Injustice: Linhas Cruzadas

Metrópolis acordava sob um céu cinzento, o brilho de seus arranha-céus ofuscado por uma tensão crescente.

Superman, agora uma presença constante nos céus, patrulhava com uma intensidade que silenciava as ruas. Suas intervenções globais

— desarmando exércitos, destruindo arsenais

— haviam trazido uma paz forçada, mas os cidadãos começavam a sussurrar: era gratidão ou medo? No Planeta Diário, as manchetes hesitavam, divididas entre louvar o “Pacificador” e questionar seus métodos.

Clark Kent, escondido atrás de óculos tortos, lutava para manter a fachada, mas o luto por Lois Lane o consumia, transformando sua esperança em uma missão implacável: um mundo sem dor, custe o que custasse.

Na redação, Clark revisava uma matéria, mas seus sentidos captavam notícias de um ataque em Central City

— um grupo de criminosos armados com tecnologia da LexCorp. Ele saiu discretamente, trocando o terno pelo uniforme azul e vermelho.

Em minutos, estava em Central City, onde Barry Allen, o Flash, já enfrentava os bandidos, desarmando-os com sua velocidade.

Mas Superman chegou como um trovão, destruindo os drones com visão de calor e esmagando armas com as mãos, os criminosos rendidos em segundos.

Barry parou, ofegante, olhando para Superman com uma mistura de alívio e desconforto. “Valeu, Clark, mas... isso foi meio exagerado, não acha? Esses caras já tavam rendidos.”

Superman flutuou, os olhos brilhando com uma frieza nova. “Exagerado, Barry? Eles tinham tecnologia kryptoniana.

Quantas vidas seriam perdidas se eu hesitasse? Como Lois foi perdida?” Sua voz tremia, o nome dela uma ferida aberta.

Barry deu um passo à frente, a voz baixa. “Eu sei que você tá sofrendo, cara. Todos nós sentimos a falta dela. Mas isso... isso não é você. Lois não ia querer você assustando o mundo pra ‘proteger’ ele.”

Superman cerrou os punhos, o ar crepitando ao seu redor. “Lois morreu porque eu fui fraco. Não vou cometer esse erro de novo. Ou você tá comigo, Barry, ou tá no meu caminho.”

Ele voou, deixando Flash sozinho, o eco de suas palavras pesando como uma ameaça.

Em Metrópolis, Clark voltou ao Planeta Diário, mas a redação estava diferente.

Jimmy Olsen, segurando sua câmera, mostrava a Perry White uma foto de Superman destruindo um esconderijo criminoso, destroços fumegando ao fundo.

“Chefe, isso tá saindo do controle,” Jimmy disse, nervoso. “As pessoas tão começando a ter medo dele.”

Perry olhou para Clark, que fingia trabalhar, e suspirou. “Kent, você conhecia Lois melhor que ninguém. O que ela diria sobre isso?”

Clark parou de digitar, o nome de Lois como uma facada.

“Ela diria pra fazer o que é certo, Perry. Mesmo que doa.” Ele se levantou, saindo antes que a conversa continuasse, mas suas palavras soaram mais como uma justificativa do que uma verdade.

Naquela noite, Superman agiu novamente, desmantelando uma rede de tráfico em Coast City. Hal Jordan, o Lanterna Verde,

chegou para ajudar, mas ficou chocado ao ver Superman interrogando criminosos com força bruta, os olhos brilhando com visão de calor.

Para, Clark!” Hal gritou, criando uma barreira verde entre Superman e os homens. “Eles já se renderam! O que tá fazendo?”

Superman virou-se, a capa esvoaçante.

“Eu tô acabando com o crime, Hal. Não com palavras, não com prisões que eles escapam. Com ação. Você já viu o que acontece quando hesitamos. Lois viu.”

Hal baixou a barreira, a voz firme.

“Você tá honrando a memória dela ou usando como desculpa? Isso não é justiça, é vingança.”

Superman flutuou mais perto, a voz baixa, mas cortante. “Fique fora do meu caminho, Jordan.” Ele voou, deixando Hal com um peso no peito.

No espaço, o anel de Hal brilhou, enviando uma mensagem aos Guardiões do Universo: “Superman tá fora de controle. Preciso de orientação.”

Enquanto isso, na prisão, Lex Luthor recebia outra mensagem codificada em seu dispositivo contrabandeado: “Conflitos escalando. Superman responde como previsto.

Ele sorriu, traçando um mapa holográfico de Metrópolis, onde drones kryptonianos, ativados por seus aliados, começavam a patrulhar em segredo. “Você tá construindo meu mundo, Kal-El,” ele murmurou.

E quando cair, serei eu a pegar os pedaços.”

Em Gotham, Batman reunia mais aliados em sua Batcaverna. Barry Allen, ainda abalado pelo confronto, juntou-se a Oliver Queen e Dinah Lance

— Canário Negro. Bruce mostrou dados de intervenções de Superman, cada uma mais brutal. “Ele tá criando um padrão,” Bruce disse, apontando para um mapa. “Metrópolis é o centro, mas ele tá expandindo.

Se não o detivermos, ele vai querer controlar tudo.”

Barry hesitou, a lealdade dividida. “Ele tá sofrendo, Bruce. Não podemos ajudá-lo em vez de lutar?

Bruce olhou para ele, a voz firme. “Ajudar significa detê-lo antes que ele se torne algo que Lois nunca reconheceria. Preparem-se. Isso tá só começando.”

Na Fortaleza da Solidão, Superman estava sozinho, olhando para uma projeção holográfica de Lois, gravada meses antes.

Você sempre acreditou em mim, Lois,” ele sussurrou, a voz quebrada.

“Mas acreditar não foi suficiente.

Agora, vou fazer o que é necessário.” Ele desligou a projeção, o gelo ao seu redor refletindo seus olhos endurecidos.

Metrópolis, o mundo, seriam protegidos

— mesmo que ele tivesse que governá-los.