Capítulo 31 – A Decisão de Sangue

O silêncio na sede da Raiz Carmesim era quase palpável. A proposta da Ordem dos Tecelões pairava no ar como uma lâmina prestes a cair.

Renji encarava o mapa das Dungeons mundiais, com novos pontos vermelhos surgindo a cada semana. O mundo estava colapsando... e ele não sabia se confiar na Ordem seria salvação ou ruína.

— Não podemos aceitar isso — disse Yura com firmeza. — Eles querem usar a gente como marionetes.

— E se forem a única chance? — Masaki rebateu. — Eu vi o que eles podiam fazer com a estrutura mágica... é conhecimento que ninguém mais tem.

Dalki cruzou os braços.

— Eu só quero saber se vão matar a gente depois de usarem tudo que temos.

A reunião se prolongou por horas. Ao final, uma votação: metade a favor, metade contra.

Renji tinha o voto de minerva.

Naquela noite, saiu sozinho para o campo de treino. Golpeou o ar até seus punhos sangrarem. Chorou baixinho, sem saber mais o que era certo ou errado.

E ali, no meio do escuro, uma figura encapuzada apareceu. Não Jiran. Era alguém menor. Frágil. Humano.

— Por favor... eles estão mentindo. Eu era um Tecelão também.

Era uma menina. Seus olhos estavam apagados, como se já tivessem visto demais.

— Eles querem reescrever tudo. Mas o preço é alto. Eles precisam de alguém... que possa sustentar o mundo. Alguém como você.

Renji recuou.

— Por quê eu?

— Porque sua habilidade... é o que eles chamam de “fio de alma pura”. Você é um ponto de costura. Você pode amarrar... ou rasgar a realidade.

Renji voltou à sede no amanhecer. Chamou todos.

— Vamos aceitar a proposta.

Todos gritaram ao mesmo tempo. Confusão, raiva, traição. Mas ele ergueu a mão.

— Vamos aceitar... para destruir por dentro.

E assim, a Raiz Carmesim fez seu juramento.