Três dias após o desaparecimento do Primeiro Tecelão, a sede da Ordem estava mais silenciosa do que nunca. Mas dentro da sala privada da Raiz Carmesim, o burburinho era constante.
Yura examinava os registros da tapeçaria em busca de rastros da suposta ativação do projeto Corte Final. Masaki aprimorava o decodificador, agora capaz de identificar até interferências emocionais nas linhas. E Renji... apenas olhava para o horizonte.
Até que um nome foi anunciado na recepção da Ordem.
— Um visitante especial para Renji Arata. Nome: Hiro Takeda.
O nome soou como uma lâmina antiga atravessando o ar.
Renji desceu devagar. Não via Hiro desde o incidente na Academia — a luta que quase os matou.
Hiro estava diferente. Barba rala, olhos fundos. Vestia roupas neutras, mas ainda carregava a mesma presença explosiva de antes.
— Faz tempo, protagonista. — disse ele, forçando um meio sorriso.
— O que você quer? — respondeu Renji, tenso.
Hiro jogou um cristal sobre a mesa. Nele, imagens de uma vila destruída, e de caçadores sendo manipulados por fios.
— A Ordem infectou minha guilda. Eu lutei contra vocês. Mas... eles usaram a tapeçaria para controlar nossos corações.
Renji olhou fixamente para ele. A raiva se misturava à desconfiança.
— E por que deveria confiar em você?
— Porque vou fazer o que você não faria: entrar no coração da tapeçaria e puxar o fio que pode matá-los todos. Mesmo que isso me mate junto.
Masaki entrou na sala nesse momento.
— Se ele estiver dizendo a verdade, podemos cruzar os dados.
Yura também entrou.
— Hiro... se trair a gente, não sobrará nem sua sombra.
Hiro sorriu amargo.
— Pode me costurar na parede se eu mentir.
Renji se aproximou. Tocou o cristal. E viu: Hiro estava dizendo a verdade.
— Então... vamos juntos até o fim. Mas dessa vez, sem sangue entre nós.
— Sem promessas. Só agulhas afiadas.