Capítulo 17 – Um Encontro Inesperado

Capítulo 17 – Um Encontro Inesperado

Três meses haviam se passado desde o dia em que Gabriel despertou seu sistema passivo. Agora, no nível 5, ele se destacava discretamente entre os caçadores de Nova City. Sua força crescia constantemente, mesmo nos momentos de descanso, e sua presença começava a ser notada, ainda que ele preferisse se manter longe dos holofotes.

Naquela tarde, o céu estava limpo e o clima agradavelmente ameno. Gabriel caminhava sem pressa por uma das principais avenidas da cidade, observando os comerciantes abrindo suas barracas e os moradores indo e vindo com seus compromissos. O burburinho da cidade era comum, mas algo chamou sua atenção.

Do outro lado da rua, uma jovem caminhava tranquilamente. Cabelos loiros balançando ao vento, olhos verdes que pareciam refletir a luz do sol, e um corpo esbelto e gracioso. A presença dela se destacava no meio da multidão, e Gabriel, impulsivamente, decidiu se aproximar.

— Oi… desculpa a abordagem, mas… qual é o seu nome? — perguntou, um pouco sem jeito, mas firme no olhar.

A menina parou, o observou por alguns segundos e sorriu de forma simpática.

— Aline. E você?

— Gabriel.

— É um nome bonito. — disse ela, com naturalidade.

Eles continuaram conversando ali mesmo, em meio ao vai e vem da cidade. O tempo passou rápido entre risos tímidos e descobertas simples: gostos em comum, histórias do dia a dia, um pouco sobre a vida de cada um. Aline contou que estava em Nova City havia pouco tempo, acompanhando a tia e pensando em se registrar na associação como curandeira.

Gabriel achou interessante, e também curioso. Era raro encontrar alguém tão gentil e ao mesmo tempo tão confiante, especialmente entre os caçadores e mercenários que costumava conhecer.

— Que tal continuarmos essa conversa em outro lugar? — sugeriu ele, apontando com a cabeça para um restaurante próximo.

— Claro — ela respondeu, sorrindo de novo.

O restaurante era simples, mas agradável, com mesas de madeira escura e janelas abertas que deixavam o vento circular. Eles escolheram uma mesa mais ao fundo, longe do barulho das ruas.

O almoço seguiu leve e descontraído. Aline era divertida, e Gabriel se pegou rindo mais do que de costume. Era um tipo de conexão que ele não experimentava há tempos — talvez nunca. Pela primeira vez em muito tempo, ele não pensava em monstros, em missões, ou em níveis de poder. Estava apenas ali, presente, aproveitando aquele momento inesperado.

Quando saíram do restaurante, o sol já começava a descer, tingindo o céu de tons dourados. Eles andaram mais um pouco lado a lado, sem pressa, sem promessas, apenas aproveitando a companhia um do outro.

Gabriel sabia que aquele encontro talvez mudasse alguma coisa. E, pela primeira vez em muito tempo… ele não se importava com isso.

Enquanto caminhavam em silêncio pelas ruas iluminadas pelo entardecer, Gabriel olhou para Aline. Ela sorria com tranquilidade, os olhos verdes brilhando sob a luz dourada do sol. Ele sentiu um impulso, uma mistura de desejo e curiosidade — algo natural, mas que não sentia com frequência.

— Aline... — ele começou, com o tom de voz calmo. — Você quer ir até a minha casa? Podemos continuar a conversa lá... com mais privacidade.

Ela virou o rosto para ele, analisando sua expressão por um instante. Depois, assentiu com um leve sorriso.

— Claro. Eu gostaria disso.

A casa de Gabriel era simples, mas arrumada. Ele preparou duas bebidas e ofereceu uma a ela. Sentaram-se no sofá da sala, e o clima que já era leve continuou se desenvolvendo naturalmente. Riram, compartilharam histórias, e o tempo parecia desacelerar enquanto falavam sobre tudo e nada ao mesmo tempo.

A certa altura, os olhares se intensificaram. Gabriel se levantou, caminhou até a porta de seu quarto e olhou para ela.

— Quer vir comigo? — perguntou, direto, mas sem pressa.

Aline se levantou sem hesitar, os olhos ainda fixos nos dele.

— Quero.

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O quarto estava silencioso, com a luz suave entrando pela janela. Não houve palavras, apenas toques, gestos e olhares que falavam por si. Não havia promessas, nem declarações. Era um momento compartilhado entre dois jovens que se entenderam sem precisar explicar muito.

Naquela noite, Gabriel e Aline se entregaram ao desejo com naturalidade. Um encontro íntimo, casual, mas marcante.

E, por ora, era exatamente isso que ambos queriam.