Superman Prateado 17/20

Metrópolis pulsava com uma energia renovada, como se a cidade tivesse encontrado sua voz após meses de dúvida e divisão. As ruas, agora quase totalmente reconstruídas, vibravam com o som de trabalhadores, risos de crianças e o zumbido de novos projetos comunitários inspirados pela estátua de Superman.

A imagem do Homem de Aço, outrora questionada, agora era um símbolo de união, e o Planeta Diário, liderado por Lois Lane e Clark Kent, mantinha a chama acesa com matérias que celebravam a resiliência da cidade. Mas, nas sombras, a ameaça do Devorador

— mencionada na mensagem criptografada de Lex Luthor

— aproximava-se, um eco do passado kryptoniano que Clark ainda não podia prever.Na redação do Planeta Diário, Clark Kent terminava uma matéria sobre um novo centro comunitário, seus dedos movendo-se com uma confiança que refletia sua evolução.

Ele não era mais apenas o repórter desajeitado ou o herói voador; era ambos, e a aceitação disso o tornava mais forte. Lois, sentada em sua mesa, revisava fotos de Jimmy Olsen para a próxima edição, mas seus olhos vagavam para Clark, notando o brilho quieto em seu rosto.

A parceria deles, forjada em batalhas e verdades, era agora uma âncora para ambos.Lois jogou um clipe de papel nele, acertando sua testa com precisão. “Ei, Kent,” ela disse, com um sorriso travesso. “Tá sonhando com capas voadoras ou com a próxima manchete?”

Clark riu, ajustando os óculos. “Talvez um pouco dos dois, Lois. Mas tô pensando na cidade. Ela tá... viva de novo. Como se tivesse encontrado esperança.”Lois assentiu, seu olhar suavizando. “Você deu isso a ela, Clark. Não só voando, mas estando aqui, escrevendo, ouvindo. Não subestime isso.

Ela hesitou, então acrescentou: “E, só pra constar, você tá ficando bom nesse lance de repórter. Quem diria?”Ele sorriu, o calor de suas palavras aquecendo-o. “Tive uma boa professora.”Antes que Lois pudesse retrucar, Perry White saiu de seu escritório, segurando um telegrama. “Lane! Kent! Vocês vão querer ver isso.

A prefeitura tá organizando uma cerimônia hoje à noite pra homenagear os esforços da cidade, e Superman foi convidado como símbolo da recuperação. Quero vocês dois lá, cobrindo tudo!”Lois pegou o telegrama, seus olhos brilhando. “Isso é grande, Clark.

A cidade inteira vai estar lá. É a chance de mostrar que Metrópolis tá de volta.”Clark assentiu, mas uma inquietação o acometia. Sem o cristal, ele não tinha como prever a chegada do Devorador, mas a menção de Luthor à ameaça o mantinha em alerta.

“Vamos cobrir, Lois. Mas... fiquem de olho. Luthor pode estar quieto, mas ele nunca desiste.”A cerimônia ocorreu na praça central, sob um céu estrelado. A estátua de Superman brilhava sob holofotes, e a multidão

— milhares de cidadãos, de famílias a líderes comunitários

— lotava o espaço, segurando bandeiras com o símbolo do “S”. A prefeita discursou sobre a força de Metrópolis, agradecendo a todos que ajudaram na reconstrução, mas o momento mais esperado veio quando ela chamou Superman ao palco.

Clark, que estivera com Lois na multidão, desapareceu brevemente, reaparecendo como Superman, voando até o palco com a capa esvoaçante. A multidão explodiu em aplausos, e ele ergueu a mão, pedindo silêncio.

“Metrópolis não é definida por seus arranha-céus ou suas ruas,” ele disse, a voz firme, mas cheia de emoção. “É definida por vocês

— sua coragem, sua união, sua recusa em desistir. Eu sou apenas um de vocês, orgulhoso de chamar esta cidade de lar.”As palavras ecoaram, e a multidão aplaudiu novamente, muitas vozes gritando “Superman!” Lois, tirando fotos ao lado de Jimmy, sorriu, capturando o momento.

Mas seus olhos estavam em Clark, o homem por trás do símbolo, e ela sentiu um orgulho que ia além da manchete.Após o discurso, a prefeita entregou a Superman uma chave simbólica da cidade, e a multidão se espalhou, aproveitando a festa com música e comida.

Lois encontrou Clark

— agora de volta ao terno

— perto da estátua, observando as crianças brincando ao redor dela. “Você foi bem lá em cima, Homem de Aço,” ela disse, cutucando-o.

Quase me fez chorar Quase. Clark riu, olhando para ela. “Você nunca chora, Lois Lane. Mas fico feliz que gostou.” Ele hesitou, então acrescentou: Sabe, momentos como este... eles me lembram por que escolhi ficar.”Lois pegou a mão dele, o gesto natural, mas cheio de significado.

“E eu fico feliz que você ficou, Clark. Mas não se acostume com essas festas. Ainda temos Luthor pra vigiar.”Ele assentiu, mas seus sentidos captaram algo

— um leve tremor no ar, quase imperceptível, como uma onda de energia vinda do espaço. Ele olhou para o céu, o coração apertando. O Devorador estava mais perto do que ele imaginava, e, sem o cristal, ele não tinha como saber quando ou como chegaria.

Naquela noite, no terraço do Planeta Diário, Clark e Lois sentaram-se juntos, compartilhando um café enquanto olhavam para a cidade. A cerimônia ainda ecoava em suas mentes, mas a conversa virou para o futuro. “Você já pensou em como seria... normal?” Lois perguntou, a voz suave.

Sem Luthor, sem ameaças cósmicas, só... você e eu, escrevendo matérias, brigando por quem paga o jantar?”Clark sorriu, imaginando a cena. “Seria bom, Lois. Mas acho que nós dois gostamos um pouco do caos.” Ele olhou para ela, sério agora. “O que quer que venha

— Luthor, o Devorador, qualquer coisa

— vamos enfrentar juntos. Prometo.”Ela se inclinou, beijando-o suavemente, o calor do momento contrastando com a brisa fria. “É uma promessa, Clark Kent.”Enquanto eles se abraçavam, uma estrela no céu piscou, movendo-se lentamente

— não uma estrela, mas a silhueta distante do Devorador, suas garras metálicas brilhando na escuridão. Em sua cela, Luthor recebia uma nova mensagem: “Chegada iminente. Prepare a cidade.” Ele sorriu, sabendo que o próximo capítulo seria seu.