Após derrotar a segunda salamandra, Klaus não perdeu um segundo.
A vibração do Fragmento de Ancoragem em seu pulso o impulsionava—um chamado urgente, indicando o ponto de reunião do grupo.
Ele disparou pelo terreno arenoso da ilha, cortando trilhas improvisadas entre a vegetação rasteira, cujas folhas secas estalavam sob suas botas.
O calor úmido da maresia grudava a camisa ao corpo, e o zumbido de insetos invisíveis misturava-se ao rugido distante do mar, criando uma tensão sufocante.
A marreta, firme em suas mãos calejadas, balançava com cada passo, enquanto seus sentidos, permaneciam em alerta máximo.
Após minutos de corrida intensa, ofegante e com a marreta firme nas mãos, Klaus avistou movimento adiante, sob as sombras de uma clareira cercada por palmeiras tortuosas.
Duas figuras familiares—Leonhard e Branik—lutavam desesperadamente.
Mas a cena estava longe de ser tranquila.
Eles enfrentavam uma salamandra diferente, maior que as duas que Klaus derrotara.
Não chegava ao tamanho de um cavalo, mas era próxima, com quase dois metros de comprimento, seu corpo robusto coberto por escamas reluzentes, que brilhavam como brasas vivas sob o sol tropical.
A criatura parecia incrivelmente resistente, suas escamas grossas refletindo a luz em tons de vermelho e laranja, como se forjadas em fogo.
Branik posicionava-se na linha de frente, o escudo reforçado com aros de ferro erguido com habilidade exemplar.
Ele absorvia investidas brutais da salamandra, que atacava com garras afiadas e mandíbulas escancaradas, tentando romper sua guarda.
Cada impacto fazia o escudo tremer, e o suor escorria pelo rosto de Branik, mas ele mantinha-se firme, os pés cravados na areia.
A poucos metros, Leonhard, com os seus cabelos despenteados e o rosto pálido de concentração, lançava feitiços apressados.
Pequenas lanças de mana e esferas de energia flamejante voavam em direção à criatura, mas mal arranhavam suas escamas, dissipando-se em fagulhas inofensivas.
A salamandra, indiferente, avançava com fúria, o vapor quente de sua respiração distorcendo o ar ao redor.
Klaus não hesitou.
Com o coração disparado, correu em direção ao combate, a marreta erguida como uma extensão de seu corpo.
Ignorando o cansaço que queimava seus músculos, ele se lançou no meio da batalha, saltando para o lado, evitando uma garra que cortou o ar.
Brandiu a marreta com toda a força, descrevendo um arco brutal, que atingiu a lateral da salamandra com um estrondo surdo, como o impacto de um trovão.
O monstro, apesar de sua resistência, cambaleou, o corpo pesado deslizando na areia com o impacto.
Aproveitou a brecha, Branik, avançando com o escudo e acertando um golpe firme contra o focinho da criatura, forçando-a a recuar alguns passos. Leonhard, ofegante, ergueu as mãos, canalizando um feitiço mais potente.
Uma aura azulada envolveu seus dedos, enquanto ele murmurava encantamentos, preparando um ataque que exigia tempo—tempo que Klaus e Branik agora garantiam.
Klaus assumiu a linha de frente ao lado de Branik, a marreta pronta para o próximo golpe, os olhos fixos na salamandra, que se recuperava, suas escamas brilhando com uma intensidade ameaçadora.
O terreno ao redor estava marcado por sulcos na areia e vegetação esmagada, evidências da luta feroz.
O cheiro acre de escamas queimadas misturava-se à maresia, e o calor da ilha parecia ainda mais opressivo, no calor do combate.
Com Branik segurando a defesa e Leonhard preparando um feitiço decisivo, Klaus sabia que o momento era crucial.
A salamandra fixou seus olhos de ônix neles, as garras cravando-se na areia, como se pronta para um novo ataque.
Ele apertou o cabo da marreta, os músculos tensos, e trocou um olhar rápido com Branik, cuja expressão refletia a sua própria, terminar essa batalha rapidamente.