O cansaço pesava como chumbo nos corpos dos três combatentes, cada movimento uma luta contra a exaustão.
Mas, de repente, uma vibração mágica cortou o ar da masmorra, como uma onda invisível, revigorante e inconfundível.
Klaus pisou firme, surpreso, sentindo o vigor retornar aos músculos doloridos.
Seus braços, antes trêmulos, ganharam firmeza, e a marreta, que parecia uma âncora em suas mãos, tornou-se leve como uma extensão de seu corpo.
Branik endireitou a postura, o escudo de carvalho firme novamente, enquanto Leonhard, ofegante e curvado, ergueu-se com uma energia renovada, os olhos arregalados sob os óculos tortos.
A fonte da mudança surgiu correndo pela lateral da clareira:
Emília, com seu bastão mágico erguido, as runas entalhadas na madeira brilhando em tons de prata.
Seus olhos castanhos reluziam com determinação, a túnica esvoaçante manchada de areia e poeira.
Sem perder tempo, Emília apontou o bastão para Klaus, entoando palavras arcanas em um ritmo preciso.
Uma aura prateada envolveu a marreta, a energia mágica dançando como chamas líquidas ao redor do ferro.
Klaus sentiu a conexão imediata—a arma parecia viva, vibrando em harmonia com seu próprio pulso.
Cada movimento tornou-se mais fluido, mais poderoso, como se a marreta antecipasse suas intenções.
Seu Domínio de Armas Pesadas: Marreta, que mal alcançava o estágio inicial C-, começava a ultrapassar seus limites, aproximando-se do nível C, em resposta ao reforço mágico.
Klaus não hesitou.
Com um rugido, mergulhou de volta ao combate, a marreta traçando um arco devastador contra o flanco da salamandra.
O impacto foi monumental, o estrondo ecoando pela clareira como um trovão.
Pela primeira vez, a criatura—uma classe Elite de escamas rubras reluzentes—emitiu um grunhido gutural de dor, recuando com o corpo pesado arrastando-se na areia.
Pequenas fissuras apareceram em suas escamas, um sinal de que a resistência lendária da fera começava a ceder.
— Não parem!
Gritou Emília, a voz firme apesar da concentração intensa, mantendo os feitiços de reforço ativos, o bastão brilhando com mana pura.
Empolgados, os três intensificaram o ataque.
Aproveitando a distração da salamandra, Leonhard conjurou uma sequência de estocadas mágicas, feixes de mana azulada mirando os olhos da criatura.
A fera virou a cabeça, rosnando, e expôs o torso vulnerável.
Branik, com seu escudo agora envolto por uma aura protetora de Emília, resistia aos golpes da salamandra com confiança renovada.
Os ataques da criatura, antes devastadores, pareciam menos ameaçadores contra o reforço mágico, e Branik mantinha a linha de frente com uma solidez inabalável.
Klaus sentia cada golpe mais potente que o anterior, a aura prateada amplificando sua força.
Ele acelerou, movendo-se numa dança brutal de marreta contra escamas, a areia voando a cada impacto.
Rachaduras começaram a se formar na carapaça vermelha da salamandra, espalhando-se como teias sob a pressão contínua.
Aproveitando um instante em que a criatura hesitou, desequilibrada por um feitiço de Leonhard, Klaus concentrou toda sua energia.
Girou a marreta, acumulando momento, e desferiu um golpe diagonal de cima para baixo, acertando o flanco direito com um estalo agudo, que reverberou pela masmorra.
Uma placa de escamas desprendeu-se, voando pela clareira e revelando a carne acinzentada e úmida por baixo, vulnerável como uma ferida exposta.
— Agora!
Gritou Leonhard, já preparando outro feitiço.
Klaus não precisava de mais incentivo.
Com a fraqueza à mostra, os três atacaram com ferocidade.
Klaus golpeava a carne exposta, cada impacto espirrando sangue quente, que manchava a areia escaldante.
Branik usava o escudo para bloquear contra-ataques, enquanto Leonhard lançava esferas de mana, que explodiam contra a ferida, aprofundando o dano crítico.
A salamandra, outrora imponente, fraquejava, seus movimentos tornando-se lentos e descoordenados.
Em minutos de ofensiva implacável, a criatura colapsou, o corpo colossal caindo com um baque pesado, a areia tremendo sob seu peso.
Um último espasmo agitou sua cauda, antes que ficasse imóvel.
O silêncio que se seguiu era denso, carregado de alívio e exaustão.
Klaus apoiou-se na marreta, ofegante, o suor pingando na areia, enquanto encarava o cadáver da fera.
Leonhard limpava a testa com as costas da mão, os óculos embaçados, enquanto Branik abaixava o escudo, os ombros relaxando, o peito subindo e descendo com respirações profundas.
Emília aproximou-se, o bastão ainda brilhando fracamente, um leve sorriso curvando seus lábios.
— Bom trabalho, pessoal.
Disse, a voz calma, mas com um toque de orgulho.
Klaus retribuiu com um sorriso cansado, o corpo dolorido, mas o coração leve pela vitória.
Eles haviam vencido.