Arthur fixava os olhos no cubo dimensional, mas ele estava vazio e rachado.
{Isso não pode ser... É mentira, não é? Eu... eu senti algo saindo de mim, mas não tem nada. Ela apenas rachou e...} — pensava Arthur, com o peito apertado.
Moriyama, notando a confusão do garoto, que segurava a cabeça com as mãos, aproximou-se dele novamente.
— O que houve, Arthur? Você está bem? Sei que esse foi um acontecimento estranho, mas em breve teremos um resultado. Todos aqui ficaram incrédulos. — disse Moriyama, com um tom firme, mas curioso.
— E... eu não sei o que está acontecendo. Tenho certeza de que depositei minha mana ali, e... — respondeu Arthur, hesitante, apontando para a caixa.
— Entendi. Isso será investigado pela diretora e pelos demais professores. Em breve, teremos uma resposta. — disse Moriyama, mantendo a calma.
Enquanto Moriyama descia as escadas, dirigindo-se à porta para se reunir com os senseis e a diretora, Arthur permanecia nervoso, seus pensamentos girando em sua mente.
{Isso não pode ter acontecido... Não pode! Eu até senti... então por que...?} — pensava ele, apertando as mãos.
— Ei, olhem só! O fracassado sem mana! Haha! O artefato dele apenas teve um problema. Eu sabia que ele seria um completo idiota! Se ele tivesse qualquer poder de verdade, a caixa teria reagido, mas parece que ela o rejeitou completamente. — zombou Kidero Raiden, com um olhar de desprezo.
Ao lado de seus amigos Dakenno Sanzu e Shirō Yamasaki, Kidero ria alto, apontando para Arthur, que baixava a cabeça, desanimado.
— Ei, parem com isso, seus idiotas! — gritou Mia Haru, levantando-se irritada.
— Deixem ele em paz! Tenho certeza de que a magia dele é incrível, então parem com isso agora! — acrescentou Mia com o rosto vermelho de raiva.
{Esse garoto é estranho... Quando ele tentou conjurar a magia, juro que vi seu olho brilhar por um momento, e algo como um terceiro olho apareceu em sua testa. Além disso, uma mecha do cabelo dele ficou vermelha por um instante, antes de todo aquele brilho. O que foi isso? Não sei por quê, mas desde que ele chegou, algo nele me chama a atenção.} — pensava Mia, intrigada.
Arthur, com a cabeça encostada na mesa, ergueu o olhar discretamente para ver quem o defendia. Mia, ao notar, lhe ofereceu um breve sorriso que ele retribuiu timidamente.
Após algum tempo, Moriyama retornou à sala e, ao perceber o falatório, bateu na mesa, pedindo silêncio.
— Pessoal, acalmem-se! Sei que estão nervosos, então vou anunciar os resultados. — declarou Moriyama, com autoridade.
Ela começou a ler os números dos alunos e suas magias correspondentes:
Kidero Raiden — Magia de fogo como principal atributo.
Mia Haru — Magia de vento como principal e cura como secundária.
Arthur ouvia com animação, cada vez mais impressionado, esperando ansiosamente sua vez.
Finalmente, Moriyama chegou ao seu nome.
— 121, Arthur... Sinto muito, mas você não apresentou magia alguma. Suas aulas serão diferentes das dos outros alunos, mas você continuará aprendendo sobre magia.
O coração de Arthur afundou.
Enquanto Moriyama pensava em como prosseguir, Kidero interrompeu, zombando em voz alta.
— Eu não disse? Ele é um fracassado! Não deveria nem estar aqui!
Vários alunos se juntaram a ele, enchendo a sala com risadas e murmúrios de deboche.
[Momentos antes, na sala de análise mágica...]
Moriyama caminhava em direção à sala de análise mágica, refletindo sobre o ocorrido.
{Hum... Aquele garoto é peculiar. Não entendo por que a caixa dele rachou e não apareceu nada dentro dela. Parece que ele esconde algo dentro de si, mas não consigo identificar o quê. Quando eu chegar à sala, verei com a diretora o que aconteceu.}
Ao chegar, bateu na porta, ainda imersa em seus pensamentos, tentando ignorar a inquietação.
A diretora abriu a porta, mas Moriyama, distraída, permaneceu parada, olhando para o vazio, pensativa.
— Moriyama, você está bem? — perguntou a diretora, com preocupação.
— Ah, sim, estou bem. — respondeu Moriyama, um pouco assustada, voltando ao presente.
— Não me engane. Sei que algo está incomodando você. Diga-me o que aconteceu.
Moriyama respirou fundo e explicou.
— É o garoto, o número 121. Ele não apresentou nenhuma magia e o cubo dele ainda rachou. Achei isso muito estranho. Sinto uma aura incomum emanando dele.
A diretora franziu a testa.
— Não sabemos o que aconteceu, mas descobriremos ao examinar o cubo dele.
Junto com os outros senseis, elas começaram a analisar os cubos dimensionais dos alunos.
Ao chegarem ao cubo de Arthur, Moriyama examinou com expectativa—
Mas algo a surpreendeu.
— Como assim? Esta caixa está vazia, sem vestígio de magia... Será que ele realmente não tem magia? — questionou Moriyama, confusa.
— Deixe-me ver. — pediu a diretora, pegando o cubo.
Ao segurá-lo, a diretora utilizou uma magia de análise—
O processo demorou a ponto dos outros senseis irem embora, mas eventualmente, algo inesperado aconteceu.
Aos poucos, uma lágrima escorreu dos olhos da diretora, que murmurava, imersa em sua análise.
— Isso é... não pode ser, eu não acredito. Aqui...?
Ela voltou ao presente, completamente incrédula.
— I-isso é impossível! A caixa dimensional foi desativada! A única coisa capaz de desativar magia dimensional é... a própria magia dimensional.
Ela ergueu o olhar—
— Arthur é um usuário de magia dimensional!
Moriyama ficou chocada.
— Quê? Isso é impossível! Você mesma me contou histórias sobre essa magia... De como foi usada há séculos e que agora é considerada perdida e extremamente rara. Como esse garoto a adquiriu?!
A diretora respirou fundo, séria.
— Só há uma coisa a fazer: não podemos contar a ninguém. Moriyama, isso é sigiloso e vital para o bem dele e da academia.
O peso das palavras pairou no ar.
— Imagine o caos se descobrirem que um desconhecido, sem linhagem nobre, possui uma magia tão poderosa.
Moriyama assentiu, compreendendo a gravidade da situação.
— Entendido. Voltarei à sala de aula, informarei os resultados e não direi nada sobre a magia de Arthur.
[De volta à sala de aula...]
O clima continuava tenso, com os alunos rindo e debochando de Arthur.
Moriyama bateu na mesa com força.
— Silêncio! Todos em seus lugares! Abram seus livros, vamos estudar bastante a partir de hoje.
Mia, sentada a algumas carteiras de distância, olhou para Arthur e viu seus ombros caídos com o rosto marcado pela tristeza.
Seu coração se apertou.
{Coitadinho do Arthur... Ele se esforçou tanto, e agora dizem que ele não tem magia. Não acredito nisso. Tenho certeza de que ele descobrirá sua magia um dia. Ele é diferente, mas sei que vai conseguir.} — pensava Mia, com um misto de pena e esperança.
Nos seis meses seguintes, as aulas continuaram, e Arthur nunca desistiu de tentar conjurar magias, mesmo sem sucesso.
Seu único progresso vinha do treinamento físico, onde se destacava pela determinação, embora Kidero, Sanzu e Shirō aproveitassem para perturbá-lo sempre que podiam.
Apesar das dificuldades, Arthur absorvia cada lição sobre magia, mentalmente anotando seus pontos fortes e fracos.
Ele queria se tornar forte e inteligente, não apenas para provar seu valor, mas para agradar Charles e o rei, que o mantinham vivo.
Arthur sabia que precisava aprender tudo o que pudesse, pois, ao final do ano, daqui cinco meses e meio, a Academia Mágica realizaria a primeira batalha entre os alunos da turma.
Ele estava determinado a vencer e conquistar o primeiro lugar.
Com o passar do tempo, restando apenas uma semana para a batalha, os senseis liberaram o uso da Câmara de Gravidade, permitindo que os alunos treinassem resistência e força física.
Arthur viu uma oportunidade única para se preparar para o desafio que se aproximava.