Capítulo 28 – A Terra dos Caídos

A missão chegou com um selo dourado — urgência máxima. Uma Dungeon de classificação EX, conhecida como Terra dos Caídos, estava instável há semanas. Nenhum caçador enviado havia retornado. Nenhuma imagem mágica podia ultrapassar o portal. E agora, com a ameaça do Olho Roxo, o Conselho queria respostas.

Renji leu a carta duas vezes. Depois, uma terceira. O nome do local já era um presságio: a Terra dos Caídos era uma lenda. Um lugar dito amaldiçoado, onde os próprios Despertos enlouqueciam.

— Eu vou — disse, entregando a carta a Dalki.

— Vai sozinho? — o amigo questionou.

Renji hesitou. Mas antes que pudesse responder, Masaki se adiantou.

— Ele não vai sozinho. Eu vou também.

Yura levantou o braço.

— E eu. Mesmo que tentem me impedir.

Dalki suspirou.

— É claro que vou. Mas a culpa vai ser sua se eu sair com menos cabelo.

A equipe partiu com autorização especial. Cinco caçadores os acompanharam como suporte, entre eles um nome famoso: Mikael Strauss, o Cavaleiro da Luz Obscura. Antigo membro de uma guilda europeia dissolvida.

O portal para a Terra dos Caídos era estranho. Tinha formato vertical, como um espelho rachado. E emitia um som... um sussurro. Como se alguém chorasse do outro lado.

Ao atravessarem, tudo mudou.

A gravidade era mais pesada. O céu era vermelho, com rachaduras negras como veias pulsando. Árvores torcidas cresciam do chão estéril. O ar tinha gosto de ferro.

Mas o mais aterrorizante... era o silêncio.

— Estamos sendo observados — disse Mikael, puxando sua espada dupla.

Os primeiros inimigos surgiram como espectros: humanos, mas distorcidos. Despertos caídos. Suas habilidades corrompidas geravam chamas negras, espinhos temporais e rugidos que doíam nos ossos.

Renji atacou com força total, mas notou algo estranho: sua magia de reforço parecia mais intensa. A Transcendência Corpórea reagia a cada segundo, como se estivesse absorvendo o ambiente.

Masaki criou lacres de contenção com fios de energia e Yura usava feitiços de purificação para dissipar a loucura ao redor.

Mikael foi o primeiro a cair. Um espinho atravessou seu ombro, mas ele ainda lutava, urrando como um cavaleiro das eras antigas.

— Eu achei que vi... o futuro quebrando — murmurou.

Renji liderou o grupo até um templo ao longe, onde uma estátua negra e partida parecia observá-los. Quando se aproximaram, a estátua abriu os olhos.

E falou.

— Vocês querem respostas... mas não estão prontos para o preço.

A Dungeon inteira começou a vibrar.