A missão chegou com um selo dourado — urgência máxima. Uma Dungeon de classificação EX, conhecida como Terra dos Caídos, estava instável há semanas. Nenhum caçador enviado havia retornado. Nenhuma imagem mágica podia ultrapassar o portal. E agora, com a ameaça do Olho Roxo, o Conselho queria respostas.
Renji leu a carta duas vezes. Depois, uma terceira. O nome do local já era um presságio: a Terra dos Caídos era uma lenda. Um lugar dito amaldiçoado, onde os próprios Despertos enlouqueciam.
— Eu vou — disse, entregando a carta a Dalki.
— Vai sozinho? — o amigo questionou.
Renji hesitou. Mas antes que pudesse responder, Masaki se adiantou.
— Ele não vai sozinho. Eu vou também.
Yura levantou o braço.
— E eu. Mesmo que tentem me impedir.
Dalki suspirou.
— É claro que vou. Mas a culpa vai ser sua se eu sair com menos cabelo.
A equipe partiu com autorização especial. Cinco caçadores os acompanharam como suporte, entre eles um nome famoso: Mikael Strauss, o Cavaleiro da Luz Obscura. Antigo membro de uma guilda europeia dissolvida.
O portal para a Terra dos Caídos era estranho. Tinha formato vertical, como um espelho rachado. E emitia um som... um sussurro. Como se alguém chorasse do outro lado.
Ao atravessarem, tudo mudou.
A gravidade era mais pesada. O céu era vermelho, com rachaduras negras como veias pulsando. Árvores torcidas cresciam do chão estéril. O ar tinha gosto de ferro.
Mas o mais aterrorizante... era o silêncio.
— Estamos sendo observados — disse Mikael, puxando sua espada dupla.
Os primeiros inimigos surgiram como espectros: humanos, mas distorcidos. Despertos caídos. Suas habilidades corrompidas geravam chamas negras, espinhos temporais e rugidos que doíam nos ossos.
Renji atacou com força total, mas notou algo estranho: sua magia de reforço parecia mais intensa. A Transcendência Corpórea reagia a cada segundo, como se estivesse absorvendo o ambiente.
Masaki criou lacres de contenção com fios de energia e Yura usava feitiços de purificação para dissipar a loucura ao redor.
Mikael foi o primeiro a cair. Um espinho atravessou seu ombro, mas ele ainda lutava, urrando como um cavaleiro das eras antigas.
— Eu achei que vi... o futuro quebrando — murmurou.
Renji liderou o grupo até um templo ao longe, onde uma estátua negra e partida parecia observá-los. Quando se aproximaram, a estátua abriu os olhos.
E falou.
— Vocês querem respostas... mas não estão prontos para o preço.
A Dungeon inteira começou a vibrar.