Capítulo 25 – O Fruto da Guerra

A luta contra Kei havia ultrapassado os limites do físico. Era magia contra ideologia, golpe contra lembrança. A Raiz Carmesim inteira lutava com tudo — não apenas para vencer, mas para não quebrar.

Renji enfrentava Kei diretamente. Cada golpe trocado era carregado de história. Eles já haviam rido juntos. Agora, socavam como se suas vidas dependessem da destruição um do outro.

— Você era um de nós! — rugiu Renji, bloqueando uma lança de sombras com o braço endurecido pela Transcendência Corpórea.

— E ainda sou! — gritou Kei, abrindo os braços enquanto a floresta corrompida reagia à sua presença. — Mas eu vi o futuro... e ele não tem lugar para raízes fracas!

Renji avançou. O impacto do soco fez a terra tremer. Kei foi lançado contra uma árvore viva, que se contorceu como se quisesse protegê-lo. Mas Masaki cortou os galhos com seus fios, criando uma brecha.

— Agora! — gritou Yura.

Dalki surgiu ao lado, em movimento sincronizado. A formação antiga deles — a “espiral carmesim” — foi ativada. Um golpe concentrado de magia, fios e força corporal atingiu Kei com potência total.

Mas ele sorriu.

— Obrigado... por não terem recuado.

No último segundo, Kei pareceu recuperar a sanidade. Olhou para Renji e sussurrou:

— Ele está vindo. Isso tudo... foi só o começo.

O corpo de Kei se fragmentou em partículas negras, e a dungeon começou a ruir. Um colapso dimensional.

Renji carregou Yura. Dalki puxou Masaki. Todos correram em direção à saída.

Ao atravessarem o portal, a dungeon explodiu em uma luz vermelha. No céu, por um instante, surgiu uma imagem: uma figura encapuzada com um olho de chamas roxas. Ele observava. E depois... sumiu.

Na base da guilda, horas depois, Renji estava calado.

— Ele avisou — disse Dalki. — E deixou uma semente de algo maior.

Renji olhou para o pingente de Kei.

— Vamos crescer com isso. Mas não vamos esquecer. Porque o fruto da guerra... sempre deixa sabor amargo.