Capítulo 20 – Labirinto de Sangue

A Torre Central era como uma nave caída dos céus. Alta, preta, envolta por um campo vibracional que alterava a percepção de distância. Levaram horas só pra atravessar o campo externo.

Dentro, não havia luz.

Somente sensores. Gás que reagia à presença de medo. E câmeras que viam o passado de quem entrava.

João foi o primeiro a acionar as defesas. Mas ele não recuou.

Ele absorveu o medo. Transformou em foco. E avançou.

Marina começou a lembrar de sua própria infância. Os gritos. As noites frias. As tentativas de fuga. Era ali, naquele prédio, que ela havia perdido tudo.

Rocco travou três portões e invadiu as comunicações. Natasha eliminou guardas com precisão militar.

Mas no andar 31… os protótipos os esperavam.

Cópias quase perfeitas de João. Alguns ainda incompletos. Outros fundidos com armaduras bioativas.

Eles falavam em uníssono:

— VOCÊ É A VERSÃO INÚTIL.

João respondeu com um pulso psíquico tão forte que o andar inteiro perdeu gravidade por cinco segundos.

Quando tudo voltou ao chão, apenas ele estava de pé.

— Eu sou o que escolheu sobreviver. Vocês… foram só moldes.