Capítulo 11: Véspera de um Casamento de Fachada

A luz do sol da manhã que entrava pela janela zombava de mim com sua alegria. Hoje era o meu dia de casamento—um dia que deveria ter sido o mais feliz da minha vida. Em vez disso, parecia que eu estava me preparando para o meu próprio funeral.

"Pare de se mexer, Seraphina. Você vai amassar o vestido," a costureira repreendeu, com alfinetes presos entre os dentes enquanto fazia os ajustes finais.

Eu estava diante do espelho, mal reconhecendo a mulher que me encarava de volta. O vestido de noiva era deslumbrante—uma obra-prima de seda marfim, renda delicada e pequenos cristais que refletiam a luz a cada respiração. Os trigêmeos não economizaram para fazer com que essa farsa de casamento parecesse legítima aos olhos do mundo exterior.

"Pronto. Perfeito," declarou a costureira, dando um passo atrás para admirar seu trabalho.

Perfeito. A palavra tinha um gosto amargo em minha mente. Nada neste dia era perfeito. Nem o vestido. Nem a cerimônia prestes a acontecer. Certamente não os três homens esperando para me reivindicar como sua noiva.

"Você pode sair agora," sussurrei para a costureira.

No momento em que a porta se fechou atrás dela, permiti que meus ombros caíssem. Dois dias haviam se passado desde a cerimônia de acasalamento—dois dias evitando os trigêmeos, que estavam igualmente determinados a me evitar. As mordidas no meu pescoço haviam cicatrizado em três marcas distintas, cada uma uma perfeita lua crescente. Toquei-as suavemente, sentindo o estranho calor que irradiava das marcas de vínculo.

Minha loba choramingou, confusa pelos sinais conflitantes. O vínculo dizia a ela que estes eram nossos companheiros, mas cada interação provava o contrário. As marcas podiam estar na minha pele, mas não havia conexão entre nossos corações.

Uma batida forte interrompeu meus pensamentos, seguida pela porta se abrindo sem esperar por minha resposta.

Lilith Thorne entrou com arrogância, seu vestido de madrinha abraçando cada curva de sua figura perfeita. Ao contrário do vestido modesto que eu usava, o dela era deliberadamente provocante, projetado para desviar a atenção da noiva.

"Ora, ora," ela arrulhou, circulando-me como uma predadora. "Você não fica bem arrumada, Seraphina? Quase como se merecesse ser Luna."

Encontrei seu olhar no espelho. "O que você quer, Lilith?"

Seus lábios pintados de vermelho curvaram-se em um sorriso cruel. "Só vim ver como a noiva corada está se sentindo em seu dia especial." Ela estendeu a mão, ajustando meu véu com falsa ternura. "Nervosa? Você deveria estar."

"Não tenho nada para dizer a você."

Lilith riu, o som como vidro quebrando. "Oh, mas eu tenho muito a dizer a você." Ela se inclinou mais perto, sua respiração quente contra minha orelha. "Você acha que venceu, não é? Só porque a Deusa da Lua pregou uma peça cruel com aquela cerimônia de acasalamento."

Virei-me para longe dela, mas ela agarrou meu braço, suas unhas cravando em minha pele.

"Olhe para mim quando estou falando com você," ela sibilou, toda pretensão de civilidade desaparecida. "Este casamento não muda nada. Kaelen, Ronan, Orion—eles nunca vão te amar. Nunca vão te querer. A única razão pela qual eles estão seguindo com essa farsa é porque o pai deles os forçou."

Cada palavra atingiu como um golpe físico.

"Você acha que eu não sei disso?" sussurrei.

"O que você não sabe é que eles já estão planejando se livrar de você." Os olhos de Lilith brilhavam com deleite malicioso. "Assim que o pai deles se afastar e eles se tornarem os Alfas governantes, eles encontrarão uma maneira de anular essa farsa. E adivinha quem estará bem ao lado deles como sua verdadeira Luna?"

Meu estômago se contorceu de pavor. No fundo, eu já suspeitava disso, mas ouvir a confirmação tornava tudo real.

"Você está mentindo," eu disse, mas minha voz carecia de convicção.

"Estou?" Lilith traçou um dedo perfeitamente manicurado ao longo do decote do meu vestido de noiva. "Por que você não pergunta a eles? Ah, espere—eles mal conseguem ficar na mesma sala que você." Ela sorriu com desdém. "Eu, por outro lado, estarei na cama deles esta noite enquanto você dorme sozinha na sua noite de núpcias."

Lágrimas picaram meus olhos, mas me recusei a dar a ela a satisfação de me ver chorar. "Saia."

"Eu só queria ter certeza de que você entendeu o seu lugar," ela disse, recuando. "Isso é tudo temporário, Seraphina. Aproveite seu pequeno momento sob os holofotes enquanto dura."

Com um último sorriso presunçoso, ela saiu da sala, deixando o cheiro de seu perfume caro pairando no ar como veneno.

No momento em que a porta se fechou, afundei no banco da penteadeira, minhas pernas de repente fracas demais para me sustentar. Meu reflexo me encarava—pálida, assustada, adornada com finos trajes que pareciam correntes.

"Seraphina?" A voz suave da minha mãe precedeu sua entrada. Um olhar para o meu rosto e ela correu para o meu lado. "O que aconteceu? O que aquela garota desprezível disse para você?"

Não consegui me forçar a repetir as palavras de Lilith. "Não importa."

Mamãe ajoelhou-se diante de mim, pegando minhas mãos trêmulas nas dela. "Claro que importa. Você está tremendo como uma folha."

"Eu não posso fazer isso," sussurrei. "Não posso me casar com eles. Eles me odeiam, mãe."

Ela acariciou minha bochecha suavemente. "Eles nem sempre te odiaram. Lembra quando vocês eram crianças? Como eles te seguiam para todo lugar? Como Kaelen colhia flores para você? Como Ronan compartilhava sua sobremesa com você quando ninguém estava olhando? Como Orion rosnava para qualquer um que te fizesse chorar?"

"Isso foi há uma vida atrás," eu disse amargamente. "Antes de tudo mudar. Antes deles decidirem que eu não valia nada."

"As pessoas mudam, querida. Os sentimentos mudam." Ela alisou meu cabelo para trás. "A Deusa da Lua escolheu você como companheira deles por uma razão."

"A Deusa da Lua tem um senso de humor doentio, então."

Mamãe suspirou, seus olhos tristes. "Talvez esta seja a maneira dela de consertar as coisas. De trazer todos vocês de volta para onde deveriam estar."

Balancei a cabeça. "Você não entende. Lilith diz que eles estão planejando se livrar de mim assim que se tornarem Alfas."

"E você acredita nela? Na garota que tramou para tomar seu lugar desde que vocês eram crianças?" A voz da mamãe era firme. "Lilith Thorne diria qualquer coisa para te machucar agora. Ela está desesperada e com ciúmes."

"Mas e se ela estiver certa?" sussurrei. "E se tudo isso for apenas uma piada cruel, e eu for o alvo da piada?"

Mamãe respirou fundo. "Seraphina Lua, escute-me. Eu não afirmo saber o que os trigêmeos estão pensando ou planejando. Mas sei disso—um vínculo de companheiros predestinados é a conexão mais sagrada em nosso mundo. Pode ser negado, pode-se lutar contra ele, mas não pode ser quebrado. Essas marcas no seu pescoço são prova de que você pertence a eles, quer eles aceitem isso agora ou não."

"Eu não quero pertencer a homens que me desprezam."

"Então faça com que eles vejam você. A verdadeira você. A garota forte e corajosa que eu criei." Ela apertou minhas mãos. "Confie no plano da Deusa da Lua. Ela não te abandonou, mesmo nos nossos momentos mais sombrios."

Uma batida na porta nos interrompeu. "Dez minutos até a cerimônia," chamou uma voz.

Minha mãe se levantou, alisando seu vestido simples—o melhor que ela podia pagar como uma Ômega. "É hora."

O pânico agarrou minha garganta. "Eu não estou pronta."

"Nenhuma noiva jamais se sente pronta," ela disse suavemente. "Mas pronta ou não, uma matilha está esperando. Três alfas estão esperando."

Levantei-me tremendo, sentindo como se estivesse prestes a caminhar para minha execução em vez do meu casamento. Mamãe ajustou meu véu uma última vez, seus olhos se enchendo de lágrimas.

"Seu pai estaria tão orgulhoso de você," ela sussurrou.

A menção do meu pai enviou uma pontada através do meu coração. Ele estava trancado na prisão da matilha, incriminado por crimes que nunca cometeu. Será que ele saberia que sua filha estava se casando hoje? Os guardas contariam a ele?

"Ele deveria estar aqui," eu disse, minha voz quebrando. "Ele deveria estar me levando pelo corredor."

Mamãe piscou para conter as lágrimas. "Eu sei, querida. Eu sei."

Ela me ofereceu seu braço, seu sorriso trêmulo mas determinado. "Vamos? Não deixe a matilha esperando."

Enquanto nos movíamos em direção à porta, meus pensamentos vagaram para meu pai, sozinho em sua cela. Eu estava prestes a me tornar Luna para os mesmos homens que o acreditavam culpado, que haviam participado de sua queda. O que ele pensaria de mim agora?

Dei uma última olhada no meu reflexo—uma noiva vestida para um casamento que não continha alegria, nem amor, apenas dever e a sombra de uma inevitável dor no coração.

Isso não era um casamento. Era uma sentença.