Injustice: A Queda de um Herói

Metrópolis tentava se curar, mas as cicatrizes da explosão que matou Lois Lane permaneciam visíveis

— Nas ruas carbonizadas ao redor do Planeta Diário, nos olhos dos cidadãos que depositavam flores na praça central, e, mais profundamente, no coração de Clark Kent.

Superman, outrora o símbolo de esperança, agora voava sobre a cidade com um olhar endurecido, sua capa não mais esvoaçante com leveza, mas cortando o ar como uma lâmina.

A promessa que fizera a Lex Luthor

— construir um mundo onde ninguém mais sofresse

— ecoava em sua mente, alimentada por um luto que não encontrava alívio. O Homem de Aço estava mudando, e Metrópolis, sem saber, começava a sentir o peso de sua nova missão.

Na redação do Planeta Diário, o silêncio era quase palpável.

Perry White revisava matérias com um suspiro pesado, enquanto Jimmy Olsen organizava fotos de Lois, preparando um tributo póstumo.

A ausência dela era um vazio que ninguém sabia como preencher.

Clark, de volta ao trabalho para manter as aparências, sentava-se em sua mesa, os óculos escondendo a tempestade em seus olhos.

Ele digitava uma matéria sobre a reconstrução, mas sua super-audição captava notícias de conflitos distantes

— guerras, atentados, caos. Cada grito de socorro era um lembrete de sua falha com Lois, e a culpa o consumia.

Perry se aproximou, colocando uma mão em seu ombro.

“Kent, você não precisa estar aqui tão cedo,” ele disse, a voz rouca.

Todos nós... estamos sentindo. Vá pra casa, descanse.”Clark olhou para ele, forçando um sorriso fraco. “Obrigado, Perry. Mas o trabalho me mantém focado.

Era uma meia-verdade. O trabalho o mantinha ancorado, mas sua mente já estava em outro lugar

— em um mundo que ele podia moldar, onde tragédias como a de Lois nunca aconteceriam.

Naquela noite, Superman voou para além de Metrópolis, seus sentidos guiando-o a uma zona de guerra no leste da Europa, onde dois países trocavam mísseis em um conflito que já matara milhares.

Ele pairou acima do campo de batalha, o céu iluminado por explosões, e sua presença fez os soldados pararem, armas abaixadas em choque.

Isso acaba agora,” ele disse, a voz ecoando como trovão. Com um movimento, ele destruiu os mísseis no ar, sua visão de calor reduzindo-os a cinzas.

Tanques foram esmagados por sua força, e bases militares desmanteladas em minutos.

Os líderes das duas nações, reunidos em bunkers, receberam um ultimato: “Assinem a paz, ou eu volto.” Apavorados, eles obedeceram, e o conflito cessou em horas.

O mundo assistiu, maravilhado, chamando Superman de “Pacificador Global”. Mas havia um brilho frio em seus olhos, uma determinação que beirava a obsessão.

Em Gotham, Batman observava os relatórios em sua Batcaverna, a tela mostrando imagens de Superman destruindo arsenais.

Ele tá indo longe demais,” ele murmurou, digitando uma mensagem para Barry Allen, o Flash. “Precisamos conversar.

Agora.”De volta a Metrópolis, Clark retornou ao Planeta Diário, mas encontrou um visitante inesperado: Diana Prince, a Mulher-Maravilha.

Ela o esperava no terraço, sua armadura brilhando sob a luz da lua. “Kal-El,” ela disse, a voz firme, mas com um traço de preocupação. “O que você fez hoje salvou vidas, mas também assustou o mundo.

Forçar a paz não é justiça. Você sabe disso.”Clark, ainda de terno, tirou os óculos, revelando o peso em seus olhos.

E deixar o mundo se destruir é justiça, Diana? Lois morreu porque eu não fui rápido o suficiente, forte o suficiente.

Não vou deixar isso acontecer de novo. Nunca.”Diana deu um passo à frente, sua expressão suavizando. “Eu entendo sua dor, Clark. Mas o caminho que você tá escolhendo... pode nos dividir.

A Liga confia em você, mas precisamos de equilíbrio, não de controle.”Clark olhou para a cidade, as luzes de Metrópolis refletindo sua promessa quebrada.

A Liga pode me seguir ou ficar no caminho, Diana. Mas eu não vou parar.” Ele voou, deixando-a sozinha, suas palavras ecoando como um aviso.

Enquanto isso, na prisão de segurança máxima, Lex Luthor recebia uma visita rara: um advogado da LexCorp, portando uma mensagem codificada.

O plano avança, o advogado sussurrou, entregando um dispositivo minúsculo. “Os aliados estão prontos. Superman tá exatamente onde você quer.

Luthor sorriu, ativando o dispositivo, que projetou um mapa de conflitos globais

— cada um cuidadosamente orquestrado por seus contatos para atrair Superman. “Ele acha que tá salvando o mundo,” Luthor murmurou, “mas tá construindo meu trono.

Quando ele cair, serei eu a erguer Metrópolis.”Em Metrópolis, Clark, como Superman, começou a agir localmente, desmantelando redes criminosas com uma eficiência brutal.

Ele invadiu esconderijos, destruiu armas e entregou criminosos à polícia sem julgamento. A cidade, inicialmente grata, começou a sussurrar preocupações.

No Planeta Diário, Jimmy capturava imagens de Superman pairando sobre a cidade, seus olhos brilhando com uma intensidade que assustava até os aliados.

Perry chamou Clark ao seu escritório, segurando um jornal com a manchete: “Superman: Salvador ou Vigilante?” “Kent, sei que você tá sofrendo,” Perry disse, “mas essas ações do Superman... elas não são o que Lois defenderia.

Ela acreditava em verdade, não em força.”Clark olhou para o jornal, o nome de Lois como uma facada. “Lois morreu porque a verdade não foi suficiente, Perry,” ele disse, a voz fria.

Eu vou fazer o que ela não pôde

— Garantir que ninguém mais perca quem ama.”Ele saiu, deixando Perry com um peso no peito. Naquela noite, Superman voou até a estátua na praça central, olhando para a rachadura reparada no bronze.

Eu prometo, Lois,” ele sussurrou, “vou tornar o mundo digno de você.”Mas, em Gotham, Batman reunia Barry Allen e Oliver Queen

— o Arqueiro Verde

— Em segredo. “Superman tá se perdendo,” Bruce disse, mostrando dados de suas intervenções.

“Se não o detivermos, ele vai transformar o mundo em uma prisão. Precisamos de um plano.