Capítulo 24 – Florescer na Tempestade

A chuva caía como se o próprio céu quisesse impedir a Raiz Carmesim de continuar. Relâmpagos cortavam o horizonte da cidade, iluminando o imenso portal que se expandia no ar — instável, pulsante, carregado de magia corrompida.

Renji, Dalki, Yura, Masaki e mais seis membros da guilda chegaram com pressa, vestindo seus mantos de combate. Mesmo com as tensões recentes, havia uma sincronia nos movimentos, como se a tempestade externa fosse um reflexo da interna.

— Está pior do que esperávamos — disse Yura, consultando sua pedra de leitura mágica. — Esse portal... está sugando mana do ambiente. Se não fecharmos, ele vai crescer até engolir toda essa região.

— Kei quer nos forçar a falhar publicamente — resmungou Dalki, cerrando os punhos. — Quer nos expor como fracos, divididos.

— Então vamos mostrar que somos mais fortes até na tormenta — respondeu Renji, seus olhos brilhando com magia de reforço.

Entraram no portal.

O que encontraram lá dentro foi diferente de qualquer dungeon que já haviam enfrentado. Era uma floresta corrompida, onde as árvores respiravam, o solo murmurava e cada sombra parecia vigiá-los.

— Fiquem juntos! — ordenou Renji. — Qualquer separação pode ser fatal.

Criaturas disformes surgiram das névoas — bestas feitas de madeira e osso, alimentadas por magia instável. Masaki ativou seus fios, tecendo armadilhas entre as árvores. Dalki partiu para cima com sua técnica de punhos dobrados. Yura criava domos de proteção para os magos mais fracos.

Renji, no centro da formação, lutava como um raio encarnado. Seus socos não apenas esmagavam os inimigos — eles limpavam a corrupção ao redor.

Mas a floresta parecia responder a cada golpe. Mais monstros surgiam. Mais raízes tentavam separá-los.

Foi então que ouviram.

— Vocês acham que merecem o mundo? Vocês não passam de ervas daninhas.

Kei. Sua voz ecoava pelas árvores, como se ele fosse parte do próprio lugar.

— Mostre-se, covarde! — gritou Dalki.

Uma gargalhada respondeu. E então, Kei apareceu.

Transformado. Seus olhos estavam vermelhos, suas mãos em chamas negras. Ele havia se fundido à Dungeon.

— Se querem ser uma raiz... eu serei o machado.

O duelo começou. Um contra todos.

Mas Renji sabia:

Era a tempestade final antes do florescer.