A estátua de Superman na praça central, agora restaurada, atraía famílias e turistas, enquanto as manchetes do Planeta Diário celebravam a união da cidade.
Clark Kent e Lois Lane, agora inseparáveis tanto no amor quanto no trabalho, dividiam suas vidas entre a redação e as ruas, onde Superman continuava a ser o guardião da esperança.
Mas sob a superfície, uma tempestade se formava, orquestrada por um inimigo que conhecia o coração do Homem de Aço melhor do que ele próprio.
Na redação do Planeta Diário, o caos habitual reinava: repórteres corriam, telefones tocavam, e Perry White gritava ordens de seu escritório.
Clark ajustava os óculos, digitando uma matéria sobre um tratado de paz global, enquanto Lois, sentada em sua mesa, analisava fotos de drones misteriosos encontrados em um depósito no porto.
“Clark, olha isso,” ela disse, apontando para símbolos kryptonianos gravados nos destroços. “Esses drones não são da LexCorp padrão. São tecnologia alienígena, e aposto que Luthor tá por trás, mesmo preso.
Clark franziu a testa, uma inquietação crescendo. Ele reconhecia os símbolos
— eram de Krypton, mas corrompidos, como se alguém tivesse adaptado sua tecnologia para fins próprios.
Se Luthor tá mexendo com isso, é mais perigoso do que imaginamos,” ele disse, a voz baixa.
Lois, promete que vai ficar fora do caminho dele. Só por enquanto.”Lois bufou, cruzando os braços com um sorriso desafiador.
Você sabe que eu não fujo de uma boa história, Clark.
Mas relaxa, Homem de Aço. Vou com calma... mais ou menos.” Ela piscou, mas seus olhos brilhavam com a determinação de sempre.
Naquela noite, Superman patrulhava Metrópolis, seus sentidos aguçados captando cada som da cidade
— o riso de crianças, o trânsito, o pulsar de um coração que ele conhecia melhor que o próprio: Lois. Mas um estrondo súbito no porto quebrou a calma.
Ele voou até lá, encontrando um armazém em chamas, drones com símbolos kryptonianos disparando contra trabalhadores encurralados.
Estranhamente, os drones não o atacaram diretamente, focando em alvos específicos, como se quisessem atraí-lo.Superman mergulhou, destruindo os drones com golpes precisos, sua visão de calor cortando seus núcleos.
Ele resgatou os trabalhadores, guiando-os para a segurança, mas uma risada fria ecoou, e um holograma de Lex Luthor se materializou nos destroços.
Kal-El,” Luthor disse, seu terno impecável contrastando com o caos, “você acha que salvar essas formigas muda alguma coisa? A humanidade é um câncer.
Só um líder de verdade pode curá-la. E você... você vai aprender isso da pior forma.”“Luthor,” Superman rosnou, os olhos brilhando com visão de calor.
O que você tá planejando?”O holograma sorriu, frio. “Paciência, alienígena. O show tá só começando.
A imagem piscou e desapareceu, mas antes que Superman pudesse processar, sua super-audição captou um grito que o fez congelar
— Lois, no centro da cidade, em perigo.
Ele voou em velocidade máxima, o ar rasgando ao seu redor, e chegou ao prédio do Planeta Diário, agora engolido por chamas verdes.
Uma explosão química, diferente de qualquer coisa que ele já vira, devastava os andares superiores.
Lois, que seguira uma pista sobre os drones, estava lá dentro, presa. Superman mergulhou nas chamas, arrancando vigas de aço com as mãos, sua visão de raio-X procurando freneticamente.
Ele a encontrou nos escombros, o rosto pálido, mas os olhos ainda brilhando com aquela teimosia que ele amava.“Clark... você veio,” ela sussurrou, a voz fraca, um corte profundo em seu braço sangrando.
Eu sempre venho, Lois,” ele disse, puxando-a para seus braços, o coração disparado. Ele tentou voar, mas uma segunda explosão detonou, liberando uma névoa de kryptonita líquida.
A substância queimou sua pele, enfraquecendo-o instantaneamente, e ele caiu, protegendo Lois com seu corpo.
A kryptonita não era apenas para ele
— era um veneno projetado para humanos também, e Lois, exposta, desmaiou, seu pulso fraquejando.No hospital, Clark, agora sem uniforme, segurava a mão de Lois na UTI, o silêncio do quarto quebrado apenas pelo bipe fraco do monitor.
Os médicos da S.T.A.R. Labs, chamados às pressas, entregaram o diagnóstico com rostos sombrios: a kryptonita líquida causara danos irreversíveis aos órgãos dela.
Ela não vai acordar, Sr. Kent,” o chefe da equipe disse, hesitante. “Nós... sentimos muito.”Clark ficou imóvel, o mundo desmoronando.
Ele ouviu o coração de Lois parar, cada batida final como uma faca em seu peito. Pela primeira vez, o Homem de Aço, que podia mover montanhas, não pôde fazer nada.
Ele caiu de joelhos ao lado da cama, um grito preso na garganta, enquanto o luto e a culpa o consumiam.
Luthor não apenas tirara Lois
— tirara a luz que guiava Clark, a mulher que o fazia humano.
Dias depois, o funeral de Lois Lane reuniu Metrópolis em um silêncio solene. Milhares lotaram a praça central, com Perry White, Jimmy Olsen e até Bruce Wayne
— Batman, vindo de Gotham
— entre os presentes. Clark, em um terno preto, parecia uma sombra, os olhos vazios fixos no caixão coberto de flores. Bruce se aproximou, sua voz baixa.
Clark, eu sei como é perder alguém que você ama. Não deixe isso te consumir.”Clark olhou para ele, a voz rouca, quase irreconhecível.
E se eu pudesse ter evitado, Bruce? E se eu pudesse garantir que ninguém mais sofra assim?”Bruce estreitou os olhos, um alerta em sua expressão.
Cuidado com o que você deseja, Clark. Justiça não é vingança. E controle não é paz.”Mas Clark não ouviu. Naquela noite, como Superman, ele voou até a prisão de Luthor, destruindo as portas de segurança com um soco.
Guardas recuaram, e Luthor, sentado calmamente em sua cela, o encarou com um sorriso enigmático. “Veio me matar, Kal-El?” ele disse. “Adiante. Mas saiba que a culpa é sua.
Você falhou com ela.”Superman agarrou Luthor pelo colarinho, os olhos brilhando com fúria, a visão de calor pronta para explodir. Mas ele parou, jogando-o contra a parede. “Você não merece morrer,” ele rosnou.
Você vai viver pra ver o mundo que eu vou construir. Um mundo onde ninguém mais perde quem ama.”Enquanto voava para fora, o céu de Metrópolis parecia mais escuro, como se sentisse a mudança em seu protetor.
Em Gotham, Batman observava relatórios de intervenções recentes de Superman
— desarmando gangues, destruindo arsenais
—, e sua expressão endurecia. “Ele tá indo longe demais,” ele murmurou, digitando uma mensagem para aliados como Arqueiro Verde e Flash.
A semente de uma resistência começava a germinar, mas por enquanto, Superman estava sozinho, guiado por um luto que o levaria a um caminho sem volta.