O rastro mágico deixado por Sari guiou Renji e Masaki por um caminho oculto dentro da tapeçaria viva da Ordem. As linhas não eram apenas códigos. Eram memórias condensadas, decisões antigas gravadas em cada costura do mundo. Ao percorrer o fio da traição, eles viram flashes do passado de Sari. Sua infância marcada pela destruição de sua vila por uma dungeon descontrolada. A morte de sua irmã nos braços de um caçador que dizia proteger a humanidade. Seu ódio por um sistema falho.
— Ela não está errada — Masaki sussurrou. — Mas escolheu o lado errado para costurar a mudança.
Renji permaneceu em silêncio. A cada passo, sentia a pressão aumentar. Não física, mas emocional. A tapeçaria reconhecia seu toque. E respondia.
No final do corredor, havia um salão circular. No centro, um tear gigante, mágico, onde uma figura encapuzada tecia com fios de energia vital. Não era Jiran. Era alguém mais velho. Mais... humano.
— Eu sou o Primeiro Tecelão — disse ele. — O criador do conceito. E você... é o último ponto da costura.
Renji se aproximou lentamente.
— Você puxou o primeiro fio?
— Eu cortei a realidade e costurei novamente. E agora, o mundo inteiro é uma tapeçaria manchada. Eu quis salvá-lo. Mas cada ponto criou uma nova ferida.
O velho se levantou, estendendo um fio para Renji.
— Se quiser, pode refazer tudo. Apagar as guerras. As dores. Os portais. Os poderes.
Renji tremeu.
— E apagar as pessoas que amei? As que perdi? Meus erros...?
— Tudo. Do começo.
Masaki segurou o ombro de Renji.
— Não há perfeição sem cicatriz.
Renji olhou o fio.
— Então eu não vou puxar. Eu vou tecer ao redor. Vou reconstruir... com as falhas. Porque é assim que a gente cresce.
O Primeiro Tecelão sorriu. E desfez-se em luz.
Ao fundo, a tapeçaria estremeceu. Novas linhas surgiram. Um futuro não escrito começou a se costurar... com agulhas de verdade.