Grau 7

Arthur passa seus seis dias de treinamento antes da batalha. Acompanhe os acontecimentos durante sua preparação.

[Dia 2]

Arthur ativa a máquina de gravidade no primeiro grau.

{Agh, mas que peso... Mas eu não posso desistir assim tão fácil. Preciso pelo menos levantar a espada nesse nível antes de pensar em aumentar para o próximo.}

{Força, força… Não posso desistir. Posso não ter magia, mas pelo menos vou me fortalecer fisicamente e aprender tudo que puder nas aulas sobre magia. Não posso fazer feio na competição. Charles me disse para dar o meu máximo. Ele falou que minha vida depende disso e que o rei e ele esperam muito de mim.}

Arthur se concentra, começando a levantar sua espada de madeira lentamente. Ele sente algo estranhamente familiar na magia gravitacional. Alguns fios de cabelo começam a ficar levemente avermelhados, e de repente, ele se movimenta melhor dentro daquela gravidade.

Determinado, ele decide aumentar a gravidade para o grau 2. Demora um pouco, mas ele se acostuma novamente com a pressão aumentada.

{Que esquisito. Ontem, eu não consegui nem me levantar do chão. Mas agora consigo treinar aqui com uma certa facilidade.}

Mais fios de cabelo de Arthur ficam vermelhos, reagindo ao aumento da gravidade, enquanto ele continua seu treinamento de espada, agora sob condições mais difíceis.

[Dia 3]

Arthur eleva a gravidade para o grau 3, aumentando ainda mais o peso do seu corpo. Apesar do esforço, ele resiste e segue firme no treinamento.

[Dia 4]

Arthur eleva a gravidade para o grau 4. Mover-se se torna extremamente difícil, mas ele se recusa a desistir.

Porém, ele sente que está atingindo o seu limite.

{Essa gravidade... Agh! Acho que daqui eu não passo. Está ficando difícil demais treinar assim.} — ele pensou.

[Dia 5]

Arthur não tem progresso algum e continua no grau 4. Apesar de todo esforço, ele não consegue reunir coragem e determinação para aumentar ainda mais a gravidade.

[Dia 6] [Último dia antes da batalha]

— Droga, droga! Desse jeito, não vou chegar a lugar nenhum! Por que eu simplesmente não consigo ir lá e aumentar esse maldito grau da gravidade?! — Arthur esbravejou, frustrado.

— A resposta é simples, fracote. Você não aguenta e nunca vai aguentar. Não tem magia, e mesmo que tenha alguma força física, você certamente não vai longe. A única coisa que você devia ir longe é pra bem longe dessa academia! Hahahahahaha! — Kidero zombou, do lado de fora da câmara.

— Ei, seus idiotas, me deem mana. Vou mostrar para esse fracote como se fica de pé na gravidade grau 7! — Kidero ordenou a Sanzu e Shirō.

— K-Kidero, você não acha que isso é demais para ele? — Shirō perguntou, hesitante.

— Não importa. Apenas obedeça. — Kidero respondeu.

— Kidero, por favor, não faça isso. Eu não estou preparado para esse grau de gravidade. — Arthur tentou argumentar.

— Cale-se! Eu vou te mostrar o verdadeiro poder de um nobre. — Kidero declarou.

Kidero ativa a gravidade no grau 7, o máximo absoluto da câmara. O peso é tão esmagador que Arthur cai imediatamente ao chão. Até sua visão se torna turva por conta da força gravitacional.

Normalmente, o grau máximo permitido na câmara de gravidade é 6, mas Kidero, querendo se impor, ajusta para 7—dez vezes mais forte que o grau 6.

Usando sua magia, Kidero envolve seu corpo em uma barreira para se proteger da pressão extrema. No entanto, isso consome sua mana rapidamente, forçando seus dois amigos a fornecerem energia constantemente.

— Viu a diferença entre nós, fracote? Você nem consegue ficar de pé aqui! — Kidero provocou, se aproximando de Arthur.

Kidero pressiona a cabeça de Arthur com o pé e diz:

— E agora? Já aceita sua derrota e pensa em desistir?

Os amigos de Kidero gritam para ele sair, avisando que estão quase sem mana—mas nenhum som consegue penetrar a câmara por conta da força extrema da gravidade.

Arthur cerra os dentes, forçando-se ao limite.

— R-R-R-R-R... — Ele luta para se levantar.

Kidero pressiona ainda mais forte, tentando mantê-lo no chão.

— Ei, você não está me ouvindo? Mandei você desistir!

Uma mecha do cabelo de Arthur fica vermelho escarlate, e ele apoia ambas as mãos no chão, sua íris começa a brilhar em vermelho, junto com mais fios de seu cabelo.

— Você realmente não desiste, não é? Então vou te dar uma lição! — Kidero disse.

Devido à pouca iluminação e à intensa gravidade, Kidero não percebe a mudança de cor nos olhos e cabelos de Arthur.

Pegando a espada de treino de Arthur, Kidero a imbui com sua magia de fogo.

— Agora você vai aprender sua lição! — Kidero exclamou.

Mas, sem perceber—Arthur não estava mais no chão.

— O quê? Onde você está, Arthur? Se rastejou para fugir de mim? Hahaha! Não importa, eu vou te encontrar! — Kidero zombou.

Ele caminha pela câmara, até que vê um vulto se levantando—a única cor que percebe são olhos vermelhos brilhantes.

— Mas o que é isso?! Não importa—Tome isso! — Kidero se lança contra o vulto.

O vulto era Arthur, e ele estava furioso.

Ao se aproximar para atacar, Kidero sentiu sua mana desaparecer—e em um instante, Arthur desferiu um soco tão poderoso que atravessou a espada encantada e o acertou diretamente.

O impacto foi tão brutal que—mesmo com a gravidade extrema—Kidero foi lançado para fora da câmara, colidindo com uma árvore próxima.

Antes de desmaiar, ele viu apenas os olhos vermelhos de Arthur na escuridão da câmara.

— Vamos levá-lo para a enfermaria, Sanzu. — Shirō disse, olhando para Kidero desmaiado.

Enquanto isso, Arthur também desmaiou dentro da câmara, que ainda estava ligada no grau 7.

[O sonho de Arthur...]

Arthur se vê em um reino além do espaço, observando milhares de galáxias ao seu redor. Era uma visão magnífica, porém algo assustador acontecia—

As galáxias começavam a escurecer, sendo consumidas por uma energia negra.

Esse reino acima do espaço pertencia aos seres conhecidos como Primordiais. Muitos habitantes desse reino estavam sendo devorados por um exército de sombras, liderado por uma criatura sombria com um núcleo roxo no peito.

Essas sombras, ao consumirem uma pessoa, criavam quatro novas a partir dela.

Diante do desastre, os guerreiros do reino lutavam ferozmente para proteger seu lar.

O líder das sombras abandonou o reino e deixou seus subordinados para destruir tudo, seguindo em direção a um planeta desconhecido a toda velocidade.

Vendo isso, o General dos Primordiais ordenou seus quatro soldados mais poderosos:

— Sigam-no! Vocês quatro são a única esperança desse reino. Se derrotarem essa criatura, todos os seus subordinados desaparecerão. AGORA, VÃO!

Os quatro envolvem seus corpos em magia e partem a toda velocidade em direção à entidade sombria—

Mas de repente—

— Arthur! Arthur, acorde! — uma voz chama por ele.

[Arthur desperta...]

Arthur abre os olhos, vendo o rosto preocupado de Mia.

Ele percebe que estava confortável—Mia havia colocado sua cabeça em seu colo.

Rapidamente, ele se senta, surpreso.

— O-oi, Mia. O que aconteceu? — Arthur perguntou.

— Isso eu que deveria perguntar! Eu estava passando por aqui e vi que a câmara estava no máximo. Parecia haver algo lá dentro. Quando olhei, era você, desmaiado! — Mia disse, visivelmente preocupada.

Arthur massageia a cabeça, tentando lembrar.

— Eu não sei muito bem o que aconteceu… Mas eu preciso focar no meu treinamento. A batalha é amanhã, certo?

— Você não tem jeito, né? Só não se esforce demais! — Mia disse, indo embora da câmara.

— Pode deixar! — Arthur respondeu, acenando enquanto ela se afastava.

Após Mia partir, Arthur olha para suas mãos, pensativo.

{O que foi que aconteceu? Qualquer um teria morrido ao ficar exposto ao grau 7 da câmara de gravidade sem proteção alguma.}

{E aquele sonho estranho…? Ah, deixa pra lá. Por enquanto, vou focar no meu treinamento.}

Ele se levanta, olhando novamente para o painel da câmara gravitacional e sussurra para si mesmo:

— Acho que vou ligar a câmara no grau 7 novamente… Para ver no que dá.