Injustice: O início do Controle

Metrópolis, outrora um farol de esperança, agora vivia sob uma vigilância silenciosa.

Os céus, antes iluminados pela figura esvoaçante de Superman, eram patrulhados por drones kryptonianos, suas luzes verdes varrendo as ruas à noite.

Clark Kent, o Homem de Aço, tornava-se uma presença constante, não mais apenas salvando vidas, mas impondo ordem.

Suas intervenções globais

— desarmando nações, silenciando criminosos

— eram aplaudidas por muitos, mas o custo era visível nos olhos dos cidadãos, que trocavam olhares nervosos ao verem seu protetor.

O luto por Lois Lane o transformara, e sua promessa de um mundo sem dor começava a soar como uma ameaça.

No Planeta Diário, a redação era um campo de tensão. Perry White segurava uma pilha de cartas de leitores, metade louvando Superman, metade questionando suas ações.

Jimmy Olsen, organizando fotos, hesitava antes de publicar imagens de Superman destruindo um depósito de armas em Star City, o rosto do herói marcado por uma fúria que não combinava com o símbolo em seu peito.

Clark, sentado em sua mesa, fingia trabalhar, mas sua super-audição captava as conversas sussurradas: “Ele tá mudando... Será que Lois aprovaria?”

Perry se aproximou, jogando um jornal na mesa de Clark. A manchete dizia: “Superman: Herói ou Tirano?” “Kent, você sempre defendeu o Superman,” Perry disse, a voz grave.

Me diga que isso é só um momento. Que ele não tá virando algo que Lois lutou contra.”

Clark olhou para o jornal, o nome de Lois como uma lâmina.

“Ele tá fazendo o que precisa, Perry,” respondeu, a voz fria. “Às vezes, a verdade exige força.” Ele se levantou, saindo antes que Perry pudesse insistir, mas o peso das palavras do chefe o seguiu.

Naquela manhã, Superman voou para a sede da ONU em Nova York, onde líderes mundiais debatiam sanções contra uma nação em conflito.

Ele pousou no salão principal, a capa esvoaçante, interrompendo o discurso do presidente da assembleia. “Vocês falam de paz enquanto pessoas morrem,” ele disse, a voz ecoando.

Isso acaba agora. Assinem meu tratado de desarmamento global, ou eu desarmarei seus exércitos sozinho.

O silêncio foi quebrado por murmúrios de medo e indignação, mas ninguém ousou desafiá-lo. Diana Prince, a Mulher-Maravilha, observava das sombras, enviada pela Liga da Justiça para monitorá-lo.

Quando os líderes, intimidados, começaram a assinar, ela se aproximou, bloqueando o caminho de Superman. “Kal-El, isso não é liderança,” ela disse, o escudo erguido.

É coerção. Você tá assustando o mundo que jurou proteger.”

Superman olhou para ela, os olhos estreitados. “E deixar o mundo se destruir é proteção, Diana? Lois morreu porque eu não agi. Não vou falhar de novo.

Ele a empurrou gentilmente, mas com firmeza, e voou, deixando-a com um peso no coração.

Diana retornou à Torre de Vigilância, onde encontrou Barry Allen e Hal Jordan esperando. “Ele não tá ouvindo,” ela disse, a voz tensa. “A dor o cegou. Se não agirmos, ele vai arrastar todos nós com ele.

Hal cruzou os braços, o anel brilhando. “Os Guardiões me alertaram sobre ele. Dizem que um poder como o de Superman, sem limites, é uma ameaça ao equilíbrio do universo.

O que fazemos?”

Barry hesitou, a lealdade dividida. “Ele ainda é nosso amigo. Talvez possamos trazê-lo de volta.

Diana balançou a cabeça. “Não sem confronto. E isso... pode nos dividir para sempre.

Em Metrópolis, Superman implementou um novo sistema: drones kryptonianos, reprogramados com tecnologia apreendida da LexCorp, começaram a monitorar crimes em tempo real.

Ele justificava como “prevenção”, mas as câmeras nos drones gravavam tudo, e os cidadãos sentiam seus passos vigiados.

No Planeta Diário, Jimmy tentou publicar uma foto dos drones, mas Perry a vetou, temendo represálias.

Não podemos enfrentar o Superman,” Perry murmurou, a contragosto. “Não agora.”

Clark, ouvindo a conversa com sua super-audição, sentiu uma pontada de culpa, mas a sufocou.

Ele voou até a Fortaleza da Solidão, onde ativou uma projeção de Jor-El. “Pai, estou fazendo o certo?” perguntou, a voz quebrada. “Lois se foi, e o mundo tá em caos. Controle é a única resposta.

A projeção de Jor-El, fria e lógica, respondeu: “Você foi enviado para guiar, Kal-El, não para governar. O coração humano é frágil, mas sua força vem da escolha, não da submissão.” Clark desligou a projeção, irritado.

Escolha nos custou Lois,” ele murmurou, saindo para continuar sua missão.

Na prisão, Lex Luthor recebia outra mensagem codificada: “Drones ativos. Metrópolis sob controle. Fase dois iniciada.

Ele sorriu, manipulando um dispositivo que mostrava imagens de Superman pairando sobre a cidade. “Você tá pavimentando meu caminho, Kal-El,” ele disse. “Quando o mundo te rejeitar, estarei pronto.

Em Gotham, Batman trabalhava na Batcaverna, desenvolvendo um protótipo de armadura reforçada com kryptonita sintética. Oliver Queen, ao seu lado, testava flechas especiais.

Você acha mesmo que vamos precisar lutar contra ele?” Oliver perguntou, a voz tensa.

Bruce olhou para o monitor, onde imagens de Superman destruindo um arsenal em Blüdhaven apareciam.

Não é uma questão de ‘se’, Ollie. É uma questão de ‘quando’.” Ele enviou uma mensagem criptografada para Dinah Lance e Barry Allen: “Preparem-se. Ele tá formando um exército. Precisamos do nosso.

Naquela noite, Superman pousou na praça central, onde uma multidão se reunia, dividida entre apoiadores e críticos.

Um jovem segurava um cartaz: “Superman, nosso guardião!” Outro, mais velho, gritava: “Quem te deu o direito de nos vigiar?

Superman olhou para eles, o símbolo em seu peito parecendo mais pesado. “Eu não quero governar vocês,” ele disse, a voz alta, mas tensa.

Quero protegê-los. Mas não posso fazer isso se continuarem lutando.

Ele voou, o som de aplausos misturado com vaias ecoando atrás dele. Em seu coração, a imagem de Lois o assombrava, mas sua voz

— a voz que sempre o guiara

— estava cada vez mais distante. Metrópolis, e o mundo, estavam mudando sob sua mão, mas a que custo?