se quiser alguma direção específica, é só me dizer!
um eco silencioso. “Só... pensando no que deixei pra trás, Lois. Krypton, a colônia. Escolhi a Terra, mas às vezes me pergunto se fiz o certo.”
Lois se inclinou, seus olhos firmes, mas gentis. “Você salvou milhões de vidas, Clark. Isso não é uma escolha pequena. E, olha, se essa colônia existe, você vai encontrá-la um dia. Mas agora? Metrópolis precisa de você. Eu preciso de você.”
As palavras dela o ancoraram, como sempre faziam. Ele sorriu, apertando a mão dela brevemente. “Obrigado, Lois. Vamos manter Luthor onde ele está, então.”
Naquela noite, Clark voou para o Ártico, o vento gelado da Fortaleza da Solidão envolvendo-o como um abraço familiar. Ele precisava enfrentar o cristal uma última vez, não para reabrir velhas feridas, mas para encerrá-las.
Na caverna de gelo, ele inseriu o cristal na fenda central, e a projeção de Jor-El apareceu, sua imagem mais clara, mas tingida de melancolia.
“Kal-El, meu filho,” Jor-El disse, a voz ecoando na caverna. “Você escolheu a Terra, um sacrifício que poucos fariam. O Farol está silencioso, mas o Devorador ainda existe, em algum lugar além das estrelas. Sua força será testada novamente.”
Clark olhou para a projeção, o peso de Krypton em seus ombros. “Eu sei, pai. Mas a Terra é meu lar agora. Não posso viver olhando pra trás.” Ele pegou o cristal, sua luz agora fraca, e o segurou com firmeza. “Se o Devorador vier, estarei pronto. Mas por enquanto, vou proteger o que tenho aqui.”
Jor-El sorriu, um raro momento de calor em sua imagem digital. “Você é mais do que Krypton, Kal-El. Você é esperança.” A projeção apagou, deixando Clark sozinho com o silêncio.
Ele tomou uma decisão. Com um movimento cuidadoso, esmagou o cristal em suas mãos, reduzindo-o a pó brilhante que se misturou ao gelo. O Farol não podia mais ser usado
— nem por ele, nem por Luthor. Era o fim de um capítulo, mas também um começo. Ele voou para fora da caverna, o céu ártico estrelado acima dele, sentindo-se, pela primeira vez, inteiro.
De volta a Metrópolis, Lois trabalhava até tarde, mas sua mente estava no Ártico. Ela sabia que Clark precisava desse momento, mas a espera a deixava inquieta. Quando ouviu o som suave de botas pousando no terraço do Planeta Diário, ela sorriu, saindo para encontrá-lo.
Superman — Clark — estava lá, a capa esvoaçante, os olhos mais leves do que ela jamais vira.
“Resolveu tudo lá em cima?” Lois perguntou, cruzando os braços, mas com um sorriso quente.
Clark assentiu, pousando ao lado dela. “Eu disse adeus ao cristal. Ao Farol. Krypton é parte de mim, mas meu futuro é aqui.” Ele olhou para a cidade, suas luzes brilhando como estrelas. “Com você.”
Lois bufou, mas deu um passo mais perto, o vento bagunçando seu cabelo. “Você tá ficando muito poético, Kent. Mas... gosto disso.” Ela hesitou, então se inclinou, seus lábios roçando os dele em um beijo breve, mas cheio de promessa.
“Só não pense que isso te livra de me ajudar com a próxima matéria.”
Clark riu, o som ecoando no terraço. “Nunca sonharia com isso, Lois.”
Eles ficaram ali, olhando para Metrópolis, a cidade que os unira e que continuariam a proteger. Mas, em uma cela distante, Lex Luthor recebia uma mensagem criptografada em um dispositivo escondido: “O Devorador está mais perto.
Prepare-se.” Ele sorriu, sabendo que a próxima batalha seria sua maior jogada.