Capítulo 12: Coroa de Espinhos

A música aumentou quando as enormes portas duplas do salão da matilha se abriram. Todos os olhares se voltaram para mim, parada e imóvel na entrada. Meu aperto se intensificou no braço da minha mãe enquanto nos preparávamos para caminhar pelo corredor.

"Cabeça erguida, Seraphina," minha mãe sussurrou. "Não dê a eles a satisfação de te ver com medo."

Forcei meu queixo para cima, mesmo com meu coração martelando contra minhas costelas. O longo tapete se estendia à minha frente como um corredor de prisão, levando diretamente aos meus três captores. O salão estava lotado de membros da Matilha Lua Crescente Prateada, seus rostos um borrão de curiosidade, pena e desdém mal disfarçado.

O primeiro passo foi o mais difícil. Cada um depois parecia como andar em areia movediça.

"Ela parece aterrorizada," alguém sussurrou da multidão.

"Pode culpá-la?" outro respondeu. "Casando com três homens que a odeiam..."

Bloqueei suas vozes, concentrando-me nas três figuras altas que me aguardavam no altar. Os trigêmeos estavam com ternos pretos idênticos, cada um com diferenças sutis—o de Kaelen com detalhes em esmeralda combinando com seus olhos, o de Ronan com azul profundo para combinar com os dele, e o de Orion com detalhes âmbar nas lapelas. Eles eram devastadoramente bonitos e completamente frios.

Kaelen, em pé no centro, observava minha aproximação com olhos estreitos e mandíbula cerrada. O olhar de Ronan vagava acima da minha cabeça, recusando-se a me olhar diretamente. Apenas Orion encontrou meus olhos, sua expressão indecifrável, mas intensa.

Minha loba choramingou dentro de mim, confusa pela contradição de nossos companheiros nos rejeitando tão completamente.

Ao me aproximar do altar, meus olhos captaram um lampejo de bordô ao lado. Lilith estava entre as damas de honra, seu vestido agarrado a cada curva, seu sorriso afiado como uma faca. Ela piscou para mim, uma lembrança silenciosa de sua promessa anterior. A visão dela me fez hesitar por um momento.

Quando chegamos ao final do corredor, minha mãe apertou minha mão antes de colocá-la na palma estendida de Kaelen. Seu toque era impessoal, clínico. Como tocar um estranho.

"Quem entrega esta mulher a estes Alfas?" o oficiante perguntou, sua voz ecoando pelo salão.

"Eu entrego," minha mãe respondeu, sua voz firme apesar das lágrimas em seus olhos.

Ela se afastou, e eu nunca me senti tão sozinha.

"Nos reunimos hoje," o oficiante começou, "nesta ocasião momentosa para unir o Alfa Kaelen Nightwing, o Alfa Ronan Nightwing e o Alfa Orion Nightwing à sua companheira predestinada e Luna, Seraphina Lua."

Murmúrios ondularam pela multidão à palavra "predestinada". Alguns ainda não conseguiam acreditar que a Deusa da Lua havia escolhido uma Ômega—a filha de um traidor—para ser companheira de seus futuros Alfas.

Meu véu ocultava o pior das minhas expressões, mas eu podia sentir as lágrimas ameaçando cair. Este deveria ter sido o dia mais feliz da minha vida. Em vez disso, parecia uma humilhação pública.

"O vínculo de verdadeiros companheiros é sagrado," o oficiante continuou. "Um presente da própria Deusa da Lua. Embora raro, um vínculo de companheira compartilhado entre irmãos é um sinal de grande bênção para a matilha."

Kaelen se mexeu ao meu lado, seu desconforto óbvio. Eu praticamente podia ouvir seus pensamentos: Isso não é uma bênção.

"Você, Kaelen Nightwing, aceita Seraphina Lua como sua Luna e companheira, para proteger e honrar até o fim dos seus dias?"

Uma pausa pesada. A multidão prendeu a respiração.

"Eu aceito," ele finalmente disse, as palavras curtas e formais.

O oficiante se virou para Ronan, que respondeu com um igualmente seco "Eu aceito" quando solicitado.

A resposta de Orion foi mais suave, quase pensativa, mas não mais entusiasmada.

Quando chegou minha vez, engoli em seco. "Eu aceito," sussurrei, selando meu destino com duas pequenas palavras.

A cerimônia dos anéis seguiu. Três alianças idênticas de platina foram colocadas no meu dedo, uma após a outra. Eu não recebi nada para dar em troca; como Luna, eu usaria as marcas deles, mas eles não precisavam de nenhum símbolo de pertencimento a mim.

"E agora," o oficiante anunciou, "procedemos à coroação de nossos novos Alfas e Luna."

A multidão se moveu, a atmosfera mudando de casamento para cerimônia de poder. Lobos anciãos se aproximaram com antigas caixas de madeira contendo as coroas de liderança.

O Alfa atual—o pai dos trigêmeos—deu um passo à frente primeiro. Alto e imponente, com fios prateados em seu cabelo escuro, ele comandava respeito apenas com sua presença.

"Meus filhos," ele disse, sua voz ecoando por todo o salão. "Hoje, passo a vocês o manto de liderança da Matilha Lua Crescente Prateada. Que vocês liderem com sabedoria, força e justiça."

Um por um, os trigêmeos se ajoelharam diante do pai. Ele colocou uma coroa de prata com incrustações de pedra da lua na cabeça de cada um, pronunciando as palavras tradicionais de sucessão.

"Levantem-se, Alfa Kaelen, Alfa Ronan e Alfa Orion Nightwing. Que seu reinado seja longo e próspero."

A matilha irrompeu em aplausos e uivos de aprovação. Esta parte, pelo menos, eles celebravam de todo o coração. Os trigêmeos eram respeitados, até mesmo amados pela maioria.

Então chegou minha vez.

Uma anciã idosa se aproximou com uma coroa menor—o diadema da Luna. Diferente da celebração momentos antes, o salão caiu em um silêncio desconfortável.

"Ajoelhe-se, Seraphina Lua," a anciã instruiu.

Caí de joelhos, sentindo o peso de centenas de olhos julgadores.

"Você jura servir esta matilha com lealdade e devoção? Colocar as necessidades deles acima das suas? Ficar ao lado de seus Alfas em tempos de paz e guerra?"

Olhei para cima, além da anciã para os trigêmeos agora em pé atrás dela, suas novas coroas brilhando na luz. Eles me observavam com vários graus de resignação e ressentimento.

"Eu juro," eu disse, minha voz mais forte do que eu esperava.

A coroa foi colocada sobre minha cabeça—mais pesada do que parecia, o metal frio contra minha pele. As mãos da anciã permaneceram por um momento.

"Levante-se, Luna Seraphina Nightwing, e tome seu lugar ao lado de seus Alfas."

O sobrenome me atingiu como um golpe físico. Não mais Lua, mas Nightwing. Minha identidade, como todo o resto, havia sido reivindicada por eles.

Levantei-me instável, a coroa parecendo que poderia tombar a qualquer momento. Virando-me para encarar a matilha—minha matilha agora—procurei na multidão. Encontrei o rosto da minha mãe, lágrimas escorrendo por suas bochechas. Era orgulho? Preocupação? Ambos?

Então Lilith captou meu olhar, sua expressão tempestuosa sob seu sorriso pintado. Este era o momento que ela havia cobiçado para si mesma, arrancado pelo destino.

Atrás dela estava seu pai, Beta Malachi Thorne. Seu olhar era calculista, avaliador, como se eu fosse uma peça de xadrez que inesperadamente mudou de posição no tabuleiro.

"E agora," a anciã anunciou, trazendo-me de volta ao momento, "para selar tanto o casamento quanto a coroação, como a tradição exige..."

Meu estômago afundou com suas próximas palavras.

"Alfas, vocês podem beijar sua noiva."

A sala ficou mortalmente silenciosa. Fiquei paralisada, meus olhos saltando entre meus três novos maridos. Qual deles daria o primeiro passo? Algum deles o faria?

A mandíbula de Kaelen se apertou, seus olhos verdes brilhando com algo indecifrável. Orion desviou o olhar, sua postura rígida. Foi Ronan quem se moveu primeiro, caminhando em minha direção com determinação em seus olhos azuis.

Quando ele alcançou meu véu, captei o mais breve sussurro, destinado apenas a mim.

"Vamos acabar logo com isso."