Parte 10 – Nas Sombras do Desejo

Claro! Vou refazer a Parte 10, deixando o texto maior, com mais de mil palavras, com um ritmo um pouco mais acelerado no desenvolvimento do drama e emoções intensas, mantendo a tensão cresce

A noite já havia tomado conta da cidade quando Anna se jogou na cama, o corpo cansado demais para qualquer pensamento coerente. Mas, mesmo exausta, não conseguiu desligar a mente — a imagem de Rafael invadia seus pensamentos como uma tempestade inesperada. Aquele homem misterioso, de olhos escuros e voz firme, tinha aberto uma porta dentro dela que ela sequer sabia existir. E agora, tudo parecia se transformar ao seu redor, sem que ela conseguisse controlar.

Ela se virou para o lado, olhando para o teto do quarto simples que chamava de lar. As sombras dançavam pelas paredes, e ela sentiu um frio estranho, uma inquietação crescente no peito. Tentou afastar a sensação, convencendo-se de que era apenas cansaço. Mas algo dentro dela insistia que algo estava diferente, que não era só o medo do desconhecido.

Lá fora, as ruas começavam a esvaziar, mas a mente de Anna estava lotada de perguntas e dúvidas. “Quem é ele de verdade?”, “O que ele quer comigo?”, “Será que eu posso confiar?”. E, mais difícil ainda: “Por que eu não consigo tirá-lo da cabeça?”

Ao fechar os olhos, sentiu o toque dele como se ainda estivesse ali. O calor das mãos, o peso do olhar, a promessa silenciosa por trás das palavras. Era um turbilhão de sensações conflitantes, e ela se sentia vulnerável como nunca antes.

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Enquanto isso, no outro lado da cidade, em um apartamento luxuoso que contrastava com a simplicidade da vida de Anna, Rafael encarava a escuridão do quarto. O rosto de uma mulher dormindo ao seu lado, iluminado pela luz fraca do abajur, não conseguia apagar a imagem que ainda pulsava na sua mente: Anna.

Aquela mulher era apenas um corpo, uma distração para seu desejo carnal. Ele tinha cedido à tentação naquela noite, entre goles de bebida e risadas vazias, deixando que a pele dela tocasse a sua. Mas cada vez que fechava os olhos, via Anna. Sentia o cheiro dela misturado àquela fantasia fugaz. A voz dela, o medo e a coragem no olhar.

Rafael não era um homem acostumado a perder o controle, mas naquela noite a obsessão tomou conta dele de um jeito brutal. Enquanto a mulher ao seu lado respirava suavemente, ele se remexia inquieto, incapaz de se entregar ao momento.

Com um suspiro contido, levantou-se, vestiu a camisa jogada na cadeira e caminhou até a janela. Lá fora, a cidade brilhava com suas luzes, indiferente aos seus conflitos internos.

— Você está comigo, mesmo quando não está aqui — murmurou para o silêncio.

Sabia que precisava ser cuidadoso, que aquela obsessão podia destruí-lo tanto quanto a ele próprio quanto a ela. Mas o ciúme já começava a corroer sua razão. A ideia de que outra mulher pudesse tocar Anna fazia seu sangue ferver, e ele sabia que não podia permitir que isso acontecesse.

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De volta ao apartamento de Anna, a madrugada chegou silenciosa, trazendo apenas o som distante dos carros e o vento que balançava as folhas da árvore na calçada. Ela acordou abruptamente, o coração disparado, como se tivesse ouvido algo — um sussurro, um movimento estranho vindo da janela.

Levantou-se devagar, a respiração pesada. A casa estava silenciosa, mas uma sensação incômoda pairava no ar, como se algo, ou alguém, estivesse observando.

Anna se aproximou da janela, olhando para a rua escura. Nenhuma figura, nenhum movimento além das sombras. Ainda assim, um calafrio percorreu sua espinha.

Ela tentou se convencer de que era só imaginação, que a exaustão fazia sua mente pregar peças. Mas, mesmo assim, o medo crescia, sutil e insistente.

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Na manhã seguinte, Anna acordou ainda sentindo o peso daquela noite. As dúvidas, as sensações, a certeza de que algo estava mudando dentro dela. E, acima de tudo, a sensação de que estava sendo observada.

Ela se arrumou para o trabalho com a mente em turbilhão, tentando focar na rotina da lanchonete. Mas as palavras de Rafael ainda ecoavam em seus ouvidos, seu olhar firme, o toque da mão na sua pele.

Quando chegou, percebeu que não conseguia tirar os olhos do relógio, contando as horas até o fim do expediente e a próxima mensagem dele.

Enquanto isso, Rafael não conseguiu esconder seu ciúme naquela manhã. Cada vez que pensava em Anna perto de outras pessoas, seu sangue fervia. Ele sabia que precisava controlar essa possessividade, mas era mais forte do que ele. O desejo de protegê-la, de tê-la só para si, consumia cada pensamento.

Ele começou a investigar discretamente a rotina dela, querendo saber onde ela estava, com quem falava, quem poderia se aproximar dela. Não por desconfiança infundada, mas porque sua obsessão já tinha tomado conta de sua razão.

Naquela tarde, após o trabalho, Anna recebeu uma mensagem de Rafael:

“Não importa onde você esteja ou com quem, eu vou estar sempre olhando por você. Só não se esqueça: ninguém toca no que é meu.”

As palavras eram frias e intensas, e um arrepio percorreu a espinha dela. Era ao mesmo tempo assustador e fascinante.

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À noite, Anna sentou-se na pequena varanda de seu apartamento, olhando para a rua iluminada pelos postes. Tentava entender tudo o que estava acontecendo, seus sentimentos contraditórios, o medo, o desejo, a confusão.

E, no meio daquele silêncio, ela sentiu novamente. Aquela sensação: alguém a observava.

Seus olhos vasculharam as sombras da rua, procurando por uma figura, um vulto, qualquer coisa.

Nada.

Mas o pressentimento permaneceu, como uma presença invisível, aguardando.

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Lá fora, na penumbra, um homem encapuzado observava a janela iluminada do apartamento de Anna. Os olhos brilhavam na escuridão, fixos nela. Não era Rafael, mas alguém que conhecia os segredos daquela história, alguém que jogava nas sombras.

Ele sorriu, satisfeito.

Sabia que o jogo havia apenas começado.