Capítulo 30 – A Agulha e o Fio

O cristal recuperado da Terra dos Caídos foi entregue a Dra. Noriko, uma das maiores estudiosas de artefatos mágicos e tecnologias de Dungeon. Ela o analisava há horas, sob olhares atentos de Renji, Masaki, Yura e Mikael, que se recuperava em uma cadeira com o braço enfaixado.

— Isso não é só energia mágica — disse Noriko, franzindo o cenho. — É um padrão. Um código. Uma... costura.

Masaki se aproximou.

— Eu também senti isso. O fio... não era só feito de mana. Era feito de emoção. Luto, dor, frustração...

— Exato. Alguém está costurando os mundos com sofrimento. As Dungeons não são falhas do sistema. São partes intencionais dele.

Renji ficou em silêncio. As palavras da entidade sombria ainda ecoavam em sua mente:

Cortem os fios... e o mundo também se rompe.

Foi quando a porta da sala de pesquisa foi aberta abruptamente. Um homem de terno branco entrou, seguido por três guardas.

— Sou Jiran, representante direto da Ordem dos Tecelões. Estou aqui com uma proposta para a Raiz Carmesim.

— Ordem dos... Tecelões? — perguntou Dalki, desconfiado.

Jiran sorriu, sereno.

— Somos os verdadeiros arquitetos por trás do sistema. Ou melhor, seus restauradores. O mundo não deveria funcionar como está. E vocês... tocaram num fio muito perigoso.

Yura se levantou, os olhos semicerrados.

— Isso é uma ameaça?

— É uma oferta. Trabalhem conosco. Descubram os fios certos a serem puxados. Em troca, damos acesso irrestrito ao Núcleo das Dungeons. Conhecimento... poder... e, talvez, as respostas que procuram.

Renji encarou Jiran por longos segundos. Havia algo naquela aura. Não era mágica. Era... inevitável.

— E se recusarmos?

Jiran ajustou os punhos do paletó.

— Outros aceitarão. Mas vocês... perderão a chance de reescrever o mundo.