Capítulo 17 – Parte 3

Dia após dia, a rotina na Falkenflug Akademie moldava Klaus como o gotejar paciente da água que esculpe a pedra. O treino incessante e o estudo repetitivo eram sua realidade, e ele prosperava nesse ritmo. Cada manhã, tarde e noite se misturavam em um ciclo implacável de esforço e disciplina: treinar, estudar, treinar, estudar. As horas encharcadas de suor no campo de treinamento, o rabiscar apressado de anotações nas salas de aula e as sessões noturnas na biblioteca tornaram-se seu santuário silencioso.

Lentamente, quase imperceptivelmente, os resultados começaram a surgir—cada pequena vitória um testemunho de sua persistência inabalável.

Seu Domínio de Armas de Impacto, antes uma fonte de frustração silenciosa com um mero E+, havia finalmente subido para um sólido D. Estava longe de ser perfeito, mas o progresso era inegável—um marco que Klaus carregava com orgulho, mesmo sem expressá-lo abertamente. Suas mãos calejadas, endurecidas pelo uso da marreta, mostravam a evidência de inúmeros golpes, cada um mais preciso que o anterior.

Infelizmente, seu Domínio de Escudo continuava sendo um embaraço teimoso. De um humilhante G+, ele havia chegado a um F-, uma melhora tão modesta que mal se registrava.

Em uma tarde sufocante, enquanto Klaus lutava para equilibrar um pesado escudo de carvalho durante uma sessão de sparring, a professora Annemarie von Drachenfels, com os cabelos bem presos e os olhos brilhando com sarcasmo, proferiu seu veredito.

— Klaus, escudo definitivamente não é sua vocação. Talvez você tenha nascido para esmagar, não para se defender.

A voz dela escorria com sua mistura usual de provocação e desafio.

Klaus apenas riu, o suor escorrendo pela testa, imperturbável pela observação. Ele já aceitara há muito tempo que sua força estava no ataque, não na defesa, mas se recusava a abandonar o escudo completamente.

Ele estava determinado a conquistar até mesmo suas fraquezas.

As semanas passaram, e o ritmo implacável da academia consumiu tudo.

As manhãs eram preenchidas com exaustivas lições teóricas, onde Klaus se debruçava sobre textos densos sobre fluxo de mana, formações de batalha e a história das alas mágicas de Reisenmark.

Suas anotações eram furiosas, sua pena deslizando sobre pergaminhos gastos enquanto ele lutava para acompanhar.

As tardes traziam treinamento prático, com o clangor do aço ecoando pelo pátio de treinamento e os gritos de esforço ressoando no ar empoeirado.

As noites, por sua vez, eram reservadas para a biblioteca, onde prateleiras imponentes lançavam sombras longas sob o brilho fraco das lamparinas.

Ali, Leonhard era uma presença constante—com o nariz enfiado em equações arcanas, ocasionalmente parando para debater teoremas de mana ou compartilhar uma piada tranquila sobre os professores.

Suas discussões, rabiscadas em pedaços de pergaminho, frequentemente se estendiam pela madrugada, alimentadas por chá fraco e pura determinação.

Mas nos últimos meses, um novo detalhe começava a dar cor à rotina de Klaus.

Lisette von Stragberg, com seus olhos castanho-claros atentos, sua estatura elegante e postura precisa, iniciara uma aproximação discreta.

Ela aparecia durante os treinos da tarde, movendo-se com confiança tranquila, suas observações nunca banais, sempre diretas.

— Seu trabalho de pés ainda está rígido. Você ajusta melhor no contra-ataque?

— Como você prevê padrões inimigos? Pela postura ou pela arma?

— Mana dispersa tem um peso sutil na marreta, certo?

Perguntas técnicas, nunca conversas vazias.

Uma vez, enquanto descansavam entre as rodadas de sparring, ela lhe entregou um cantil, comentando sobre sua resistência. O tom neutro, mas seu olhar demorando um momento a mais do que o necessário.

Essas interações fugazes, embora breves, eram um lembrete para Klaus: ele não era mais invisível.

Seu nome, antes desconhecido, agora pairava pelos corredores de pedra e refeitórios lotados da academia—não como um prodigioso, mas como o incansável, o garoto que sempre estava lá, treinando, lutando, melhorando.

Mesmo assim, ele sabia que ainda estava longe da pessoa que aspirava ser.

A sombra do próximo exame prático pairava sobre ele, a apenas algumas semanas de distância.

Desta vez, as avaliações seriam extenuantes:

Não apenas testes escritos, mas incursões reais em masmorras, menos supervisionadas, muito mais perigosas do que antes.

A palavra "masmorra" ecoava em sua mente como uma batida de tambor, um desafio e uma promessa.

Ele ainda podia sentir o peso do ar azul-claro da última incursão, a forma como as paredes brilhantes pulsavam com perigo.

As próximas missões exigiriam mais—mais habilidade, mais coragem, mais precisão.

Então, Klaus continuou.

Ele aperfeiçoou seus golpes de marreta, até que suas palmas empolassem, cada impacto refinado à quase perfeição sob o céu estrelado do pátio externo.

Ele se aprofundou em manuais táticos, memorizando estratégias de formação e padrões de mana, sua mesa coberta de diagramas rabiscados.

Até mesmo os códigos de conduta da equipe, por mais secos que fossem, tornaram-se segunda natureza, enquanto se preparava para a dinâmica de grupo da masmorra.

O céu acima da academia permanecia inalterado, sua vasta extensão indiferente às suas lutas.

Mas dentro de Klaus, uma tempestade silenciosa se formava—um fogo de resolução, crescendo a cada queda, cada hematoma, cada página virada.

Ele não era o mesmo garoto incerto que havia chegado a Falkenflug, com os olhos arregalados e deslocado.

Agora, ele era um lutador, alguém que caía, se levantava e se recusava a ceder.

Acima de tudo, ele era alguém que acreditava—acreditava que um dia, através de suor e garra, ele gravaria seu nome na história da Falkenflug Akademie, não por glória, mas por aqueles que amava.